Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Março às 00:01:00

Carteira Recomendada de BDRs e ETFs – Março 2025

Acompanhe o conteúdo e veja os melhores BDRs e ETFs para investir em março de 2025.

Os mercados globais estão em transformação, com investidores reposicionando suas carteiras diante de novos desafios e oportunidades. A valorização dos ativos chineses, a pressão sobre criptomoedas, a política monetária dos EUA e as incertezas no Brasil moldam o atual cenário econômico.

Nesse contexto, a rotação dos investimentos, os impactos da inflação e as mudanças políticas tornam-se fatores essenciais para entender as tendências do mercado. Diante dessas alterações e da instabilidade local e global, estamos voltando a adotar uma postura mais conservadora para mitigar riscos e preservar capital.

Desempenho no mês

Curva de Juros

No Brasil, já se observam sinais de desaceleração econômica. Condições financeiras mais apertadas, política monetária restritiva e a cautela dos bancos privados na concessão de crédito geram preocupação sobre o ritmo de crescimento.

O Banco Central tem adotado uma postura rigorosa, indicando a necessidade de manter uma política monetária contracionista para conter os efeitos de uma política fiscal expansionista. Por enquanto, o temor de um BC menos ortodoxo não se concretizou, e não há sinais de novas medidas fiscais de curto prazo.

A queda na popularidade do governo de Lula introduziu um “risco positivo” ao mercado, aumentando a expectativa de alternância de poder em 2026. Esse fator ajudou a reduzir parte do prêmio de risco dos ativos locais, conforme observado em janeiro. No entanto, o ambiente político segue volátil, e a possibilidade de novas medidas de estímulo por parte do governo pode afetar o cenário fiscal e prolongar a pressão inflacionária. Em meio a essas incertezas, acreditamos que o melhor agora seria de adotar uma postura mais conservadora.

Portfólio Global

As tradicionais Mag7, gigantes da tecnologia dos EUA, têm perdido espaço para as “Terrific Ten” na China, grupo que inclui nomes como Alibaba, Tencent e Meituan. O mercado foi surpreendido pela forte valorização das ações chinesas, impulsionadas pelo chamado “Efeito DeepSeek” e por valuations mais atrativos em comparação com as techs americanas.

Esse movimento não apenas reflete a busca por oportunidades mais descontadas, mas também sinaliza um ajuste no gap de valorização que se abriu nos últimos anos entre os mercados dos EUA e da China. Dentro da bolsa americana, observa-se uma rotação dos investimentos, com capital saindo das Mag7 para outros setores. Essa maior dispersão de retornos favorece gestores ativos, que encontram mais espaço para superar seus benchmarks.

Inflação e o Paralelo com os Anos 1970

A inflação nos Estados Unidos segue como um fator de preocupação. Comparada ao que ocorreu na década de 1970, qualquer sinal de pressão inflacionária mais persistente pode levar a mudanças na política monetária e impactar o sentimento dos mercados.

Outro ponto de atenção é a guerra tarifária, que não apenas afeta os mercados de risco, mas também eleva as chances de um ambiente de menor crescimento e inflação mais alta, refletido nas inflações implícitas nos EUA. Apesar de parecer uma estratégia de negociação por parte de Trump, a incerteza gerada tem impactado negativamente os ativos.

Movimento Clássico de Aversão ao Risco

Os ativos de risco enfrentam um movimento clássico de aversão, impulsionado pelas tarifas impostas por Trump ao Canadá, México e China. Em contrapartida, o ouro tem registrado uma alta significativa, refletindo a busca por segurança. Paralelamente, as taxas de juros nos EUA recuam diante da preocupação com o desempenho econômico americano ao longo do ano.

China: Recuperação ou Falsa Esperança?

Na China, os sinais de atividade econômica são mistos, mas há indícios de estabilização. A maior disposição do governo em estimular o crescimento, somada à adoção de novas tecnologias como o DeepSeek e aos valuations atrativos, tornam os ativos chineses uma das surpresas positivas do ano. No entanto, desafios estruturais, como o setor imobiliário fragilizado e a pressão sobre os bancos, podem limitar a sustentabilidade dessa tendência. O Banco Popular da China (PBOC) deve continuar adotando uma abordagem gradual de estímulo, equilibrando crescimento econômico e estabilidade financeira

Criptoativos: Pressão sobre os “Trump Trades”

O Bitcoin, que atingiu uma máxima histórica de aproximadamente US$ 109 mil em dezembro, caiu abaixo do patamar de US$ 80 mil no final de fevereiro. Vários fatores contribuíram para essa reversão, refletindo mudanças no sentimento do mercado e nas condições macroeconômicas. A aversão ao risco global impactou as criptomoedas, com preocupações sobre tarifas e crescimento econômico afetando o apetite por ativos especulativos. O enfraquecimento da economia dos EUA e o risco inflacionário levaram investidores a adotarem uma postura mais conservadora.

