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Publicado em 01 de Novembro às 18:50:09

Melhores e piores investimentos de outubro em renda variável

Bitcoin (+47,3%)

No mês de outubro, o bitcoin voltou para a boca do povo. Com uma alta de quase 40% em dólar e 47,3% em real. A diferença de valorização ante as duas moedas nos ressalta mais um atributo do ativo, o de proteção da desvalorização cambial, que voltou a nos afligir. A forte valorização do bitcoin foi guiada principalmente pelo lançamento do primeiro ETF da cripto dos EUA. As autorizações para ETFs dessa natureza eram tentadas desde 2013 no país, fazendo com que a aprovações fosse um marco para o mercado.

Puxado pela euforia, no dia 20 de outubro o bitcoin atingiu seu novo topo histórico, a 67k dólares. Em linhas gerais, pudemos ver um mês muito positivo para as criptomoedas, não só pelas suas altas, mas também pela melhora de seus fundamentos. Se por um lado, o novo ETF possibilita a entrada de novos investidores no mercado cripto, por outro, ele diminui o receio de que os EUA possam criar alguma regulação proibitiva à classe de ativos. Esse receio era crescente após a represália chinesa ao trading e mineração de criptomoedas.

Já a Ethereum, segunda maior criptomoeda do mercado, valorizou incríveis 49,8% no mesmo período, chegando a bater uma nova máxima histórica, de US$ 4.450,00.

Se você quiser investir em Bitcoin e Ethereum pela Genial, uma opção é através do ETF HASH11, negociado em bolsa e o primeiro ETF de bitcoin da B3. Saiba mais sobre ele aqui.

S&P 500 (+6,9%)

O índice S&P 500 fechou o mês de outubro com alta de 6,9%, em meio à divulgação de resultados corporativos. O índice atingiu sua máxima histórica e recorde intradiário no último dia do mês, eliminando a queda de 4,8% durante o mês de setembro. No ano, o índice apresenta alta de quase 23%.

Até agora, 56% das empresas que estão no S&P 500 relataram resultados para o terceiro trimestre de 2021. Destas empresas, 82% reportaram lucro por ação acima da expectativa do mercado, indicando que a pandemia, os desafios da cadeia de suprimentos e a expectativa de inflação não afetaram os balanços corporativos como os investidores temiam. Dentre os principais ganhadores, destacamos a Tesla (TSLA34), cuja ação subiu 22% na última semana de outubro e atingiu valor de mercado de US$ 1 trilhão, a Alphabet (GOGL34), que subiu 7,6% após divulgar receita e lucro por ação acima da expectativa dos analistas, e a Microsoft (MSFT34), que se tornou a empresa mais valiosa do mundo em termos de capitalização de mercado devido à desvalorização das ações da Apple (AAPL34).

Para quem quer parar de tomar paulada com a bolsa brasileira, os analistas da Genial recomendam o fundo Plural BDR, que rendeu 28% em outubro. Através do Plural BDR, o investidor consegue diversificar o portfólio globalmente, com ações das principais ações da bolsa americana além de exposição ao Dólar, estendendo a diversificação do portfolio para ativos e moedas estrangeiras.

Dólar (+3,65%)

No mês de outubro, um dos principais pilares do nosso cenário para a economia brasileira, o cumprimento do teto do gasto, ficou seriamente ameaçado, o que gerou forte pressão sobre o risco fiscal e sobre a taxa de câmbio. O governo enviou ao Congresso uma proposta de emenda constitucional (PEC) com uma mudança no indexador do teto do gasto. Desde a aprovação do teto em 2016, seu valor é corrigido anualmente pela taxa de inflação entre julho de um ano e junho do ano seguinte, enquanto os gastos são corrigidos pela taxa de inflação de janeiro a dezembro do mesmo ano. A proposta é mudar o período de indexação do teto desde sua introdução em 2016, para ficar compatível com o período de indexação dos gastos, ou seja, de janeiro a dezembro do mesmo ano. Como nos últimos anos houve uma tendência à aceleração da inflação no segundo semestre, a mudança no período de indexação vai significar um aumento do valor do teto em R$ 47 bilhões, aproximadamente.

Do ponto de vista dos investidores, o problema não é quanto será o aumento do valor do teto, mas que o teto seja reajustado para incluir novos gastos dentro da regra do teto. A questão é: se quando os gastos atingem o teto, o valor do teto é aumentado para poder aumentar os gastos, para que serve o teto? Em outras palavras, a questão é de credibilidade.

