Publicado em 07 de Maio às 07:00:00
Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir com foco em dividendos em maio de 2024
Abril foi um mês desafiador para a Carteira Top Dividendos, que registrou uma queda de 2,0%, um desempenho inferior ao do Ibovespa, que fechou com uma redução de 1,7%. As mudanças nas perspectivas de política monetária nos EUA e a deterioração fiscal no Brasil influenciaram negativamente o desempenho dos ativos locais. Por outro lado, o início de maio trouxe sinais positivos dos EUA. Após uma sequência de dados menos favoráveis, dois desenvolvimentos proporcionaram algum alívio ao mercado. Primeiramente, as declarações de Powell e a ata da reunião do Fed indicaram que o risco de não haver cortes de juros este ano foi eliminado, afastando também o cenário de uma retomada no ciclo de alta de juros nos EUA. Além disso, os novos dados do mercado de trabalho americano revelaram a criação de 175 mil empregos não agrícolas, abaixo do esperado, com um aumento na taxa de desemprego para 3,9% e um crescimento salarial menor que o antecipado, sugerindo um esfriamento da economia.
Esse começo de mês de maio foi positivo para nossa carteira, desde o nosso último rebalanceamento, a carteira obteve um leve ganho de +1,2%, superando o avanço do Ibovespa de +0,75%, com destaque para os dividendos recebidos. No total, obtivemos um retorno via proventos de +0,9% no mês e totalizando um Dividend Yield de 10% desde o início. Nossa tese de que a Petrobras poderia se recuperar da queda caso voltasse atrás na discussão dos dividendos extraordinários estava correta. Desde nosso último rebalanceamento, observamos distribuições significativas de dividendos em empresas como Petrobrás (+7,5%), Vivo (+2,3%) e Cyrella (+2,7%), fortalecendo nossa estratégia focada em geração de renda passiva.
Para o próximo mês, esperamos uma continuidade na volatilidade, com foco especial em eventos como decisões de política monetária nos EUA e no Brasil. Não faremos mudanças nos ativos, apenas concentraremos mais peso naqueles que possuem boas perspectivas para a temporada de resultados do 1T24 e parecem estar mais descontados em termos de valuation.
A Carteira Top Dividendos visa superar o desempenho do IDIV no longo prazo por meio de empresas que apresentarão retornos totais acima da média do mercado. Elaboramos esta carteira para potencializar os retornos dos investidores via recebimento de proventos.
A seleção dos ativos se baseia em critérios fundamentalistas, alinhados com as opiniões do time do Genial Analisa. Analisamos as dinâmicas dos setores, a qualidade das empresas, a geração de caixa e a necessidade de investimento projetada das empresas no médio/longo prazo.
Apesar dos recentes alívios nas tensões monetárias nos EUA, o cenário global continua desafiador, com sinais mistos que demandam uma abordagem cautelosa. Ao longo de abril, o cenário econômico global demonstrou sinais de deterioração, com dados reforçando a resiliência da economia americana, mas também indicando desafios persistentes no controle da inflação. A força do mercado de trabalho americano e as revisões nas expectativas para a política monetária têm gerado volatilidade nos mercados financeiros, impactando as taxas de juros e as expectativas de investidores globalmente. Durante o mês, o índice de contratações, veio acima das estimativas do consenso, indicando uma pressão contínua no mercado de trabalho e nos salários. Este cenário tem complicado a tarefa dos bancos centrais, tanto do Fed quanto do Banco Central do Brasil, de moderar a inflação sem desacelerar o crescimento econômico. Essas condições reforçavam a perspectiva de manutenção dos atuais níveis de juros por um período prolongado, com alguns analistas especulando que cortes significativos só poderiam ocorrer em 2025.
Após um período de pessimismo, a reunião do Fed trouxe algum alívio. A leitura das falas do Presidente do banco central americano Jerome Powell e ata da reunião do Fed afastaram o risco de não haver cortes de juros em 2024 e de uma retomada no ciclo de alta. O mercado reagiu positivamente, com a saída desses dois riscos de cauda, trazendo um certo alívio para o mercado de juros.
