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Publicado em 08 de Abril às 19:00:00

Pós-Temporada de Balanços (4T23): Resultados mistos, mas perspectiva ainda é otimista

Chegamos ao final da temporada de resultados do 4T23, e a análise das empresas do Ibovespa mostra uma divisão equilibrada nos resultados. Em termos de receita, 33% superaram as estimativas, 33% ficaram em linha e 33% não atingiram as expectativas do mercado. Já em relação ao EBITDA, que reflete os lucros operacionais, 31% superaram, 15% vieram em linha, enquanto 54% ficaram abaixo do esperado. Quanto ao lucro líquido, 35% ultrapassaram as previsões, 15% se alinharam a elas, e 49% foram inferiores. Diferentemente da tendência mais positiva observada nos resultados do 3T23, o último trimestre apresentou um equilíbrio entre os resultados que vieram em linha ou acima das expectativas em comparação aos que ficaram abaixo.

Quando comparativo por Índice ou setor

Índice Brasil Amplo

  • Observa-se um aumento trimestral de 9,94% na receita, mas uma queda anual de -8,93%.
  • O EBITDA apresenta uma diminuição tanto trimestral quanto anual, com -5,01% e -16,46%, respectivamente.
  • O LPA mostra um aumento significativo de 8,49% QoQ, embora tenha caído -15,70% YoY.
  • A alavancagem cresceu 2,17% trimestralmente, mas diminuiu -8,99% em uma base anual.

Ibovespa

  • Aumento de 10,04% na receita QoQ, com uma redução de -8,42% YoY.
  • Queda de -4,54% no EBITDA QoQ e uma maior queda de -15,80% YoY.
  • O LPA cresceu 7,55% QoQ, mas teve uma queda anual de -15,50%.
  • Aumento QoQ na alavancagem de 2,11%, mas uma queda YoY de -9,04%.

Ibovespa (Ex-Vale&Petr)

  • Este índice mostra um leve crescimento na receita YoY de 0,19%, contrariando a tendência geral de declínio anual.
  • Há uma queda acentuada no EBITDA QoQ de -8,90%, mas um aumento YoY de 0,91%.
  • Um aumento impressionante no LPA de 19,05% QoQ e 18,32% YoY.
  • A alavancagem aumentou 2,96% QoQ, mas diminuiu -14,01% YoY.

Ibovespa (Ex-Bancos&Financeiro)

  • O aumento QoQ na receita de 10,04% é anulado por uma diminuição de -8,43% YoY.
  • A diminuição de -4,48% no EBITDA QoQ, com uma queda semelhante de -15,74% YoY.
  • O LPA teve um aumento de 8,90% QoQ, mas uma queda significativa de -19,54% YoY.
  • A alavancagem apresenta um padrão semelhante, com um aumento QoQ de 2,01% e uma diminuição YoY de -8,91%.

Doméstico

  • A receita para as empresas domésticas mostra uma saúde robusta YoY com 6,75% de aumento, apesar de um aumento menor de 5,63% QoQ.
  • O EBITDA caiu -9,03% QoQ, mas aumentou 1,79% YoY.
  • O LPA mostra o maior declínio anual com -34,17%, apesar de um forte aumento QoQ de 30,09%.
  • A alavancagem diminuiu consideravelmente tanto QoQ (-11,54%) quanto YoY (-7,53%).

Exportadoras

  • Este índice apresenta um declínio na receita de -9,07% YoY e um modesto aumento de 3,45% QoQ.
  • O EBITDA diminuiu -7,07% QoQ e caiu mais acentuadamente por -16,30% YoY.
  • Nota-se uma variação dramática no LPA, com um surpreendente aumento QoQ de 80,95% apesar de uma queda anual de -16,65%.
  • A alavancagem mostra o maior declínio com -24,21% QoQ e -49,04% YoY, sugerindo desalavancagem ou redução na utilização de dívida.

Histórico de comparação

Setor doméstico versus Exportadoras

Ao analisar os resultados das empresas focadas no mercado interno em comparação às exportadoras, percebe-se uma diferenciação nos desempenhos das linhas de balanço.

Para as empresas domésticas, a comparação trimestral revelou um crescimento nas receitas, mas uma queda no EBITDA, Lucro por Ação e alavancagem, sendo este último um destaque notável. A redução na alavancagem pode indicar um esforço das empresas em fortalecer sua estrutura de capital e reduzir o endividamento, o que é positivo para sua saúde financeira a longo prazo.

Por outro lado, as empresas exportadoras tiveram um trimestre de crescimento em receitas, EBITDA e alavancagem, mas com uma queda mais significativa no Lucro por Ação. Esse desempenho pode ser atribuído, em parte, às necessidades de maiores investimentos (aumento de Capex) e ao impacto da queda nos preços das commodities, que resultou em um produto sendo vendido por um preço menor no mercado internacional.

Expectativa Lucros por Ação (LPA)

Após a temporada de resultados do último trimestre, o mercado ajustou para cima as expectativas de lucro para o Ibovespa nos anos de 2024, 2025 e 2026. Especificamente, a projeção do Lucro por Ação (LPA) teve um aumento de 7,2% para 2024, 8,93% para 2025, e 10,85% para 2026. Enquanto isso, as empresas exportadoras enfrentam expectativas mistas: apesar de um aumento esperado nos lucros para 2025 em 5,87% e para 2026 em 12,48%, há uma previsão de queda de 24% nos lucros em 2024. Por outro lado, as empresas de menor capitalização passaram por uma revisão mais positiva para os próximos anos, com projeções de lucros aumentando 55% para 2024, 24% para 2025, e 18,4% para 2026, indicando uma perspectiva otimista para esses segmentos no mercado acionário.

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