A migração de capital para ativos seguros também influenciou a queda do BTC. Com juros americanos elevados, muitos investidores optaram pela renda fixa, especialmente diante da percepção de que o Fed manteria uma política monetária restritiva. A decepção regulatória nos EUA também pesou sobre o mercado cripto. Apesar da retórica pró-Bitcoin de Trump durante a campanha, medidas concretas para impulsionar o setor não foram implementadas. Nomeações de entusiastas cripto e suspensões de investigações regulatórias tiveram pouco impacto nos preços.

Um dos maiores golpes da história cripto contribuiu para o pessimismo, com hackers roubando US$ 1,5 bilhão em ether da exchange Bybit. Apesar de o ataque ter sido em Ethereum, ele abalou a confiança em todo o setor, levando a uma venda generalizada de ativos digitais. O mercado de criptomoedas enfrenta um momento de cautela no curto prazo, com uma dependência significativa da liquidez global e do sentimento de risco. Sem um catalisador claro de mudança, seja uma inflexão dovish nas principais economias ou uma adoção institucional significativa, a tendência é de lateralização com viés de baixa.

ESTRATÉGIA: como estamos nos posicionando

Renda Fixa: Optamos por uma alocação 100% pós-fixada, considerando os desafios locais e globais. As novas tarifas impostas por Trump e a instabilidade política têm gerado ruídos e pressionado a curva de juros no Brasil.

Empresas Internacionais: Diante do movimento de baixa e de uma temporada de balanços pouco empolgante, realizamos uma mudança significativa na alocação de BDRs. Priorizamos empresas mais tradicionais, menos impactadas pelo cenário de alta de juros. As escolhas para março foram guiadas pelos resultados da última temporada de balanços.

Cripto: Após um forte movimento de realização, adotamos uma postura mais conservadora, reduzindo a exposição em altcoins e aumentando a alocação em Bitcoin. Na carteira que combina ETFs de renda fixa e cripto, aumentamos nossa exposição em ETFs de renda fixa.

Carteira BDR 5+

A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -9,43% no mês de fevereiro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -2,80%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -11,53% contra uma baixa de -6,91%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da Broadcom (AVGO34), Bank Of America (BOAC34), Coinbase Global (C2OI34) e Alphabet (GOGL34). Com Inclusão das ações da Berkshire Hathaway (BERK34), Procter & Gamble (PGCO34), Mcdonald’s (MCDC34) e Alibaba Group (BABA34).

A Carteira BDR 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de BDRs Não Patrocinados-GLOBAL (BDRX) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas BDRs de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolhas.

Carteira ETF MACRO

Para o mês de março de 2025, seguindo a estratégia da Carteira ETF, recomendamos compra de DOLA11, FIND11, GOLD11, LFTS11 e XINA11, com alocação de 20% para cada ativo. A carteira ETF Macro apresentou uma baixa de -3,09% no mês de fevereiro. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 0,94%.

A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.

Carteira RF+

A carteira RF+ apresentou uma alta de 0,90% no mês de fevereiro. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 0,94%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 2,13% contra uma alta de 1,96%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ETF´s Inflação Curto Prazo (B5P211) e Juro Pré Curto (IRFM11).

A Carteira RF+ tem por objetivo superar a performance do CDI no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ETFs de Renda Fixa atrelados ao mercado brasileiro fazem parte do universo de escolhas. A carteira é elaborada com apoio e orientação do Estrategista Macro Roberto Motta.

Carteira CriptoFIX

A carteira CriptoFIX apresentou uma baixa de -13,06% no mês de fevereiro. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 0,94%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -11,43% contra uma alta de 1,96%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de fevereiro, só foram alterados os pesos dos ativos.

A Carteira CriptoFIX tem por objetivo superar o desempenho do CDI no longo prazo. Nossa estratégia busca a geração de valor através de uma alocação diversificada entre ETFs de Renda Fixa e ETFs ligados a criptoativos. A depender do cenário macro econômico poderemos ter exposição maior ou menor dentro dessas duas classes.

Carteira Cripto++

A carteira Cripto++ apresentou uma baixa de -22,24% no mês de fevereiro. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 0,94%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -21,77% contra uma alta de 1,96%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ETF´s DeFi (DEFI11) e Smart Contracts (WEB311).

A Carteira Cripto+ tem por objetivo superar o desempenho do CDI no longo prazo. Nossa estratégia busca a geração de valor através de uma alocação em ETFs ligados a criptoativos. A carteira também tem por objetivo apresentar uma oportunidade de alocação dolarizada.

Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)

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