Na sequência, para sacramentar essa melhora do cenário, no mês em abril a criação de empregos não agrícolas veio bem abaixo do consenso de mercado, refletindo em uma taxa de desemprego maior que a esperada. Estes dados, juntamente com o crescimento salarial abaixo do esperado, possibilitaram movimentos significativas de queda nos juros globais. É importante lembrar que, as revisões retroativas frequentes nos dados de payroll requerem cautela na interpretação desses números, que ainda se mantêm próximos do nível necessário para estabilizar a taxa de desemprego.
O cenário descrito acima tem implicações diretas para a política monetária e as condições econômicas no Brasil. A valorização do dólar, impulsionada pelas expectativas de manutenção dos juros nos EUA, impacta diretamente a economia brasileira, pressionando a inflação e complicando o ciclo de afrouxamento monetário planejado pelo Banco Central do Brasil. Este contexto exige uma estratégia de investimento cautelosa, dada a volatilidade dos mercados e a incerteza sobre as políticas monetárias futuras.
A atividade robusta no mercado de trabalho sugere um impacto potencial sobre a demanda interna, que pode levar a pressões inflacionárias, especialmente sobre o IPCA de serviços. O aumento nos pedidos de demissão voluntária também indica um mercado de trabalho flexível, com trabalhadores sentindo-se confiantes para mudar de empregos, refletindo um ambiente de emprego favorável que suporta o consumo.
Neste momento, mantemos a projeção de um corte 0,5pp na taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. Os dados recentes do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que mostraram um mercado ainda aquecido, solidificam nossa expectativa de que o Banco Central brasileiro seguirá uma trajetória de afrouxamento monetário, mesmo diante de um cenário internacional complicado. Estamos confortáveis com essa projeção, consistentemente mantida desde fevereiro, à medida que os dados mais recentes reforçam essa percepção.
No fiscal, a divulgação recente da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para os próximos anos sugere um relaxamento nas metas de superávit primário, refletindo um ajuste de 0,5% do PIB para um equilíbrio fiscal em 2025, com revisões subsequentes para 2026 e 2027. Essa redução nas metas fiscais teve um impacto significativo nos mercados, questionando a credibilidade do arcabouço fiscal brasileiro e levantando preocupações sobre a flexibilidade das metas fiscais em resposta a desafios econômicos.
O governo brasileiro enfrenta desafios consideráveis para aumentar as receitas através de uma maior carga tributária, necessária para cobrir aumentos de gastos já contratados que correspondem a aproximadamente 2% do PIB. Até o momento, os esforços para aumentar a arrecadação têm sido insuficientes, colocando pressões adicionais sobre a situação fiscal do país. Essas dinâmicas serão cruciais nas discussões no Congresso, influenciando decisões sobre programas de preservação do emprego e exonerações fiscais para municípios e setores específicos.
Ainda que o fechamento do mês trouxe uma taxa abaixo das suas máximas nos últimos 28 dias, ainda estamos longe das mínimas, marcando mais um mês de abertura da curva de juros, ou seja, com o mercado precificando uma necessidade de juros maiores em 2024. Esse movimento foi influenciado principalmente por dois fatores. O primeiro deles atrelado às mudanças das perspectivas sobre a trajetória dos juros nos EUA, que está com uma economia ainda resiliente e um mercado de trabalho apertado. Já o segundo motivo recai sobre as perspectivas do mercado sobre a condução da política fiscal aqui no Brasil, em que os últimos acontecimentos mostraram uma deterioração das contas públicas e, assim, pressionando ainda mais a parte mais longa da curva. A parte mais curta, que embute um peso maior sobre as perspectivas de condução de política monetária, foi ajudada no mês por dados de inflação bem melhores do que o esperado.
O Ibovespa está sendo negociado a 7,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, representando um desconto de 30% sobre sua média histórica de 11,0x. Excluindo Petrobras e Vale, o índice está sendo negociado a 9,6x P/L, abaixo da média histórica de 12,2x, com desconto de 21%. Ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 9,0x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica de 12,1x e com desconto de 26%. As ações de empresas exportadoras estão sendo negociadas a 7,3x P/L, abaixo da média histórica de 10,0x e com desconto de 27%. As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 9,2x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica de 14,4x e com desconto de 36% sobre sua média.
