Publicado em 01 de Maio às 01:00:00
Acompanhe o conteúdo e veja os melhores BDRs e ETFs para investir em maio de 2025.
Abril foi um mês de contrastes, no qual emoções extremas dominaram o fluxo dos mercados. O choque inicial provocado pela ofensiva tarifária dos EUA gerou uma onda de aversão que elevou o VIX a 60 pontos, impulsionou o volume negociado em opções de venda e reforçou a busca por proteção cambial. Ao longo das semanas, porém, o tom foi mudando à medida que a Casa Branca sinalizou recuos táticos e as grandes economias anunciaram contramedidas fiscais.
Em paralelo, indicadores mistos reforçaram o temor de estagflação nos EUA, enquanto a perspectiva de estímulos na Europa e na China reacendeu o apetite por risco em setores selecionados. Nesse contexto de incerteza, ouro e franco suíço romperam recordes históricos, o dólar cedeu terreno e os investidores redirecionaram capital para regiões com prêmio de risco atrativo, como Brasil e Europa periférica.
O Brasil se destacou como porto combinado de carry trade e exposição a commodities agrícolas, atraindo fluxo estrangeiro significativo. O real se apreciou a R$ 5,66, a melhor cotação desde janeiro, impulsionado por entrada líquida de fluxo estrangeiro na B3 e por aumento de posições compradas em real no mercado futuro. Apesar disso, o país enfrenta dilema doméstico: a inflação corrente permanece em 5,5 % a/a, impulsionada por serviços e alimentos, enquanto o hiato do produto dá sinais de reabertura. A inflação implícita de 12 meses recuou de 7,5 % para 5 %, permitindo ao Banco Central sinalizar fim do ciclo de alta com Selic em 14,25 %. Contudo, debates sobre ampliação de isenções no IR e gastos fiscais criam ruído. O risco‑país, medido pelo CDS 5Y cedeu, mas traders de renda fixa alertam que políticas populistas podem anular parte do prêmio.
Atentos a esse cenário de incerteza — que, paradoxalmente, tem feito do Brasil um destaque em termos de desempenho. Os setores de utilities e consumo discricionário lideraram ganhos, beneficiados pelo recuo de 40 bps nas taxas das NTNBs longas. Empresas exportadoras, contudo, mostraram performance mais fraca, acompanhando o recuo de minério de ferro e soja. No mercado de crédito, spreads high yield fecharam em baixa, refletindo melhora de percepção, enquanto emissões de debêntures incentivadas retomaram ritmo.
Nos Estados Unidos, o mês foi marcado por dados que indicam um quadro de desaceleração com inflação ainda resistente: o CPI headline desacelerou para 4,5 % a/a, mas o núcleo seguiu em 4,1 %, pressionado por serviços. O PPI surpreendeu positivamente, porém a leitura do deflator do PIB em 3,7 % reforçou a percepção de pressões de custos persistentes. Em meio a esse turbilhão, o dólar se desvalorizou fortemente, movimento incomum em episódios de stress, evidenciando perda de confiança na qualidade dos ativos americanos. A confiança do consumidor tombou a 86, mínima desde 2020, enquanto o índice de surpresas econômicas Citi virou negativo.
Na Europa, a narrativa foi fundamentalmente diferente. Berlim detalhou um pacote fiscal de 11 % do PIB, superior aos dispêndios de pandemia e reunificação somados, contemplando infraestrutura verde, descarbonização industrial e rearmamento. O anúncio provocou valorização no euro e achatamento da curva alemã, além de atrair fluxos para ações cíclicas do bloco. França, Itália e Espanha já discutem programas espelhados, sinalizando que a União Europeia poderá se destacar nos próximos anos. O BCE, diante desse quadro, indicou disposição em calibrar cortes de juros a partir do terceiro trimestre, contanto que o choque tarifário reduza dinamismo econômico sem reancorar expectativas inflacionárias.
A China seguiu enfrentando desafios domésticos. O PMI industrial caiu de 50,5 para 49, e o componente de novas encomendas cedeu para 47,3, sinalizando contração à frente. As vendas de imóveis novos recuaram 10,9 %, prolongando a crise de liquidez no setor. Pequim reagiu liberando 1,2 trilhão de yuans em linhas de crédito direcionadas e permitiu desvalorização do yuan, buscando alívio para exportadores. Além disso, os formuladores de política estudam cortar o compulsório bancário e acelerar emissões de títulos especiais das províncias, numa tentativa de sustentar a meta de 4,8 % de PIB para 2025.
O ambiente de temor inflacionário combinado a dúvidas sobre crescimento impulsionou movimentos expressivos. O ouro disparou e chegou a atingir US$ 3 650/oz, na máxima de abril, consolidando‑se como o trade mais consensual segundo pesquisa do BofA, que mostrou 46 % dos gestores estão posicionados no metal.
