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Publicado em 13 de Agosto às 11:16:41

Resultado Trimestral 2T21: Vestuários – Renner (LREN3); Grupo Soma (SOMA3) e Marisa (AMAR3)

Avaliação de Resultados

Lojas Renner (LREN3): Outro trimestre de resultados fortes com crescimento da receita de 11,8% na base comparativa com 2T19. O EBITDA reportado foi de R$ 473,8 milhões, acima do consenso de mercado, e um pouco abaixo com o que a Genial estimava por conta dos altos custos em despesas operacionais relativas a sua estratégia de transformação digital. A nova proposta de valor da Renner é criar um ecossistema digital de moda e lifestyle, e neste tri, a empresa realizou uma série de importantes iniciativas principalmente relativas à Realize e às práticas de omnichannel, que já representam 34% da venda online. O GMV cresceu 66,5%, com participação de 14,1% nas vendas totais. A companhia ainda apresenta uma forte capitalização e tem boas oportunidades de abocanhar parte do mercado, ainda mais dos resultados pouco animadores dos seus competidores do mercado de fast fashion.

Grupo Soma (SOMA3): Resultados recordes com crescimento em todas as linhas. Houve ganho de receita expressiva, com alta de 69,2% na base comparativa com 2T19, todas as margens (bruta, EBITDA e líquida) subiram, resultado das iniciativas assertivas do grupo. O EBITDA reportado de R$ 100 milhões foi acima das nossas estimativas. As marcas destaques da companhia foram NV e FARM, com destaque para a FARM Global que cresce a ritmos interessantes nos Estados Unidos e irá a penetrar com maior intensidade na Europa. A Hering, recém-adquirida pelo grupo SOMA, também apresentou resultados fortes em suas lojas, já mostrando ganhos de sinergia.

Marisa (AMAR3): Resultados fracos, abaixo da expectativa de mercado e da Genial, com arrefecimento das vendas nas lojas físicas, perda de receita e de margem. Na base comparativa do 2T29, a empresa reportou uma queda de receita líquida de 9,2%, e o EBITDA foi negativo. Há boa performance no digital, mas que já mostrou sinais de desaceleração do ritmo de crescimento neste trimestre.

Confira um vídeo rápido sobre o balanço.

Lojas Renner (LREN3): Outro tri de resultados fortes, pavimentando caminhos para se destacar no digital

A Renner foi a que teve o melhor desempenho quando comparada a outras principais lojas de fast fashion. Utilizando a base do 2T19, além de apresentar um crescimento positivo de receita, a alta foi de dois dígitos, com aumento de 11,8%. As venda nas mesmas lojas também merecem destaque, com alta de 5,1%. Os bons resultados foram impulsionadas não só por conta dos Dias das Mães e da maior flexibilização do isolamento social, mas também pela assertividade no sortimento da coleção outono-inverno. As margens caíram em comparação a 2T19, com queda de 1,4 pp na margem bruta por conta da alta de custos de matérias-primas (fretes internacionais, produtos importados, inflação, entre outros); enquanto a margem EBITDA caiu 4,7 pp por conta dos maiores investimentos em despesas relativas à transformação digital da empresa.

Uma plataforma digital em expansão e fase de teste

Dentro da sua nova proposta de valor de ser uma plataforma digital, a Renner apresentou evoluções importantes: cresceu 66,5% a/a no GMV, que representa 14,1% das vendas totais. No quesito de recorrência, houve 50 milhões de visitas com 4,9 milhões de downloads do aplicativo. A base ativa de clientes cresceu 89% a/a e em relação ao marketplace, o projeto se encontra em fase de teste com 50 sellers com exceção da Camicado que já opera e teve um crescimento de 17% no número de vendedores.  Merece destaque ainda as iniciativas das práticas omnichannel (integração do online e off-line relativos ao escopo de estoque, canal de venda e serviços de checkout). No trimestre, a empresa abriu 27 novas lojas e investiu no seu CD em São Paulo, que irá aumentar a capilaridade logística da empresa.

Realize

A Realize é o braço de negócio financeiro da Renner e ela está passando por uma transformação importante para um modelo de fintech que irá contemplar os serviços digitais oferecidos pela plataforma aos sellers (B2B), além de continuar servindo como uma ponte de fidelização de clientes (B2C). Neste trimestre, ocorreram iniciativas importantes para a roll out desse novo formato, sendo o principal, o início das operacionalização das contas digitais, e a testagem de novos serviços e modalidades de empréstimos.