Abril marca o quarto mês consecutivo de saída de capital estrangeiro do mercado acionário brasileiro, com uma retirada acumulada de R$ 10,9 bilhões no mês e R$ 33,8 bilhões no ano, até o dia 26 de abril. Contrastando com essa tendência, o investidor local tem demonstrado um crescente interesse em adquirir ações, particularmente o investidor pessoa física, que lidera esse movimento de compra com um saldo positivo de R$ 16,2 bilhões no ano.
O investidor institucional também reverteu sua postura de retirada vista em 2023, registrando agora um saldo positivo de aproximadamente R$ 6,5 bilhões no ano. Abril viu uma entrada significativa de quase R$ 5 bilhões pelo institucional, maior entrada desde agosto do ano passado. Já o Pessoa Física, marcou o quarto mês consecutivo de entradas com saldo positivo acumulado em abril de R$ 3,6 bilhões.
Desde seu lançamento, a carteira Top Dividendos apresenta um rendimento de 21,1% já contabilizando os proventos pagos. Até agora, conseguimos alcançar aproximadamente 10,3% de retorno por meio de proventos. Abril foi outro mês bom para os investidores que buscam renda recorrente, com um retorno de 1,2% via proventos. Destacamos os proventos de Petrobras, Cyrela, Vivo e Eletrobrás que apresentaram retorno equivalente a 7,5%, 2,7% , 2,3% e 1% respectivamente.
Embora estejamos abaixo dos principais índices de referencia, seguimos cumprindo com nosso propósito de fazer poucas trocas e gerar provento de forma recorrente. Desde a sua criação, a carteira teve apenas 17 empresas, sendo que 6 delas nunca saíram do nosso portfólio. Seguiremos, buscando empresas com diferenciais competitivos interessantes, atrativas em termos de valuation e com boas perspectivas de geração de caixa.
Esperamos que o próximo mês continue a apresentar alta volatilidade, influenciado significativamente por decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. As incertezas persistentes em ambos os cenários reforçam a necessidade de uma estratégia cautelosa. Em resposta, decidimos manter a composição atual dos ativos, focando em aumentar o peso daqueles com boas perspectivas para a temporada de resultados do primeiro trimestre de 2024 e que estão sendo negociados a valuations atraentes.
Embora estejamos menos convictos de um cenário amplamente positivo como no início do ano, ainda acreditamos que a redução das taxas de juros, tanto americanas quanto da Selic, eventualmente beneficiará o mercado acionário. Nossa abordagem para o próximo mês é cautelosa, mas proativa, ajustando a carteira ao ambiente atual:
A carteira agora fica com a seguinte concentração:
O Itaú apresentou mais um resultado robusto no 1T24, possivelmente sendo o maior lucro do setor financeiro. O lucro líquido recorrente de R$ 9,8 bilhões registrou sólidos crescimentos de +3,9% t/t e +15,8% a/a, em linha com nossas projeções (+0,7%) e as expectativas do mercado (+0,9%). A rentabilidade (ROE) permaneceu consistente em níveis elevados, atingindo 21,9%, com um aumento de +0,7pp t/t e +1,2pp a/a.
O trimestre reforça a consistência dos resultados que o banco vem apresentando ao longo deste ciclo de crédito, resultado de melhorias nos processos, tecnologia, modelos de crédito e gestão de pessoas e cultura. As receitas totais continuaram em ascensão, enquanto as despesas administrativas foram mantidas sob controle e o custo de crédito diminuiu neste trimestre, resultando em uma expansão da rentabilidade. No entanto, a carteira de crédito, conforme a visão do BACEN, permaneceu mais contida. Por outro lado, na visão ampliada, que inclui títulos privados encarteirados (excluindo variações cambiais), o crescimento da carteira saltou para 5,6% a/a e 1,0% t/t, alcançando R$ 1,18 trilhões.
O Itaú continua sendo nossa preferência no setor financeiro. Na nossa avaliação, as ações do Itaú ainda estão sendo negociadas com um valuation atrativo de 6,6x P/L e um dividend yield que deve ultrapassar os 9% em 2024, dado que o banco deve aumentar o payout esse ano para distribuir o excesso de capital que vem acumulado. Somente neste trimestre, o Itaú adicionou 20bps em capital principal organicamente.
