Avaliação dos Resultados
Unidas (LCAM3): Melhor do que o esperado! Esperávamos um maior impacto da 2ª onda da pandemia nos resultados da empresa nesse trimestre. Assim como aconteceu na 1ª onda da pandemia, essa também teve uma recuperação muito rápida e muito forte. Lucro líquido e EBITDA vieram acima da nossa expectativa (12% e 14% acima respectivamente). O destaque veio para a divisão GTF (gestão de frotas) e a de Seminovos, que foram beneficiadas com a crescente demanda de empresas buscando a terceirização de frotas e o aumento de preço dos carros usados.
Vivo (VIVT3): Resultados foram bons, acima da expectativa de mercado. Destaque para o EBITDA reportado de R$ 4,78bi superior em 6,7% em relação ao projetado de R$ 4,48bi. A receita líquida core da empresa, que exclui a base legada, cresceu 8,2% a.a alcançando R$9,4bi. Precisamos dar destaque ao crescimento da fibra, pilar importante da nossa tese: a receita do FFTH aumentou 49,7% a/a e a FIBRASIL já se encontra em operações com previsão de alcançar 2,1 m de HP até o fim de 2021.
Carrefour (CRFB3): Apesar da queda de lucro (-16,8%) e EBITDA (-3,6%), não enxergamos os números reportados como desencorajantes. Após os fortes resultados reportados no 2T20, já era esperado uma queda neste trimestre, mas ainda assim, reportaram números acima do consenso e uma rentabilidade significativamente acima do seu nível pré-pandemia. Destacamos as operações do Atacadão que mantiveram o crescimento nas vendas “mesma loja” (+10,2%) de dois dígitos pelo quarto trimestre consecutivo.
Assaí (ASAI3): Gostamos dos números reportados. Refletindo a alta performance da expansão orgânica (+13,2%) e o bom desempenho das vendas “mesma loja” (+9,2%) com ganhos de market share, a companhia apresentou um resultado acima do consenso do mercado. Destacamos o crescimento na receita a/a de 22%, superando os R$ 10b e acima dos R$ 9,8b esperados, além do lucro líquido reportado, também acima do consenso, de R$ 305m, representando um crescimento a/a de 62%.
UNIDAS (LCAM3): A fera está acordada!
A Unidas começou a temporada de resultados das locadoras de veículos com o pé direito. Na prévia que divulgamos anteriormente, já esperávamos que a empresa apresentasse um bom resultado por sua maior exposição ao segmento GTF, que é mais resiliente em momentos de crise, pois não é muito impactada pela queda do turismo. A receita líquida, que cresceu 74,7% a/a devido a uma base de comparação bastante fraca, veio em linha com a nossa estimativa, mas o EBITDA e o lucro líquido vieram 12% e 14% acima respectivamente. O destaque positivo foi a margem bruta e EBITDA da divisão de seminovos, que vieram acima do projetado pelo aumento do preço dos veículos vendidos e o ganho de escala. O resultado desse trimestre reforça nossa visão otimista para a Unidas e para o setor como um todo, com muitas avenidas de crescimento e negociando a múltiplos atrativos.
Pontos Positivos
- Ebitda recorrente subindo 167,1% a/a, devido ao crescimento em todos os segmentos e uma base comparativa mais fraca (o 2T20 foi muito impactado pela 1ª onda da pandemia);
- Pipeline comercial da divisão GTF muito forte, demonstrando a tendência de terceirização de frotas por parte das empresas;
- Compra de 26,6 mil carros, gerando uma adição líquida de 12,1 mil veículos e reduzindo a incerteza sobre a dificuldade da entrega de carros pelas montadoras;
- Tarifa média e taxa de ocupação pouco impactadas pela 2ª onda da pandemia;
- Margem Ebitda Recorde da divisão Seminovos de 19,3%.
Pontos Negativos
- Idade média da frota aumentou 10% a/a, devido ao atraso na entrega de veículos pelas montadoras.
- Preço médio do carro comprado subiu 13%, passando de 63,8 mil para 72,1 mil.
Vivo (VIVT3): Mostrando que Telecom tem espaço pra crescer!
Os resultados do 2T21 foram bons e estão em linha com a nossa tese de longo prazo: a grande estrela da Vivo é a Fibra óptica em expansão. A receita do FTTH aumentou 49,7% a/a e a FIBRASIL já se encontra em operações com previsão de alcançar 2,1 m de HP até o fim de 2021. A receita líquida total cresceu 3,2% a/a, mas quando olhamos para a receita core da companhia, o crescimento foi de 8,2% a.a alcançando R$ 9,4bi. O EBITDA reportado de R$ 4,78bi foi superior em 6,7% em relação ao projetado de R$ 4,48bi, que já representava um otimismo de 4,9% em relação ao consenso de mercado. Com uma redução dos custos e despesas operacionais, além de um leve aumento no D&A, a margem EBITDA reportada também melhorou, crescendo 5,2 pp a.a. Com a Vivo surpreendendo positivamente as expectativas, reiteramos nossa posição de compra na empresa com preço-alvo de R$60,00.