Como esperávamos, a reação dos investidores foi bastante negativa, com forte aumento do risco fiscal, o risco país como medido pelo CDS, chegou a atingir 232 pontos, contra 204 pontos no antes do episódio, o que gerou uma desvalorização cambial de 3,65% no mês de outubro, apesar da intensificação da atuação do Banco Central com venda de swaps cambiais e moeda à vista no mercado.

A proposta deveria ser votada ao longo da última semana de outubro, mas, devido à incerteza quanto a sua aprovação, a votação foi adiada para a primeira semana de novembro, no dia 4/11. Ainda existem dúvidas quanto à aprovação da proposta, o que deverá gerar ruído e volatilidade na próxima semana. Caso a PEC seja rejeitada, a reação dos investidores deverá ser positiva, revertendo pelo menos parte do aumento do prémio de risco e da desvalorização ocorrida em outubro.

O mesmo fundo recomendado no tópico anterior, o Plural BDR, também oferece exposição ao dólar para os investidores que buscam proteger o patrimônio das desvalorizações do Real e dos problemas econômicos atuais.

Ouro (+1,53%)

No início do mês de outubro, o ouro vinha sendo negociado na faixa dos 1757 dólares e terminou o mês a 1783,90 dólares, com leve alta de 1,53%. O metal ainda chegou a ultrapassar a faixa dos 1800 dólares, porém foi pressionado na última semana, às vésperas de uma nova reunião do FED sobre política monetária, pela valorização do dólar.

A inflação segue preocupando os americanos e parece ser algo mais persistente do que o previsto. Os problemas na cadeia de suprimentos global seguem travando a cadeia produtiva e aumentando os preços para o consumidor final, e na última semana do mês, vimos a curva real de juros americana voltando para patamares negativos.

O mercado antecipa o anúncio de uma redução gradual no programa de recompra de títulos e essa redução de estímulos econômicos por parte do FED coloca pressão nos preços do ouro. Dependendo do tom da decisão, podemos ver uma desvalorização mais acentuada do ouro no próximo mês.

Esses fatores devem implicar em taxas de juros mais altas, como já dissemos em outra ocasiões, o custo de oportunidade para se investir em ouro sobe, gerando um movimento de migração para ativos livres de risco.

O fundo Plural Ouro busca acompanhar a variação da cotação do ouro, negociado em padrão internacionalmente aceito no segmento da B3 e swaps com ouro futuro no mercado internacional, através do investimento de parcela preponderante da carteira no referido ativo.

IFIX (-1,47%)

Nos primeiros dias de outubro, o Ifix mostrava sinais de recuperação, chegando a bater 2.747 pontos, porém, discussões sobre a mudança no teto dos gastos fizeram com que a curva de juros tivesse uma expressiva abertura, levando a aceleração no ritmo de aumento da Selic o que impacta fortemente os fundos imobiliários. Neste cenário o Ifix fechou o mês a 2.675 pontos com queda de 1,47%.

O Ifix nunca esteve tão descontado, apesar de os fundos imobiliários manterem seus fundamentos fortes, vemos que dos 103 fundos que compõem o Ifix, 76 estão sendo negociados abaixo do seu valor patrimonial, o que nos mostra que a desvalorização do Ifix tem sido puxada pela força vendedora dos ativos na bolsa, impulsionada pelos investidores que vendem suas cotas para investir em renda fixa no cenário de incerteza crescente e juros elevados.

Se quiser investir em FIIs, preparamos mensalmente uma carteira recomendada com os melhores ativos segundo nossos analistas. Confira aqui.

Ibovespa (-6,73%)

Ibovespa segue invicto como último ativo do ranking, apresentando queda de -6,73% no mês de outubro. No ano, a perda já é de 13,04%. Desde a máxima do ano, em junho, o índice acumula uma queda superior a 20%, e assim, o principal índice de ações no Brasil entra em Bear Market, que ocorre sempre que a queda acumulada, desde a máxima, é superior a 20%. O descompromisso fiscal, sinalizado pelo governo sobre a questão do respeito ao teto de gastos foi o principal trigger negativo, responsável pelo descolamento do mercado brasileiro das demais bolsas globais.

Vale (VALE3), Magalu (MGLU3) e Intermédica (GNDI3), foram as principais contribuições negativas no mês. Vale foi pressionada pela atual situação do mercado imobiliário na China, enquanto varejistas foram, mais uma vez, influenciadas pelas fortes movimentações no mercado de juros no Brasil, que trouxe impacto tanto para a parte curta da curva, quanto para a parte longa. Do lado positivo, Ambev (ABEV3), JBS (JBSS3) e BB Seguridade (BBSE3) foram as principais contribuições positivas, com o mercado busca por alocação em empresas conservadoras, diante do cenário macroeconômico/fiscal complexo.

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