Filipe Villegas

Carteiras Recomendadas > Carteiras Recomendadas > Carteira Recomendada > 🧬 GENOMA AÇÕES 2.0 – Agosto de 2023

Publicado em 23 de Agosto às 07:00:00

🧬 GENOMA AÇÕES 2.0 – Agosto de 2023

⚠️ Relatório Atualizado em 23/08/2023 refletindo encerramento da temporada de balanços!

🎯 Objetivo

Estamos empolgados em anunciar que o Genoma Ações foi atualizado! A partir de agora, a partir do mês de agosto, temos um novo modelo de recomendações para atender completamente à demanda dos investidores de ações. Nós expandimos nossa cobertura para incluir todas as empresas do Índice Brasil Amplo (IBRA), proporcionando a você uma visão abrangente do mercado.

Nosso método aprimorado combina uma abordagem quantitativa e qualitativa, através de uma técnica conhecida como Análise de Fatores ou Factor Investing. Esta técnica nos permite criar uma lista de recomendações de ações, cada uma com um preço-alvo e um fator de ponderação associado. O objetivo é facilitar o processo de decisão e otimizar a montagem de carteiras de investimentos.

É importante destacar um aspecto crucial do nosso algoritmo do Genoma: ele foi projetado para avaliar o ciclo de fundamentos de uma empresa em conjunto com um modelo de precificação de ativos. No entanto, tais modelos não levam em consideração fatores além dos resultados das empresas e das expectativas futuras do mercado em torno de uma ação.

Lembramos que os preços e recomendações apresentados podem diferir daqueles apresentados no Genial Analisa. Este último faz suas recomendações com base na avaliação de seus analistas, portanto, são distintas e não correlacionadas com as recomendações apresentadas pelo Genoma Ações. Cada um desses trabalhos é único e oferece uma visão diferente, permitindo a você como investidor uma análise mais completa e diversificada.

☑️ Fatores de Estilo

💰 Valor (Value): O fator “valor” se refere ao investimento em ações que são consideradas baratas em relação a certos fundamentos contábeis, como o preço em relação ao lucro, o preço em relação ao valor contábil, o preço em relação às vendas, etc. Este estilo de investimento é baseado na ideia de que essas ações estão subvalorizadas e, portanto, devem proporcionar retornos superiores a longo prazo.

📈 Crescimento (Growth): O fator “crescimento” se refere ao investimento em ações de empresas que estão crescendo a uma taxa acima da média em termos de receitas, lucros, fluxo de caixa, etc. Os investidores em crescimento estão dispostos a pagar um preço premium por ações dessas empresas na expectativa de que o rápido crescimento dos lucros se traduza em retornos de ações superiores.

🚀 Momentum: O fator “momentum” se refere ao investimento em ações que têm mostrado um desempenho superior recente, na esperança de que essa tendência de desempenho continue no futuro. A ideia é que as ações que têm desempenhado bem recentemente continuarão a se sair bem, e as que têm desempenhado mal continuarão a se sair mal.

👑 Qualidade (Quality): O fator “qualidade” se refere ao investimento em ações de empresas de alta qualidade. As métricas para determinar a qualidade variam, mas geralmente incluem coisas como lucratividade, estabilidade dos lucros, eficiência operacional e solidez financeira. A ideia é que essas empresas de alta qualidade são mais propensas a gerar retornos de ações estáveis e superiores a longo prazo.

🐢 Baixo Risco (Low Vol): O fator “baixo risco” se refere ao investimento em ações que têm mostrado menor volatilidade ou risco de queda. A ideia é que essas ações de baixo risco irão, em média, superar as ações de alto risco ao longo do tempo, uma vez que as ações de alto risco estão sujeitas a maiores quedas de preço.

Esses fatores de estilo não são mutuamente exclusivos e podem ser combinados de várias maneiras para criar uma estratégia de investimento diversificada. Além disso, é importante notar que, embora esses fatores tenham proporcionado retornos superiores em média ao longo do tempo, não há garantia de que continuarão a fazê-lo no futuro.

🌎 Cenário Macroeconômico

BRASIL: O Congresso, evidenciando sua independência, sinalizou sua relutância em reverter reformas anteriormente implementadas. Simultaneamente, o Banco Central, mesmo diante de adversidades, manteve uma política monetária contracionista. Esta decisão resultou na desaceleração da economia e na consequente queda das taxas de inflação. Estes acontecimentos, juntos, influenciaram a decisão do Copom de reduzir a Selic em 50 pontos-base. Olhando para o futuro, a prioridade será garantir a estabilidade econômica, enquanto se busca um equilíbrio entre as projeções inflacionárias e os estímulos à economia. No entanto, as projeções atuais sugerem uma possível recessão técnica a partir do terceiro trimestre de 2023 (3T23). Esta previsão é influenciada pela demanda doméstica enfraquecida e um ambiente de incerteza jurídica. Observa-se, também, uma desaceleração contínua do mercado de crédito, marcando o 13º resultado consecutivo de diminuição nas concessões. Enquanto isso, o uso do cartão de crédito rotativo segue crescendo. Contudo, com as taxas de juros em alta, há uma preocupação crescente quanto ao aumento da inadimplência.

