Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Outubro às 01:00:00

🇧🇷 Seleção Genial – Outubro de 2025

Acompanhe o conteúdo e veja os melhores ativos para investir com foco em retorno para o último trimestre de 2025

Resumo

A Seleção Genial, iniciativa do Genial Analisa lançada em novembro de 2022, reúne 11 ativos com foco em superar o Ibovespa no longo prazo, em alusão ao número de jogadores de um time de futebol. A partir de outubro de 2025, a carteira passará por uma revisão estratégica que amplia o escopo de alocação, passando a considerar também BDRs e ETFs como possíveis componentes.

Além disso, as atualizações deixam de ser esporádicas e passam a ocorrer trimestralmente, com o objetivo de facilitar o acompanhamento por parte dos investidores e reforçar o alinhamento da carteira com tendências de mercado e diferentes perfis de objetivos. A proposta mantém o foco em geração de valor, mas com uma abordagem mais flexível e aderente ao cenário atual.

Performance até 29/setembro

Cenário Macroeconômico

EUA

Em setembro, os Estados Unidos iniciaram uma transição bem-sucedida para um novo ciclo de política monetária, com o Federal Reserve promovendo seu primeiro corte de juros apesar do crescimento robusto da economia no segundo trimestre e projeções ainda sólidas para o terceiro. A decisão refletiu o foco crescente no mercado de trabalho, que mostra desaceleração gradual na criação de vagas, com concentração em setores defensivos. A inflação segue acima da meta, mas sem sinais de aceleração, permitindo ao Fed sinalizar cortes graduais até 2026, trajetória inicialmente recebida com cautela, mas que foi absorvida de forma positiva pelos mercados. No plano fiscal, o aumento do déficit e dos custos da dívida nos EUA passou a ser visto como um risco estrutural relevante, com potencial de limitar respostas futuras a choques.

BRASIL

Em setembro, a economia brasileira mostrou sinais mais claros de desaceleração, com o PIB do segundo trimestre crescendo modestamente e o IBC-Br indicando contração na atividade. O consumo das famílias perdeu força sob o efeito acumulado dos juros elevados, enquanto os investimentos recuaram, deixando o crescimento sustentado basicamente pelo setor externo e pelo consumo público via transferências. A produção industrial acumulou quedas e o PMI de serviços entrou em território contracionista, reforçando o quadro de arrefecimento após meses de política monetária restritiva.

Apesar disso, o mercado de trabalho seguiu resiliente, com desemprego em mínimas históricas e pressões salariais persistentes, o que manteve a inflação de serviços acima da meta. O Banco Central reiterou sua postura conservadora, indicando que a Selic continuará em patamar contracionista por um período prolongado, com foco nas expectativas desancoradas de inflação para 2027. No campo fiscal, houve deterioração adicional, com aumento da dívida pública e sinalizações de mais gastos sociais antes do ciclo eleitoral. A combinação entre política monetária apertada e expansão fiscal ampliou o custo do serviço da dívida, criando um modelo de repasse de recursos para rentistas que o mercado vê como insustentável sem um ajuste fiscal estrutural, considerado improvável antes de 2027.

Trocas na Carteira

A Seleção Genial está passando por uma atualização completa, com mudanças em todas as recomendações. A nova estratégia busca construir um portfólio mais alinhado ao cenário macroeconômico global e brasileiro, incorporando ativos que reflitam oportunidades em diferentes segmentos e regiões.

O objetivo é oferecer uma carteira diversificada, com maior flexibilidade para navegar em ciclos distintos de mercado, ampliando o leque de atuação para além das ações locais. A proposta reforça o compromisso com uma gestão adaptável, que acompanha as transformações do ambiente econômico e os interesses dos investidores.

Nossas expectativas apontam para um cenário que favorece teses com crescimento acelerado e fundamentos sólidos, como Palantir, Aura, Movida, JHSF e Banco Inter, todas com projeções consistentes de expansão e entrega operacional. Ativos de ciclo mais longo, como Copasa, Unipar e o fundo de Ethereum (ETHE11), seguem como alternativas defensivas ou de diversificação, especialmente diante de um ambiente macroeconômico volátil.

Papéis que já mostraram forte valorização em 2025, como Cogna e Moura Dubeux, continuam sustentando otimismo, desde que mantenham disciplina operacional e capacidade de adaptação frente à concorrência e aos desafios do setor.

