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Publicado em 18 de Agosto às 14:49:25

Pós-Temporada de Balanços: A reação do mercado em números

Chegamos ao final da temporada de balanços referente ao 2° trimestre de 2021, que teve início em 20 de julho com os resultados de Neonergia (NEOE3) e em 17 de agosto, encerramos a temporada com os resultados de IRB (IRBR3) e Cemig (CMIG4) . Numa avaliação das empresas pertencentes a carteira teórica do Ibovespa (84 empresas), a temporada de balanços foi positiva, com cerca de 65% das empresas apresentando números que vieram em linha ou acima do esperado pelo mercado e 35% apresentando resultados abaixo do esperado.

Das empresas que apresentaram um resultado acima do esperado, destaque para o desempenho das ações da Petrobras (PETR3/PETR4) que reagiram com uma alta de +7,88 e +9,76%, respectivamente. O resultado da estatal veio muito acima do consenso olhando para o itens recorrentes, marcado pela forte geração de caixa operacional, redução do endividamento e do anúncio da antecipação de dividendos (R$2,40/ação).

Por outro lado, as ações da Qualicorp (QUAL3) apresentaram a pior reação, pós divulgação do balanço, com queda de -15,45% no pregão do dia 11/08/2021. Empresa apresentou mais um resultado negativo, com as principais linhas (receita, EBITDA e lucro) vindo abaixo de nossas expectativas e do mercado. O principal impacto negativo no trimestre se deu pelo alto cancelamento de planos de saúde, que praticamente cancelou as adições brutas, deixando a meta de crescimento de 40/45 mil vidas por mês insuficiente para crescer a carteira no trimestre.

Numa avaliação quantitativa, das empresas que apresentaram resultados acima do esperado pelo mercado (65% ou 55 empresas) e que tiveram um desempenho positivo no pregão após a divulgação do balanço (30 empresas), houve um retorno médio de 2,76 p.p acima do retorno do Ibovespa. Já as empresas que surpreenderam em termos de números, mas que apresentaram um desempenho inferior ao Ibovespa no pós balanço, o retorno dessas empresas (25 no total) foi de um retorno médio de -1,70 p.p abaixo do retorno do Ibovespa.

Em nossa avaliação isso mostra que o atual cenário de deterioração política e fiscal e que por consequência gerou um aumento do custo de capital (elevação da taxa de juros de longo prazo) para essas empresas não foi compensado por uma melhora nos desempenhos pós divulgação do balanço. A velocidade da deterioração do risco foi maior do que o crescimento apresentado pelas empresas.

Quando olhamos para o desempenho pós balanço das empresas que apresentaram resultados abaixo do esperado, todas elas (35% ou 29 empresas) apresentaram um desempenho inferior ao Ibovespa no pregão seguinte, em que o retorno negativo médio foi de -3,88 p.p abaixo do retorno do Ibovespa. Portanto, ficou evidente que o mercado foi muito mais reativo a surpresas negativas à surpresas positivas durante a temporada de balanços.

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