EUA: O Federal Reserve, o banco central americano conhecido como FED, aumentou a taxa de juros em 25 pontos-base, passando de 5,25% para 5,5%. Esta decisão vem em um cenário onde os indicadores econômicos apresentam um panorama misto. Embora o PIB do segundo trimestre tenha superado as previsões, observa-se uma desaceleração nos setores industriais. Simultaneamente, a inflação permanece em patamares elevados, atingindo 5,5% ao ano. No entanto, o núcleo da inflação – que exclui as categorias de alimentos e energia, consideradas mais voláteis – apresenta-se mais baixo do que o previsto. Olhando para o futuro, ainda há uma incerteza considerável acerca da política monetária a ser adotada. O cenário econômico poderá levar a mais um aumento de juros, ou ao contrário, repetir a estratégia anteriormente utilizada: uma pausa seguida de uma nova elevação.

CHINA: A China continua navegando por águas turbulentas, enfrentando um cenário adverso marcado pela desaceleração econômica, impulsionada tanto pela crise imobiliária interna quanto por um ambiente externo desfavorável. O crescimento do PIB ficou aquém das expectativas, e o mercado imobiliário persiste em um estado desafiador. Uma preocupação adicional é a alta taxa de desemprego entre os jovens, que alcançou níveis significativos. Isso está restringindo a recuperação da confiança do consumidor e limitando o investimento empresarial, contribuindo para a desaceleração da economia. A demanda interna, por sua vez, permanece fraca, o que adiciona mais pressão sobre a já enfraquecida economia. Até agora, as promessas de estímulo por parte do governo chinês não têm gerado um impacto efetivo na economia local. Enquanto a China busca maneiras de reverter essa tendência, o mercado de commodities segue imerso em um cenário de volatilidade. Este é um sinal de que os investidores estão atentos e reagindo à situação econômica da China, que é um importante consumidor global desses produtos.

Yields americanos, mudança à vista?

Recentemente, temos observado uma alta nas Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), especialmente nos títulos de vencimentos mais longos. Esse movimento pode ser justificado por diversos fatores:

(i) Após o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch, os investidores estão exigindo um rendimento (yield) maior para compensar o risco percebido maior.

(ii) Uma mudança na conduta de política monetária pelo Banco do Japão (BOJ) está atraindo capital de volta para o Japão, que é o maior financiador externo dos EUA.

(iii) A expectativa de uma economia americana ainda resiliente foi confirmada recentemente pela divulgação de dados robustos sobre o mercado de trabalho norte-americano.

Este cenário, inicialmente, está provocando uma alta dos juros no mundo desenvolvido, fortalecimento do dólar e uma queda ainda tímida das bolsas americanas. Ainda é incerto como isso irá impactar a demanda por investimentos em países emergentes, no entanto, é um desenvolvimento que merece monitoramento atento. A evolução destes fatores poderá ter implicações significativas para as decisões de investimento e a dinâmica dos mercados globais.

Ibovespa está caro ou barato?

Apesar de ter apresentado uma valorização de 21,20% em dólar em 2023, a bolsa brasileira ainda está sendo negociada a um múltiplo de preço/lucro (P/L) de 8,4 para os próximos 12 meses. Esse valor está abaixo da média histórica de 11,1. Se excluirmos Vale e Petrobras da conta, esse número sobe para 10,3, ainda 7% abaixo da média histórica.

Uma perspectiva adicional a ser considerada é a relação entre o indicador P/L de 12 meses e o rendimento (yield) da NTN-B de 10 anos (que representa o retorno do investidor acima da inflação ao investir em um título IPCA+ com vencimento de 10 anos). Esta correlação sugere que, quando o yield é menor, o Ibovespa tende a negociar com um múltiplo P/L mais alto.

A análise deste gráfico sugere que ainda há espaço para a taxa de juros futura cair à medida que novos cortes na Selic forem anunciados. Portanto, acreditamos que o mercado de ações ainda tem espaço para subir.