#1 | P2LT34 – Palantir Technologies

A Palantir Technologies (P2LT34) mantém projeções robustas de crescimento, com estimativas de alta anual de +20,1% na receita e +28,4% no lucro até 2027, impulsionadas pela expansão de soluções em inteligência artificial para grandes clientes institucionais. A expectativa de ROE acima de 22% nos próximos três anos e a tendência de elevação da margem operacional reforçam a atratividade do papel no médio prazo.

Mesmo com valorização recente, o ativo ainda negocia a múltiplos considerados atrativos em relação ao setor de software de IA, com potencial de valorização frente à média de seus pares. Entre os principais riscos, destacam-se a dependência de contratos governamentais, a exposição a regulações nos EUA e a concorrência crescente no segmento de IA, que pode afetar margens e ritmo de expansão. Para 2025, o mercado projeta receita superior a US$ 3,77 bilhões e performance operacional acima da média do setor.

#2 | AURA33 – Aura Minerals

A Aura Minerals (AURA33) tem recomendação de compra apoiada em uma estratégia de crescimento operacional e valorização do ouro. A produção deve crescer 7% em 2025, com destaque para 64 mil onças GEO no 2T25 e perspectivas positivas com o avanço do projeto Borborema. A empresa negocia a EV/EBITDA de 3,8x e P/L de 5,2x para 2026, sugerindo uma TIR superior a 20%.

Entre os riscos, pesam a volatilidade do ouro, desafios de execução em novos projetos e a exposição geopolítica em países periféricos. O guidance da companhia projeta ROE acima de 20%, margens superiores a 35% e expansão das reservas, reforçando o otimismo com os fundamentos.

#3 | COGN3 – Cogna Educação

A Cogna (COGN3) tem recomendação de compra impulsionada por fluxo comprador e sinais de recuperação operacional. O reposicionamento da Kroton e a digitalização dos serviços educacionais abrem espaço para crescimento adicional, enquanto o valuation segue descontado frente ao potencial de reestruturação.

Apesar do momento positivo, o papel enfrenta riscos de correção técnica, dados os indicadores em sobrecompra, além da dependência de expansão doméstica e da exposição a riscos regulatórios do setor educacional. A expectativa é de continuidade da tendência de alta nas receitas, com revisão de múltiplos conforme a empresa consolida resultados e supera resistências técnicas.

#4 | MDNE3 – Moura Dubeux

As ações da Moura Dubeux (MDNE3) acumulam alta de mais de 100% em 2025, impulsionadas por programa de recompra e valorização dos empreendimentos no Nordeste. A companhia apresenta margem líquida de 16,5% e estrutura de capital saudável, com dívida equivalente a 30% do patrimônio líquido, além de manter foco em projetos urban/luxury fora do eixo RJ-SP, o que sustenta expectativas de valorização adicional.

Entre os riscos, destacam-se a sensibilidade ao ciclo macroeconômico, especialmente juros e crédito, além da dependência de condições regulatórias favoráveis ao setor residencial. Para 2025, a empresa projeta EPS de 3,84, margem bruta de 33% e guidance otimista para lançamentos, reforçando os fundamentos positivos da tese.

#5 | MOVI3 – Movida Participações

A Movida (MOVI3) mantém recomendação de compra sustentada por uma tese de crescimento robusto, com lucro projetado para crescer 37,4% ao ano e ROE estimado em 27,8% até 2028. A estratégia combina expansão da frota, digitalização dos canais e ganhos de eficiência, o que contribui para melhora gradual das margens. Apesar da recente valorização, os múltiplos seguem em níveis ainda descontados, indicando potencial de valorização adicional.

Entre os principais riscos estão a pressão sobre margens em cenários de juros mais altos ou encurtamento dos prazos contratuais, além da concorrência acirrada no setor de locação e mobilidade. Para 2025, a expectativa é de receita de R$ 14,45 bilhões, EPS de R$ 0,68 e avanço da margem operacional, reforçando a consistência da trajetória de crescimento.

