Publicado em 23 de Maio às 16:18:24
O cenário econômico global revelou um mês de abril conturbado, embora com um impacto moderado nos principais índices de mercado. Observou-se uma performance positiva do ouro e de mercados emergentes, incluindo o Brasil, enquanto ativos atrelados aos Estados Unidos, como o petróleo, registraram desempenho negativo. Este panorama sugere uma reavaliação por parte dos investidores em relação à alocação de seus recursos, com destaque para um fluxo de saída de capital dos EUA e um enfraquecimento do dólar, que atingiu seu pior início de ano em três décadas.
O Genoma Ações foi atualizado! A partir de agora temos um novo modelo de recomendações para atender completamente à demanda dos investidores de ações. Nós expandimos nossa cobertura para mais de 200 empresas negociadas da B3, proporcionando a você uma visão abrangente do mercado.
Nosso método aprimorado combina uma abordagem quantitativa e qualitativa, através de uma técnica conhecida como Análise de Fatores ou Factor Investing. Esta técnica nos permite criar uma lista de recomendações de ações, cada uma com um preço-alvo e um fator de ponderação associado. O objetivo é facilitar o processo de decisão e otimizar a montagem de carteiras de investimentos.
É importante destacar um aspecto crucial do nosso algoritmo do Genoma: ele foi projetado para avaliar o ciclo de fundamentos de uma empresa em conjunto com um modelo de precificação de ativos. No entanto, tais modelos não levam em consideração fatores além dos resultados das empresas e das expectativas futuras do mercado em torno de uma ação.
Lembramos que os preços e recomendações apresentados podem diferir daqueles apresentados no Genial Analisa. Este último faz suas recomendações com base na avaliação de seus analistas, portanto, são distintas e não correlacionadas com as recomendações apresentadas pelo Genoma Ações. Cada um desses trabalhos é único e oferece uma visão diferente, permitindo a você como investidor uma análise mais completa e diversificada.
💰 Valor (Value): O fator “valor” se refere ao investimento em ações que são consideradas baratas em relação a certos fundamentos contábeis, como o preço em relação ao lucro, o preço em relação ao valor contábil, o preço em relação às vendas, etc. Este estilo de investimento é baseado na ideia de que essas ações estão subvalorizadas e, portanto, devem proporcionar retornos superiores a longo prazo.
📈 Crescimento (Growth): O fator “crescimento” se refere ao investimento em ações de empresas que estão crescendo a uma taxa acima da média em termos de receitas, lucros, fluxo de caixa, etc. Os investidores em crescimento estão dispostos a pagar um preço premium por ações dessas empresas na expectativa de que o rápido crescimento dos lucros se traduza em retornos de ações superiores.
🚀 Momentum: O fator “momentum” se refere ao investimento em ações que têm mostrado um desempenho superior recente, na esperança de que essa tendência de desempenho continue no futuro. A ideia é que as ações que têm desempenhado bem recentemente continuarão a se sair bem, e as que têm desempenhado mal continuarão a se sair mal.
👑 Qualidade (Quality): O fator “qualidade” se refere ao investimento em ações de empresas de alta qualidade. As métricas para determinar a qualidade variam, mas geralmente incluem coisas como lucratividade, estabilidade dos lucros, eficiência operacional e solidez financeira. A ideia é que essas empresas de alta qualidade são mais propensas a gerar retornos de ações estáveis e superiores a longo prazo.
🐢 Baixo Risco (Low Vol): O fator “baixo risco” se refere ao investimento em ações que têm mostrado menor volatilidade ou risco de queda. A ideia é que essas ações de baixo risco irão, em média, superar as ações de alto risco ao longo do tempo, uma vez que as ações de alto risco estão sujeitas a maiores quedas de preço.
Esses fatores de estilo não são mutuamente exclusivos e podem ser combinados de várias maneiras para criar uma estratégia de investimento diversificada. Além disso, é importante notar que, embora esses fatores tenham proporcionado retornos superiores em média ao longo do tempo, não há garantia de que continuarão a fazê-lo no futuro.
A conjuntura internacional é marcada por uma divergência no desempenho dos ativos. Enquanto o S&P 500 apresenta queda, ações de outras regiões demonstraram valorização em dólares. Este movimento acompanha um fluxo contínuo de saída de recursos dos Estados Unidos. De fato, os ativos norte-americanos, incluindo Treasuries e o próprio dólar, tiveram uma performance significativamente fraca em 2025 quando comparados a ativos de outros países, remetendo a momentos de crises passadas.
No epicentro dessas mudanças, a política tarifária implementada pelo governo Trump nos EUA gera um clima de incerteza. A falta de clareza nos objetivos do governo americano nas negociações comerciais dificulta o avanço das tratativas. Analistas apontam para uma aparente tentativa de conciliar objetivos conflitantes – receita fiscal, reindustrialização e livre comércio – a chamada “trindade impossível” da política comercial.