Pontos Positivos
- Bons indicadores econômicos-financeiros a.a.: Receita Core (+8,2%), EBITDA (+16,7%), Lucro líquido (+20,9%);
- Redução da dívida bruta em 60% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. A dívida líquida fechou em –6,6 bi mostrando que a companhia tem forte posição de caixa para aquisição do espectro do 5G;
- Redução dos custos das operações em 2,9% com PDD reduzido e forte digitalização dos canais;
- Churn mensal de pós-pago permanece em níveis mínimos históricos (1,3%).
Pontos Negativos
- Perda de marketshare no segmento pós-pago de 1,9 pp
CARREFOUR (CRFB3): Nem toda comida feia, é ruim
Não nos sentimos desencorajados pelo resultado reportado. Mesmo com os fortes números apresentados no 2T20, o Carrefour ainda conseguiu bons resultados neste trimestre, bem acima de seu nível pré-pandemia. Destacamos o crescimento robusto do Atacadão, influenciado pela abertura de 20 lojas novas com a integração mais rápida do que o esperado das lojas Makros, resultando em um crescimento a/a de 11,5% na receita líquida do grupo. Em um período de 2 anos, o crescimento das vendas do Atacadão atingiu 35,9% (19,7% ‘mesmas lojas’), demonstrando a atratividade deste formato. Do lado negativo, destacamos a performance inferior no multivarejo, com a redução a/a de 12,9% das vendas totais. Essa queda foi impulsionada pelo desempenho do varejo não alimentar, que sofreu uma redução na receita de 25,8% a/a devido aos efeitos da pandemia, porém ainda apresentou crescimento (+14,2%) quando comparado ao 2T19.
Pontos Positivos
- Aceleração da expansão no Atacadão, contribuindo com 9,5% de crescimento da receita no 2T21.
- Integração das lojas Makro foram melhores do que o esperado.
- Crescimento da receita no Banco Carrefour de volta ao território positivo.
Pontos Negativos
- Desempenho inferior no varejo, impactado pela performance do não alimentar, que representou mais de 90% de queda nas vendas em relação ao pico do ano passado.
ASSAÍ (ASAI3): O Filho Prodígio
O Assaí apresentou sólidos resultados neste trimestre, seguindo em linha com seu plano de expansão, mantendo crescimento consistente com rentabilidade e geração de caixa. Com a abertura de 19 novas lojas nos últimos 12 meses, além das 25 em fase de construção, o resultado da companhia superou a expectativa do mercado. Impulsionado pela alta performance da expansão orgânica e a performance ´mesmas lojas´ (+9,2%) também contribuindo para o aumento de vendas, a receita líquida no trimestre superou os R$ 10b, registrando um crescimento a/a de 22%. Demonstrando ainda eficiência operacional e efetividade em seu plano de expansão orgânica, o Assaí reportou um EBITDA de R$ 763m, acima dos R$ 703m esperados pelo mercado, implicando em uma valorização a/a de 47%. Por último, destacamos o crescimento a/a no lucro líquido de 62%. Excluindo ainda os impactos dos créditos fiscais de R$ 41m, o lucro de R$ 264m segue acima do consenso, ressaltando sua efetividade operacional, mantendo um crescimento consistente com rentabilidade.
Pontos Positivos
- Sólido plano de expansão, beneficiando indicadores operacionais: Receita líquida (+22%); EBITDA (+47%); Lucro líquido (+62%).
- Crescimento de 9,2% a/a na performance das ´mesmas lojas´ mesmo comparando com o bom desempenho do 2T20
- Plano de Investimentos bem estruturado com a inauguração de 3 lojas no 2T21 e outras 25 novas lojas em fase de obras em 14 estados.
- Melhora expressiva da relação dívida líquida/EBITDA, alcançando 1,90x no período, versus 2,73x no 2T20, dando continuidade ao processo de desalavancagem.
Pontos Negativos
- Impacto nas vendas com a restrição imposta pelo lockdown, afetando principalmente públicos importantes para o Assaí, como transformadores (bares e restaurantes) e utilizadores (hotéis, escolas, igrejas, etc), que ainda permanecem com fortes restrições em suas atividades.