Com a faca e o queijo na mão

A companhia ainda apresenta uma alta capitalização, resultado do recém follow on de R$ 4 bi, num momento em que o varejo de vestuário sofre ainda com os impactos da pandemia (basta ver os resultados pouco animadores dos seus pares) e, portanto, ela ainda continua com o potencial de abocanhar parte do mercado e realizar importantes F&A.

Outros pontos positivos

  • Iniciativas inovadoras que buscam reforçar a presença digital da companhia, como lives, parceria com influencers e criação da persona digital (Rennata)
  • Crescimento de 22,5% a/a de clientes ativos, com redução de 60% do churn
  • Crescimento de 43% do cliente omnicanal que gera maior recorrência de vendas
  • Melhora da qualidade de crédito na carteira Meu Cartão e Private Label
  • Fortalecimento dos aspectos ASG sobretudo com a aquisição da Repassa

Outros pontos negativos

  • Redução da participação das marcas de cartão na participação das vendas da companhia, o que pode estar relacionado não só a maior representatividade dos pagamentos à vista, mas também à defasagem da Realize perante às novas tendências de bancos digitais.

Grupo Soma (SOMA3): Crescimento que dá gosto de ver

Resultado recorde acima do estimado pela Genial, com crescimento expressivo de receita líquida de 69,2% em relação ao 2T19. Nesta mesma base comparativa, a margem bruta cresceu 4,2 pp enquanto a margem EBITDA cresceu 6 pp, mostrando os resultados frutíferos da companhia de tornar os canais digitais lucrativos. Com a maior reabertura econômica, as vendas no varejo físico foram impulsionadas com aumento de 11,1% a/a da base de clientes ativos, mas as vendas digitais que já vinham crescendo a uma base forte, também aumentaram expressivamente, com alta de 33,8% a/a. As marcas seguem ganhando market share substancialmente, o destaque fica para FARM Global, que tem expandindo suas operações nos Estados Unidos e agora na Europa, e está possuindo um franco desempenho com alta de 1.137,5% em comparação ao 2T19, sendo que já representa cerca de 14% da receita.

Em relação ao grande case de SOMA, a Hering reportou resultados bons que mostram o fortalecimento e recuperação da marca, mas ainda impactados pelos desafios de abastecimento e pelos planos de reestruturação das operações. A receita bruta cresceu 185% a.a. sobre uma base comparativa fraca. Em relação ao 2T19, houve uma queda de 3,9% por conta das restrições das operações dos parques logísticos e fabris no final do 1T21. O grande destaque fica para o crescimento de 19,4% do ticket médio, de 16,3% das peças por atendimento, e de 3,7% das ‘vendas mesma loja’, todos em relação a 2021

Outros pontos positivos:

  • Redução de 4,5 dias do tempo de entrega (queda de 43% a/a)
  • Baixa alavancagem financeira

Marisa (AMAR3): O patinho feio da temporada

Apesar da maior reabertura econômica e do avanço da vacinação, os resultados do varejo físico não vieram e deixaram a desejar. A receita líquida proveniente das vendas de mercadorias, encerrou em R$ 149 milhões, bem abaixo das nossas expectativas de R$ 654 milhões. Em comparação ao 2T19, a receita líquida caiu 9,2% enquanto a queda da venda nas mesmas lojas  foi de -6,1%.  A margem bruta expandiu em 0,2 pp preservada pela gestão eficiente no estoque, mas mesmo com a queda nas despesas administrativas e de vendas, o EBITDA ajustado ficou negativo.

O digital continua com uma boa performance, mas já mostra sinais de arrefecimento, visto na alta de apenas 17% a/a. Atualmente, as vendas digitais representam 14,4% das vendas totais e o grande destaque fica para o crescimento acelerado de downloads de apps, que já supera a marca de 10 milhões e representa 67% das vendas digitais. Em relação ao M.Bank, mesmo após a reestruturação positiva, o negócio continua a ser impactado pelo menor fluxo de pessoas nas lojas.

Pontos positivos:

  • Evolução do dark store que apresentou R$ 23,6 milhões de faturamento até julho, com redução no tempo de entrega e nos custos de frete.

Pontos negativos:

  • A dívida, um dos principais pontos de atenção da companhia, aumentou em 26,15% e já representa 49% da estrutura de capital da companhia.
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