Fluxo de Investidor Estrangeiro

O fluxo estrangeiro na B3 alcançou o seu maior valor acumulado em 2023. Com a iminência de um novo ciclo de cortes de juros, temos presenciado o ressurgimento de novas ofertas no mercado de capitais. Este fenômeno pode criar uma disputa por recursos e, potencialmente, limitar movimentos mais intensos de alta. Embora o Brasil esteja recebendo maior atenção dos investidores estrangeiros, é importante ressaltar que a bolsa brasileira precisa de um influxo contínuo de capital novo para sustentar uma tendência de alta. Ou seja, a entrada de dinheiro novo é crucial para alimentar o dinamismo do mercado de ações.

Efeito Selic nas ações brasileiras

Nesta semana, o Banco Central iniciou um ciclo de redução das taxas de juros, com um corte significativo de 0,50%, diminuindo a Selic de 13,75% para 13,25%. Quanto mais rápida for essa redução nas taxas de juros, maiores serão os efeitos sentidos no mercado. Há uma expectativa de que essa ação possa elevar o Ibovespa a patamares ainda mais altos do que os já vistos em 2023. O último ciclo de alta durou 15 meses e resultou em aumentos de 11,75%, elevando a Selic de 2,00% para 13,75%. Isso acabou penalizando empresas fortemente vinculadas à economia local.

Ao realizar uma regressão linear, analisando a variação mensal da Selic e do Ibovespa desde 2005, concluímos que uma queda de 1% na taxa de juros gera um retorno positivo de aproximadamente 8% para o Ibovespa. Ao olharmos para os ciclos passados de redução da taxa de juros desde 2005, quando a Selic começou a alcançar níveis mais moderados, observamos que houve 5 ciclos até agora. Eles resultaram em uma queda média da Selic de 5,25 pontos percentuais e uma valorização média do Ibovespa de 33%. Portanto, as tendências históricas indicam que uma redução na taxa Selic pode ser um sinal positivo para o mercado de ações brasileiro, mas como sempre, é importante monitorar o cenário macroeconômico e os fatores globais que podem impactar o mercado.

Qual estilo tende a performar melhor com a queda dos juros?

Ao analisar os três últimos ciclos de queda da Selic – que ocorreram entre agosto de 2011 e abril de 2013 (1), outubro de 2016 e junho de 2019 (2), e julho de 2019 até agosto de 2020 – não é possível concluir com segurança estatística que um determinado fator de estilo (como valor, crescimento, qualidade ou momentum) tenha consistentemente superado os outros.

Diante dessa constatação, acreditamos que a estratégia mais eficaz pode ser identificar ações e setores que apresentam uma correlação negativa com a curva de juros. Ou seja, ações e setores que tendem a se beneficiar quando as taxas de juros caem.

Além disso, é fundamental que essas ações e setores também apresentem bons fundamentos, como fortes balanços, fluxos de caixa sólidos, e perspectivas positivas de crescimento. Com essa abordagem, os investidores podem ter a oportunidade de superar a média do Ibovespa, mesmo em um ambiente de queda de juros.

No entanto, como sempre, é importante lembrar que investir em ações envolve riscos e os investidores devem considerar cuidadosamente suas próprias circunstâncias financeiras, tolerância ao risco e objetivos de investimento ao tomar decisões de investimento.

🗣️ Comentário do Estrategista: no cenário atual, como investir?

A busca por uma carteira diversificada é uma estratégia fundamental em qualquer cenário econômico. Diversificar entre empresas, setores e fatores de estilo pode ajudar a proteger o investidor de eventuais turbulências em segmentos específicos do mercado.

A correlação dos ativos com os contratos futuros de DI de 1 dia, negociados na B3, oferece uma visão interessante sobre como diferentes ativos podem responder a mudanças nas expectativas de taxa de juros. Ativos com correlação negativa com contratos futuros de DI de 1 dia podem se beneficiar de quedas nas taxas de juros. Combinar essa análise com a avaliação do potencial de retorno de ações específicas pode fornecer uma visão mais completa sobre onde estão as melhores oportunidades.

Mesmo que o mercado já esteja antecipando o movimento de corte de juros pelo COPOM, ainda existem oportunidades. O diferencial será encontrado em empresas com sólidos fundamentos que operam em um ciclo econômico mais favorável.

No entanto, é vital estar ciente dos riscos:

  1. Globalmente: A atividade econômica mundial, e em particular a situação nos EUA após o recente rebaixamento e a alta das Treasuries, pode impactar significativamente os mercados emergentes, incluindo o Brasil.
  2. Localmente: No Brasil, o desafio iminente será a discussão do orçamento para 2024. As decisões tomadas aqui podem influenciar a confiança dos investidores e a trajetória da economia.