#6 | BABA34 – Alibaba Group

O Alibaba Group (BABA34) combina fundamentos sólidos com potencial de valorização via reestruturação e inovação em IA, mantendo posições relevantes nos segmentos de e-commerce e computação em nuvem na Ásia. O mercado projeta crescimento superior a 10% ao ano em 2025, com margem EBITDA estável e dividend yield próximo a 2%, além de um salto de +44,9% no pagamento de dividendos neste ano.

O papel segue negociando com valuation descontado, com EV/EBITDA abaixo dos principais pares globais, refletindo tanto o cenário de incertezas quanto o espaço para reprecificação. Os principais riscos envolvem pressões regulatórias e políticas na China, concorrência intensa entre big techs e volatilidade cambial, especialmente em relação ao yuan.

#7 | CSMG3 – Copasa

A Copasa (CSMG3) apresenta uma tese defensiva, com foco em crescimento estável de receitas e dividendos, apoiada em um modelo multiestágios no setor de saneamento. A expectativa é de dividend yield médio entre 7% e 8%, com payout recorrente e desempenho operacional resiliente.

O valuation atual é considerado neutro, refletindo incertezas regulatórias e rumores sobre possíveis mudanças na estrutura de controle, incluindo federalização ou minoritização. Os principais riscos envolvem interferência política no setor, além de impactos operacionais decorrentes de eventos climáticos e geográficos. O cenário base projeta estabilidade nos fundamentos, mas com crescimento limitado no curto prazo.

#8 | JHSF3 – JHSF Participações

A JHSF (JHSF3) apresenta potencial de valorização relevante, sustentado por um portfólio premium que combina receita recorrente em shoppings, imóveis de alto padrão e operações no aeroporto executivo. A empresa mantém equilíbrio entre fluxo contratado e projetos em desenvolvimento, o que reforça previsibilidade de receita e margem.

O papel negocia com valuation sujeito a reprecificação positiva, à medida que a companhia entrega resultados operacionais sólidos. Entre os riscos estão a dependência do consumo de luxo em um ambiente macro incerto e o longo ciclo de maturação dos ativos imobiliários. A expectativa para 2025 é de receita acima de R$ 750 milhões, com margens robustas e payout elevado, sustentando a atratividade da tese.

#9 | ETHE11 – Fundo de Índice Ethereum

O fundo ETHE11 oferece exposição direta à valorização do Ethereum, ativo central no ecossistema de contratos inteligentes e plataformas DeFi. Apesar da alta volatilidade, o ativo se destaca pelo potencial expressivo de retorno em ciclos positivos do mercado cripto, com histórico de desempenho superior ao S&P 500 durante bull markets.

Os principais riscos envolvem incertezas regulatórias, volatilidade cambial e a possibilidade de problemas de custódia ou liquidez, comuns em ativos digitais. Como se trata de um ETF atrelado a criptoativos, o retorno está diretamente ligado à performance do Ethereum, sem geração de caixa própria ou previsibilidade de fluxo.

#10 | INBR32 – Banco Inter

O Banco Inter (INBR32) segue com crescimento acelerado da carteira de crédito, projetando alta de +30% ao ano e ROE de 15,7% em 2025, apoiado em ganhos de escala e eficiência operacional superior a 44%. O papel negocia a 7,7x P/L para 2025, patamar considerado atrativo diante da entrega consistente de resultados e da expansão da base de clientes.

A tese pode ganhar tração com um possível re-rating, à medida que o banco consolida sua posição no mercado digital. Entre os principais riscos estão a inadimplência em um ambiente de crédito mais restrito e a concorrência crescente de fintechs, que pressionam margens e fidelização. A expectativa é de lucro líquido de R$ 1,45 bilhão em 2025, com fundamentos operacionais em evolução.

#11 | Unipar (UNIP6)

A Unipar (UNIP6) oferece uma tese defensiva no setor químico, com foco em diversificação de insumos, forte geração de caixa e política consistente de dividendos, com payout acima de 50%. A empresa se beneficia de ciclos favoráveis de commodities e da expansão da demanda industrial, mantendo margem EBITDA resiliente mesmo em cenários adversos.

Negociando com múltiplos abaixo da média do setor, o papel segue atrativo para investidores que buscam renda e exposição ao segmento industrial. Entre os riscos estão a volatilidade cambial, pressões regulatórias ambientais e a natural sensibilidade aos ciclos de preços de commodities. A expectativa é de receita em alta no curto prazo, reforçando a solidez operacional da companhia.

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