Há um questionamento interno nos EUA sobre o “privilégio exorbitante” do país. Um reflexo dessa mudança de paradigma é o fim da tradicional correlação negativa entre Treasuries, S&P 500 e o dólar, que agora se mostram positivamente correlacionados, indicando uma possível redução da eficácia dos ativos americanos como refúgio em momentos de crise.
Adicionalmente, o debate sobre a política fiscal nos EUA adiciona uma camada de complexidade, com potencial para agravar o déficit fiscal. Apesar da resiliência da atividade econômica no curto prazo e dos resultados corporativos positivos no primeiro trimestre, as estimativas de lucro para os próximos trimestres estão sendo revisadas para baixo. Indicadores de confiança (soft data) pioraram, e historicamente o hard data tende a seguir o soft data com certo atraso.
O ouro emergiu como o “trade consensual” entre investidores, e observa-se uma reversão do forte posicionamento em ativos americanos. Estruturalmente, bancos centrais têm diminuído a posse de Treasuries americanas e aumentado suas reservas em ouro. Apesar da recuperação do mercado, o pessimismo entre investidores, especialmente estrangeiros, em relação aos ativos americanos permanece elevado. A queda na aprovação de Trump e a preocupação de empresários com as tarifas podem forçar uma reconsideração de suas políticas, com sinais de que ele pode suavizar ou adiar a implementação total das tarifas.
Em meio a este cenário global, o Brasil se destacou positivamente entre os mercados emergentes, com o real apresentando valorização, em parte reflexo da fraqueza do dólar.
Contudo, a análise também utiliza o Brasil como um exemplo dos efeitos negativos de políticas protecionistas. O país é caracterizado por uma alta tarifa média de importação, elevadas barreiras não tarifárias e uma indústria em declínio. Sugere-se que a zeragem das tarifas de importação beneficiaria primordialmente o próprio Brasil, resultando em preços mais baixos para o consumidor.
Surge, assim, uma discussão sobre a oportunidade de o Brasil adotar políticas de livre comércio, seguindo o exemplo da Argentina. Tal movimento, segundo a análise, poderia ser transformacional para a economia brasileira.
Em resumo, o panorama delineia uma reconfiguração nos mercados globais. A política tarifária e fiscal dos EUA gera incertezas e um redirecionamento de capital, com o ouro e mercados emergentes ganhando proeminência. Para o Brasil, o bom desempenho recente contrasta com os desafios estruturais do protecionismo, ao mesmo tempo em que se abre uma janela de oportunidade para uma agenda de livre comércio com potencial de impulsionar a economia. Investidores devem monitorar de perto a evolução desses fatores para a tomada de decisão estratégica.
O Ibovespa está sendo negociado a 7,8 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica de 10,7 vezes. Esse dado reforça a percepção de que o mercado brasileiro segue descontado em relação ao seu histórico, mesmo após a recente valorização dos ativos. Ao excluir Petrobras e Vale — empresas de grande peso e comportamento mais específico — o índice sobe para 9,7x P/L, ainda assim abaixo da média histórica de 12,0x. Isso mostra que, mesmo entre os demais componentes do Ibovespa, os preços seguem atrativos sob a ótica fundamentalista.
As ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 9,2x P/L projetado, também abaixo da média histórica de 11,9x. Esse grupo costuma ser mais sensível ao ciclo de juros e ao cenário político interno, o que torna seus múltiplos ainda mais relevantes neste momento de expectativa que a Selic terminal já estaria precificada. Entre as exportadoras, o P/L projetado está em 7,3x, frente a uma média histórica de 9,6x. Diante da desvalorização recente das commodities, esses papéis continuam descontados, refletindo incertezas no cenário externo e volatilidade cambial.
As small caps estão sendo negociadas a 10,0x P/L, contra uma média histórica de 14,1x, o que indica um dos maiores desvios entre preço e valor dos últimos anos. Esse desconto reforça o potencial dessas empresas em um cenário de melhora global e reprecificação de risco no Brasil.
O cenário atual tem imposto uma série de desafios, tanto no plano internacional quanto doméstico. Nos Estados Unidos, a volatilidade gerada pelas imposições tarifárias do governo Trump e a crescente desconfiança em relação à situação fiscal, agravada por mais um rebaixamento de rating, têm impactado o humor dos mercados.