O JP Morgan projetou US$ 4 000 até o 2T26, citando ciclos históricos de estagflação e deterioração fiscal americana como gatilhos. O franco suíço também teve desempenho de destaque, reforçando seu status de última âncora de estabilidade cambial.
Entre as commodities cíclicas, petróleo Brent recuou forte após surpresa negativa em estoques dos EUA, enquanto o cobre corrigiu refletindo as fracas encomendas chinesas. Já as soft commodities, especialmente o café e o açúcar, avançaram devido a quebras de safra latino‑americanas e gargalos logísticos no canal do Panamá.
O Bitcoin ganhou 14 % no mês, superando o desempenho do ouro e retomando sua correlação negativa com o S&P 500 (‑0,28 em 30 dias). Dados on‑chain indicam aumento das posições de longo prazo, e as chamadas “baleias institucionais” voltaram a absorver oferta, sinalizando confiança na tese de alocação tática de até 10 % de reservas em BTC por parte de gestores de fundos macro. Os ETFs spot listados nos EUA registraram entradas líquidas depois de meses de saída. O Ethereum também subiu impulsionado por expectativa de aprovação de ETFs próprios, enquanto projetos de camada‑2 tiveram performance divergente, refletindo rotação para ativos de maior liquidez em períodos de stress.
Renda Fixa: Aumentamos nossa exposição em títulos pré-fixados, mesmo diante das incertezas fiscais no Brasil. A decisão foi apoiada pela queda recente do dólar e pela sinalização de que a Selic terminal está próxima, fatores que fortalecem o argumento para travar taxas atuais.
Empresas Internacionais: Mantivemos a estratégia adotada em abril, priorizando empresas tradicionais, menos expostas às incertezas econômicas e aos impactos da guerra tarifária. As escolhas para o mês de maio foram baseadas na expectativa de resultados positivos com a nova temporada de balanços.
Criptoativos: Após um período de forte volatilidade, elevamos o nível de risco das carteiras, com aumento na exposição a altcoins e redução na alocação em Bitcoin. Na carteira híbrida, que combina ETFs de renda fixa e cripto, também realizamos ajustes, diminuindo a parcela alocada em renda fixa. A reconfiguração reflete um posicionamento mais agressivo diante das oportunidades atuais no mercado digital.
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -5,49% no mês de abril. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho positivo de 0,21%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -18,82% contra uma baixa de -15,51%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Exxon Mobil (EXXO34) e Procter & Gamble (PGCO34). Com Inclusão das ações da Palantir Technologies (P2LT34) e Pagseguro Digital (PAGS34).
A Carteira BDR 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de BDRs Não Patrocinados-GLOBAL (BDRX) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas BDRs de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolhas.
Para o mês de maio de 2025, seguindo a estratégia da Carteira ETF, recomendamos compra de BDEF11, DIVO11, GOLD11, LFTS11 e BDOM11, com alocação de 20% para cada ativo. A carteira ETF Macro apresentou uma alta de 3,14% no mês de março. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 1,00%.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
A carteira RF+ apresentou uma alta de 1,04% no mês de abril. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 1,00%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 4,15% contra uma alta de 4,02%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de abril, foi feita a inclusão da ETF, Juro Pré Curto (IRFM11).
A Carteira RF+ tem por objetivo superar a performance do CDI no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ETFs de Renda Fixa atrelados ao mercado brasileiro fazem parte do universo de escolhas. A carteira é elaborada com apoio e orientação do Estrategista Macro Roberto Motta.
A carteira CriptoFIX apresentou uma alta de 6,89% no mês de abril. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 1,00%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -8,61% contra uma alta de 4,02%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de abril, foram alterados apenas os pesos dos ETFs na composição da carteira.
A Carteira CriptoFIX tem por objetivo superar o desempenho do CDI no longo prazo. Nossa estratégia busca a geração de valor através de uma alocação diversificada entre ETFs de Renda Fixa e ETFs ligados a criptoativos. A depender do cenário macro econômico poderemos ter exposição maior ou menor dentro dessas duas classes.
A carteira Cripto++ apresentou uma alta de 13,12% no mês de abril. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 1,00%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -18,30% contra uma alta de 4,02%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de abril houve a inclusão da ETF, Crypto Momentum (FOMO11).
A Carteira Cripto+ tem por objetivo superar o desempenho do CDI no longo prazo. Nossa estratégia busca a geração de valor através de uma alocação em ETFs ligados a criptoativos. A carteira também tem por objetivo apresentar uma oportunidade de alocação dolarizada.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)