📑 Tabela de Recomendações

⚠️ AVISO IMPORTANTE: Os preços-alvo e recomendações estão sujeitos a alterações com base em informações e fatos relevantes divulgados pelas empresas, assim como os resultados da temporada de balanços. O Genoma é um modelo quantitativo de precificação de ações. É importante ressaltar que este modelo não leva em consideração fatos que não estejam estritamente correlacionados com os resultados corporativos apresentados pelas empresas. Além disso, não considera outras variáveis externas, baseando-se exclusivamente nos resultados corporativos e nas expectativas da equipe do Genial Analisa e do mercado em geral. Investidores devem estar cientes de que decisões de investimento devem ser tomadas com base em uma análise abrangente, considerando diversos fatores, incluindo, mas não se limitando, ao contexto macroeconômico, condições do setor e perfil de risco individual.

👤 Perfil de Investidor

ConservadorO investidor considerado conservador é aquele que prefere não correr riscos na valorização do dinheiro que decidiu aplicar.
ModeradoO investidor moderado é aquele que aplica uma parte dos seus recursos em investimentos com maior risco com o objetivo de obter retornos financeiros acima da média no longo prazo, sem abrir mão de ter parte do seu patrimônio em investimentos mais conservadores.
Arrojado/AgressivoArrojado ou Agressivo é aquele investidor que aceita com tranquilidade os riscos de variação em seus rendimentos/retornos ou até mesmo alterações em seu capital investido inicialmente afim de ter um retorno acima da média no longo prazo.

🚦 Recomendações de Fatores de Estilo para cada Perfil de Investidor

ConservadorLOWVOL e DYIELD
ModeradoVALUE e QUALITY + (classes do conservador)
Arrojado/AgressivoGROWTH e MOMENTUM + (classes do conservador/moderado)

🔂 Recorrência

Este relatório tem a finalidade de fornecer uma atualização sobre o cenário macroeconômico e corporativo, levando em consideração os dados trimestrais recentemente divulgados pelas empresas e mudanças das expectativas do mercado. No entanto, gostaríamos de informar uma mudança importante no cronograma de publicação: a partir de agosto de 2023, este relatório será atualizado mensalmente, geralmente próximo ao dia 5 de cada mês. Vale ressaltar que esses prazos estão sujeitos a alterações. Mudanças nas condições de mercado ou no calendário de divulgação de balanços corporativos podem exigir ajustes em nossa programação. Continuaremos a nos esforçar para fornecer atualizações oportunas e precisas, independentemente dessas variáveis.

💭 Explicando nosso quadro de recomendações (Glossário)

EMPRESANome da Empresa
TICKERCódigo Bolsa
PE (23)Múltiplo Preço/lucro que representa o número de anos necessários para se obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos. Quanto menor, mais descontado o preço da ação. Expectativa para 2023
PE (24)Múltiplo Preço/lucro que representa o número de anos necessários para se obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos. Quanto menor, mais descontado o preço da ação. Expectativa para 2024
PBMúltiplo P/VPA é do que preço da ação dividido pelo seu valor patrimonial. Ou seja, o valor do Patrimônio Líquido (PL) por ação. Quanto menor, mais descontado o preço da ação.
EV/EBTIDAEV/EBITDA (Valor da Empresa dividido pelo Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) é um múltiplo financeiro utilizado para avaliar o valor de uma empresa. Ele compara o valor total da empresa (incluindo dívida e capital próprio) ao seu lucro operacional ajustado (EBITDA).
BETAO beta de uma ação indica se ela é mais ou menos volátil do que o mercado como um todo. Quanto menor o indicador, menor deve ser a oscilação em períodos de depressão ou euforia dos mercados. Investidores mais conservadores devem buscar por ações com beta menor, por outro lado os mais agressivos devem buscar por ações com beta maior.
SETORSetor de atuação da empresa.
FATORRefere-se a uma estratégia de investimento em que as ações são escolhidos com base em atributos que estão associados a retornos superiores.
CURVA CURTACorrelação de 12 meses entre ação e os contratos futuros de DI de 1 dia com vencimento entre 2024 e 2026.
CURVA MÉDIACorrelação de 12 meses entre ação e os contratos futuros de DI de 1 dia com vencimento entre 2027 e 2029.
CURVA LONGACorrelação de 12 meses entre ação e os contratos futuros de DI de 1 dia com vencimento entre 2031 e 2033.
RECOMENDAÇÃORecomendação de COMPRA, MANTER ou VENDA
FECH.Preço de fechamento referente a 22/08/2023
PREÇO-ALVOPreço-Alvo para os próximos 12 meses.
UPSIDEPotencial de retorno até o preço-alvo.
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