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Publicado em 28 de Agosto às 17:30:15

Pós-Temporada de Balanços (2T24): queda na alavancagem indica melhora à frente

Chegamos ao final da temporada de resultados do 2T24, e a análise das empresas do Ibovespa indica uma dinâmica de resultados mais positiva para o futuro. Esse movimento é reforçado pela forte queda no nível de alavancagem das empresas, o que torna os resultados menos impactados pelo fator de juros elevados no país. Acreditamos que as empresas ligadas ao consumo doméstico serão as mais beneficiadas, enquanto o fraco desempenho da China deve continuar impactando negativamente as empresas exportadoras. Este levantamento foi feito com as empresas pertencentes à carteira teórica do Ibovespa, comparando seus resultados às expectativas indicadas pelo terminal da Bloomberg.

Quando comparativo por Índice ou setor

O Índice Brasil Amplo apresentou um crescimento de 8,17% no trimestre (QoQ) e 8,07% no ano (YoY), indicando um desempenho sólido em termos de receita. O Ibovespa também seguiu essa tendência, com um aumento de 8,77% QoQ e 8,12% YoY. Porém, ao excluirmos os setores de Vale e Petrobras, o Ibovespa exibe um crescimento ainda maior, de 8,24% QoQ e 9,50% YoY, evidenciando a força de outros setores. As exportadoras lideram com um aumento de 9,54% YoY em receita, refletindo o impacto positivo do mercado externo.

Quando analisamos o EBITDA, que mede a geração de caixa operacional, o cenário é mais desafiador. O Índice Brasil Amplo registrou uma queda de 3,39% QoQ e 2,02% YoY, sinalizando uma pressão sobre a lucratividade operacional. O Ibovespa teve um desempenho melhor, com uma leve queda de 1,00% QoQ e estabilidade YoY (-0,13%). O destaque positivo vai para o Ibovespa (ex-Vale & Petr), com um crescimento de 10,15% QoQ e 9,34% YoY no EBITDA, enquanto as exportadoras sofreram uma queda de 3,82% QoQ, mas ainda mantiveram um crescimento positivo de 2,63% YoY.

O LPA, indicador crucial para investidores, mostrou quedas significativas em todos os índices. O Índice Brasil Amplo registrou uma queda de 17,44% QoQ e 13,59% YoY. O Ibovespa também apresentou uma redução de 11,62% QoQ e 5,09% YoY. Vale destacar o desempenho das empresas exportadoras, que viram um declínio acentuado de 85,28% QoQ e 89,44% YoY, indicando um desafio significativo na geração de lucros para essas companhias.

A alavancagem, que mede o nível de endividamento das empresas, caiu de forma expressiva. O Índice Brasil Amplo viu uma redução de 16,11% QoQ e 10,29% YoY, sugerindo um esforço generalizado das empresas para reduzir suas dívidas. Esse movimento é ainda mais acentuado no segmento de exportadoras, com uma queda de 83,37% QoQ, indicando uma forte desalavancagem, embora com uma queda menor YoY (18,30%).

Histórico de comparação

Setor doméstico versus Exportadoras

Surpresa resultado vs expectativa do mercado

Expectativa Lucros por Ação (LPA)

Para o Ibovespa, as projeções indicam um aumento de 9,42% no LPA esperado para 2024, seguido por 10,08% em 2025 e 14,14% em 2026. No entanto, o terceiro trimestre de 2024 apresenta uma redução de 4,04% nas expectativas, com pequenas variações positivas nos anos seguintes.

As Small Caps mostram um cenário misto. No ano, espera-se um aumento de 8,54% no LPA em 2024, que se intensifica para 19,91% em 2025 e 17,65% em 2026. Contudo, o terceiro trimestre de 2024 projeta uma diminuição acentuada de 19,69%, com uma leve recuperação nos trimestres seguintes.

Para as exportadoras, o cenário aponta para uma diminuição de 11,91% no LPA em 2024, seguida por aumentos significativos de 19,54% em 2025 e 34,46% em 2026. No terceiro trimestre de 2024, as expectativas também caem 5,49%, com leves aumentos projetados nos anos seguintes.

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