No Brasil, a condução fiscal e algumas estratégias do governo mal recebidas pelo mercado também geram pressão. Ainda assim, o país tem se beneficiado do redirecionamento de fluxos globais, impulsionado pela instabilidade americana. A temporada de balanços mostrou resiliência, mesmo em um ambiente de crédito mais restrito, e a bolsa segue negociando a múltiplos atrativos. Além disso, a expectativa de que o ciclo de alta da Selic esteja próximo do fim reforça a atratividade dos ativos locais.
Outro fator que já começa a influenciar o mercado é a possibilidade de alternância de poder em 2026, que, embora ainda distante, tem entrado no radar dos investidores.
Mantemos uma visão construtiva para o Brasil, mas com atenção redobrada. A combinação entre a fragilidade fiscal dos EUA e os riscos locais — tanto políticos quanto fiscais — pode testar essa tese. Por isso, é essencial manter vigilância sobre esses temas sensíveis, que, dependendo de sua evolução, podem alterar significativamente o cenário.
⚠️ AVISO IMPORTANTE: Os preços-alvo e recomendações estão sujeitos a alterações com base em informações e fatos relevantes divulgados pelas empresas, assim como os resultados da temporada de balanços. O Genoma é um modelo quantitativo de precificação de ações. É importante ressaltar que este modelo não leva em consideração fatos que não estejam estritamente correlacionados com os resultados corporativos apresentados pelas empresas. Além disso, não considera outras variáveis externas, baseando-se exclusivamente nos resultados corporativos e nas expectativas da equipe do Genial Analisa e do mercado em geral. Investidores devem estar cientes de que decisões de investimento devem ser tomadas com base em uma análise abrangente, considerando diversos fatores, incluindo, mas não se limitando, ao contexto macroeconômico, condições do setor e perfil de risco individual.
Conservador | O investidor considerado conservador é aquele que prefere não correr riscos na valorização do dinheiro que decidiu aplicar. |
Moderado | O investidor moderado é aquele que aplica uma parte dos seus recursos em investimentos com maior risco com o objetivo de obter retornos financeiros acima da média no longo prazo, sem abrir mão de ter parte do seu patrimônio em investimentos mais conservadores. |
Arrojado/Agressivo | Arrojado ou Agressivo é aquele investidor que aceita com tranquilidade os riscos de variação em seus rendimentos/retornos ou até mesmo alterações em seu capital investido inicialmente afim de ter um retorno acima da média no longo prazo. |
Conservador | LOWVOL e DYIELD |
Moderado | VALUE e QUALITY + (classes do conservador) |
Arrojado/Agressivo | GROWTH e MOMENTUM + (classes do conservador/moderado) |
Este relatório tem a finalidade de fornecer uma atualização sobre o cenário macroeconômico e corporativo, levando em consideração os dados trimestrais recentemente divulgados pelas empresas e mudanças das expectativas do mercado. No entanto, gostaríamos de informar uma mudança importante no cronograma de publicação: a partir de fevereiro 2024, este relatório será atualizado mensalmente. Vale ressaltar que esses prazos estão sujeitos a alterações. Mudanças nas condições de mercado ou no calendário de divulgação de balanços corporativos podem exigir ajustes em nossa programação.
EMPRESA | Nome da Empresa |
TICKER | Código Bolsa |
PE (25) | Múltiplo Preço/lucro que representa o número de anos necessários para se obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos. Quanto menor, mais descontado o preço da ação. Expectativa para este ano, 2025. |
PE (26) | Múltiplo Preço/lucro que representa o número de anos necessários para se obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos. Quanto menor, mais descontado o preço da ação. Expectativa para ano que vem, 2026. |
PB | Múltiplo P/VPA é do que preço da ação dividido pelo seu valor patrimonial. Ou seja, o valor do Patrimônio Líquido (PL) por ação. Quanto menor, mais descontado o preço da ação. |
EV/EBTIDA | EV/EBITDA (Valor da Empresa dividido pelo Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) é um múltiplo financeiro utilizado para avaliar o valor de uma empresa. Ele compara o valor total da empresa (incluindo dívida e capital próprio) ao seu lucro operacional ajustado (EBITDA). |
BETA | O beta de uma ação indica se ela é mais ou menos volátil do que o mercado como um todo. Quanto menor o indicador, menor deve ser a oscilação em períodos de depressão ou euforia dos mercados. Investidores mais conservadores devem buscar por ações com beta menor, por outro lado os mais agressivos devem buscar por ações com beta maior. |
SETOR | Setor de atuação da empresa. |
FATOR | Refere-se a uma estratégia de investimento em que as ações são escolhidos com base em atributos que estão associados a retornos superiores. |
RECOMENDAÇÃO | Recomendação de COMPRA, MANTER ou VENDA |
PREÇO-ALVO | Preço-Alvo para os próximos 12 meses. |
UPSIDE | Potencial de retorno até o preço-alvo. |