Avaliação dos Resultados
Petrobras (PETR4): Empresa reportou números muito acima do consenso. Principais fatores para tal resultado vemos como a recuperação do preço do petróleo e aumento no volume da venda de derivados. Endividamento saudável fez com que a empresa anunciasse uma antecipação na distribuição de dividendos de R$2,42/ação, implicando em um rendimento em dividendos em um pouco mais de 9%.
Banco do Brasil (BBAS3): O lucro do Banco do Brasil no 2T21 foi 9,7% acima do consenso, mas ficou 2,4% abaixo da nossa expectativa. A receita de empréstimos caiu 1,2% t/t e 1,1% a/a em função da acelerada elevação da Selic, que pressiona o custo de funding. Ao valuation de 0,6x P/VP 21, acreditamos que uma grande parte dos riscos já estão incorporados ao preço da ação. Mas, por esperarmos uma continuidade da queda t/t nas receitas de empréstimos no resto do ano com a rápida elevação da Selic e crescimento do risco político advindo da eleição de 2022 continuamos com a recomendação de MANTER para a ação.
AES Brasil (AESB3): Empresa apresentou resultados fracos em relação ao consenso do mercado. Assim como no resultado da CESP, EBITDA veio abaixo do esperado devido à necessidade de compras de energia no mercado à vista – como amplamente divulgado, hidrologia no 2T21 ficou em níveis muito abaixo dos níveis históricos, afetando até empresas que já possuem um portfólio diversificado e gerido de maneira conservadora com foco em evitar tais custos extraordinários, como a AES Brasil. Contudo, empresa aprovou a distribuição de dividendos intermediários relativos ao 2T21, no valor de R$24,2 milhões (implicando em um rendimento de 0,4% no 2T21).
Petrobras (PETR4): Porrada!
Empresa reportou números muito acima do consenso em termos recorrentes. O EBITDA no trimestre foi de R$61,9 bilhões (vs. consenso de R$53 bi) devido à recuperação dos preços do petróleo (US$ 68,8 vs US$29,2) e aumento no volume de vendas de derivados no mercado interno e exportações. O endividamento líquido ficou em US$ 53 bilhões, implicando em um índice dívida líquida/EBITDA 12M de apenas 1,5x. A geração de caixa operacional ex-investimentos recorrentes no trimestre foi de R$48,6 bi – considerando a geração de caixa do 1S21 da empresa foi de R$84 bilhões, representando c. 24% do valor de mercado da empresa (!!!). Como grande cereja do bolo, vemos o anúncio da antecipação do pagamento de dividendos no valor de R$31,6 bilhões (R$2,42/ação), implicando em um rendimento de c. 9% em relação às cotações atuais.
Pontos Positivos
- Empresa em um bom momento operacional;
- Queda no endividamento pode transformar a empresa em uma boa pagadora de dividendos;
- Geração de caixa muito expressiva em relação às cotações atuais.
Pontos Negativos
- Os dividendos foram pagos mesmo sem a empresa alcançar o guidance de endividamento (US$ 60 bilhões de dívida bruta);
- Proximidade das eleições pode aumentar volatilidade na ação.
Banco do Brasil (BBAS3): Segundo semestre contra a corrente!
O lucro de R$ 5,0b avançou 2,6% t/t e 52% a/a – 2% abaixo das nossas expectativas, mas 9,7% acima do consenso do mercado. A forte variação anual é efeito da menor provisão para perdas de crédito, que foi aquém da normalidade no 2T20 devido às incertezas com a pandemia. Mesmo assim, o BB reportou provisões 6,3% acima do que esperávamos, fazendo com que a relação entre reserva de provisões e créditos em atraso crescesse 10,5 p.p t/t. Apesar do banco ter aumentado o guidance de lucro para o ano, o segundo semestre deve carregar uma pressão adicional nas receitas de empréstimo (margem financeira) por conta do forte aumento da Selic e consequentemente em seu custo de captação que já afetou o desempenho das receitas nesse tri. Por fim, o dissídio salarial programado em setembro de inflação+0.5% (8-9%) deve pressionar os custos administrativos no segundo semestre.
O guidance para o ano foi revisto, aumentando a projeção de lucro que era entre R$ 16b e R$ 19b para R$ 17b a R$ 20b. Além disso, o guidance da margem financeira deve crescer somente entre 1 e 4%, diferentemente da faixa entre 2,5 e 6,5% anteriormente. Um dos gatilhos para o resultado no 2S21 deverá ser um menor provisionamento, dado que observamos um provisionamento no 1S21 de R$ 5,4b enquanto o novo guidance de provisão foi reduzido para uma faixa -R$ 15b e -R$ 13b.
Pontos Positivos
- Guidance de lucro foi revisado para cima, implicando um lucro de aproximadamente R$ 5b por tri no 3T e 4T de 2021, mesmo nível do 2T21.
- Guidance de provisão para crédito duvidoso melhorou de R$ 17b a R$ 14b para R$ 15b a R$ 13b
- Receita de serviços cresceu 4,8% t/t e 3,5% a/a
Pontos Negativos
- Queda da receita de empréstimos t/t e a/a, movimento que mostra suscetibilidade a acelerada elevação da Selic;
- Aumento de 2% t/t e 11,8% a/a das despesas administrativas, acima da inflação;
- Revisão da receita de empréstimos para baixo no guidance.
AES Brasil (AESB3): Se afogando no seco.
AES Brasil apresentou EBITDA e lucro abaixo do consenso. Como principais razões para tal performance, observamos aquilo que tem sido comum nos noticiários: crise hídrica aguda, fazendo com que a empresa seja obrigada a comprar energia no mercado à vista para honrar seus atuais contratos. Além disso, empresa teve um impacto extraordinário negativo na linha de despesa financeira (R$27,5 milhões) devido à tentativa da empresa de evitar a atualização do passivo financeiro do GSF pelo IGP-M. Além disso, empresa anunciou a distribuição de dividendos extraordinários de R$24 milhões no 2T21, implicando em uma rentabilidade de 0,4% em relação às cotações atuais.
Pontos Positivos
- Empresa segue como plataforma interessante de consolidação de ativos;
- Endividamento moderado;
- Portfólio de Contratação de energia gerido de maneira conservadora.
Pontos Negativos
- Altos custos com aquisição de energia;
- Hidrologia segue em seu pior momento;
- Novas aquisições podem pressionar o endividamento da empresa .