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Publicado em 06 de Agosto às 10:54:00

Resultado Trimestral (2T21): Engie (EGIE3) e Tupy (TUPY3)

Avaliação do Resultado

Engie (EGIE3): O EBITDA da empresa veio abaixo do consenso em um trimestre marcado pelo impacto extraordinário não-caixa do impairment (reavaliação) de uma de suas usinas termoelétricas. Excluindo tal evento, o EBITDA recorrente teria ficado em linha com o do mercado – o que nos faz dar três estrelas para este resultado trimestral. Além desse impacto, chama a atenção os custos com energia comprada sob controle em um trimestre marcado por um hidrologia ruim, que trouxe impactos negativos para demais empresas geradoras do setor. 

Tupy (TUPY3): Os resultados vierem acima do esperado, recebendo uma avaliação de 4 estrelas. A empresa reportou números muito fortes, mesmo com o volume afetado pela falta de semicondutores. A receita líquida de R$ 1,65 bi foi recorde, a maior da história da empresa. Destaque positivo para a receita líquida no Brasil, crescimento de 15,7% e para o segmento voltado para Transporte, Infraestrutura & Agricultura com um aumento de 18% nas vendas. Como esperávamos, as vendas para o segmento de veículos comerciais cresceram de maneira robusta, 35% na comparação com o 1T21. As receitas provenientes apenas dos segmentos de máquinas e veículos off-road cresceram 36% na comparação com o 1T21.

Engie (EGIE3): Copo meio cheio

Apesar do EBITDA reportado ter ficado abaixo do consenso, vale mencionar que o trimestre foi negativamente impacto por eventos não-recorrentes e não-caixa, como foi o caso do reconhecimento de um teste de imparidade no valor de R$163 milhões em uma de suas térmicas. Excluindo tal evento, o EBITDA teria sido de R$1,5 bilhões, crescimento de 19%, refletindo principalmente receitas decorrentes da implantação de projetos de transmissão e custos com energia sob controle – número impressionante se considerarmos o cenário hidrológico desafiador (vide os recentes resultados de CESP e AES Brasil, que reportaram números abaixo do consenso devido à custos com compra de energia). Empresa anunciou dividendos intercalares de R$789 milhões (R$0,96/ação) implicando em um rendimento de 2,6% se considerarmos os preços atuais. Lucro líquido apresentou queda de 28% tendo em vista os efeitos não recorrentes explicados acima. Seguimos com a recomendação de MANTER por pensarmos que existe uma assimetria melhor na CESP, a despeito do momento desafiador.  

Pontos Positivos 

  • Em termos recorrentes, EBITDA da empresa expandiu em duplo dígito; 
  • Impactos da extensão das concessões deverão ser anunciados no 3T21; 
  • Empresa negocia nos mesmos níveis do corona-crash (março/2020). 

Pontos Negativos  

  • Hidrologia ruim em sua fase mais aguda, o que deve seguir impactando geradoras;
  • Impactos com impairments “sujam” a performance da empresa; 
  • Acidente no projeto de transmissão pode atrasar o cronograma de entrega do projeto; 

Tupy (TUPY3): Resultado 4 estrelas

O EBITDA Ajustado reportado foi de R$ 186 m, enquanto o consenso esperava R$ 136 m, contra R$ 156 m projetado por nós. EBITDA foi ajustado principalmente por conta de despesas à venda de inservíveis e outros custos. Os aumentos nos preços dos produtos, combinados aos fortes volumes de vendas do primeiro trimestre impulsionaram o crescimento da receita líquida, porém impactaram negativamente as margens da empresa. A margem EBITDA ficou em 11,7% no 2T21. Quando olhamos para o Lucro Líquido, a empresa reverteu um prejuízo de R$ 14,9 m do trimestre anterior, com resultado de R$ 31,5 m no 2T21. Entretanto, o lucro foi impactado positivamente em R$ 7 m pelo benefício fiscal por conta do pagamento de JCP e R$ 18 m por efeitos de variação cambial.

Mesmo como esses problemas no setor automobilístico, acreditamos que a demanda por bens de capital deve seguir subindo nos próximos anos nos principais mercados de atuação da empresa. O aumento subsequente nos preços de matéria-prima impactou as margens da empresa. Embora a empresa tenha contratos protegidos por cláusulas de repasse de preço, o repasse ocorre com um atraso de 3 meses, portanto devemos ver impactos positivos no próximo trimestre, em um movimento de desvalorização das matérias-primas, oposto ao que ocorreu no 2T21. 

Pontos Positivos 

  • O resultado aponta para uma tendência positiva na demanda pelos produtos da empresa, que segue firme mesmo com toda pressão existente na cadeia produtiva;
  • A forte demanda por bens de capital deve seguir subindo nos próximos anos dentro dos principais mercados de atuação da empresa;
  • Em outubro, a empresa assume as operações da Teksid, devemos ver volumes mais fortes no segundo semestre;
  • Empresa está em um bom momento operacional, com uma geração de caixa operacional de R$ 44 m, vs. R$ 9 m no 1T21. O indicador de alavancagem financeira Dívida Líquida/EBITDA acumulado nos últimos doze meses atingiu o valor de 0,93x. 

Pontos Negativos  

  • Os resultados poderiam ter sido melhores, não fossem os reflexos da escassez de semicondutores e outros insumos na cadeia produtiva;
  • Destaque negativo para o mercado externo no segmento de Transporte, Infraestrutura & Agricultura, teve uma queda 3% das vendas;
  • Embora a empresa tenha contratos protegidos por cláusulas de repasse de preço, a defasagem de 3 meses no repasse prejudicou as margens.
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