Reduziremos nossa exposição em Eletrobras de 13,0% para 12%, refletindo preocupações com o ambiente político e a volatilidade nos preços de energia. Seguimos achando o case mais barato do setor elétrico (TIR implícita estimada 14% em termos reais), confiantes no turnaround da empresa, com foco em redução de custos, venda de ativos non-core e re-precificação do seu portfólio de energia, mas optamos por uma abordagem cautelosa diante dos riscos políticos e regulatórios atuais.
Aumentaremos nossa posição em Petrobras de 10,0% para 11%, considerando seu potencial de geração de caixa robusta e a expectativa de manutenção da política de dividendos atrativa. Apesar das preocupações geopolíticas e do ambiente regulatório volátil, Petrobras oferece uma oportunidade de investimento atraente no setor de óleo e gás, especialmente se os preços globais do petróleo se mantiverem estáveis ou subirem. Apesar dos pesares, a empresa deve reportar outro trimestre interessante do ponto de vista operacional, tendo em vista o patamar do preço do petróleo ao longo do 1T24 e razoável manutenção da paridade do preço, o que deve favorecer as margens de refino.
Considerando o preço médio realizado de US$85/barril no 1T24 e câmbio de R$4,9/US$, estimamos um EBITDA de R$77 bilhões no trimestre. Considerando as nossas estimativas para o 1T24 e a fórmula proposta de dividendos, o dividendo anunciado deve ser de pelo menos R$1,3/ação, implicando em um rendimento em dividendos de 3,1% se considerarmos os atuais preços da PETR4. Não consideramos distribuição de dividendos extraordinários nesse trimestre.
Diminuiremos ligeiramente nossa participação no Banco do Brasil de 10,0% para 9%, ajustando nossa exposição ao setor financeiro enquanto balanceamos a carteira. O Banco do Brasil divulgará os resultados do 1T24 em 08 de maio, e esperamos mais um trimestre de resultados robustos. Nossas projeções indicam um lucro líquido de R$ 9,26 bilhões, com uma leve queda de –1,9% em relação ao trimestre anterior (t/t), mas um crescimento de +8,4% em relação ao 1T23 (a/a). Além disso, estimamos uma rentabilidade (ROE) de 21,1%, representando um aumento de 0,4 pp em relação ao trimestre anterior (t/t) e 1,4 pp em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (a/a), refletindo a atual fase de forte desempenho do BB. Projetamos um robusto dividend yield de 9,5% para 2024.
Vemos os múltiplos do banco ainda em patamares muito atrativos, negociando a apenas 4,18x P/L 2024E. Em relação ao valuation, observamos que a diferença entre o múltiplo P/L do Banco do Brasil e da média dos incumbentes (Itaú, Bradesco e Santander) tem diminuído, ficando ligeiramente acima da média histórica. No entanto, acreditamos que essa redução é justificável pela melhora de rentabilidade apresentada no histórico recente do banco e piora da rentabilidade de outros pares como Bradesco e Santander.
Manteremos a alocação em BB Seguridade estável em 10%, reconhecendo a resiliência e a estabilidade da empresa no setor de seguros. A BB Seguridade continua a apresentar um desempenho financeiro sólido, se beneficiando de um portfólio diversificado que abrange seguros, previdência e capitalização. Suas operações são reforçadas por uma base de clientes robusta e uma parceria estratégica com o Banco do Brasil, o que proporciona um acesso contínuo a novos clientes. No 1T24, A BB Seguridade apresentou um lucro líquido de R$ 1,84m no 1T24, queda de -10,3% t/t e leve crescimento de +4,7% a/a, ficando praticamente em linha com nossas estimativas (R$ 1,88b) e com o consenso de mercado (R$ 1,9b).
Prevemos que a empresa manterá uma distribuição de dividendos atrativa, apoiada por uma gestão eficiente e uma capacidade sustentada de geração de lucros. Apesar do resultado mais morno do 1T24 em termos de lucro, o desempenho operacional veio com boas tendências. Ainda enxergamos as ações da BB Seguridade sendo negociadas a níveis de valuation atrativos, com um P/L de 8,0x para 2024 e com um dividend yield de 10,9%. Além disso, a empresa está executando seu programa de recompra (buyback) de ações, indicando sua percepção de que o preço atual está abaixo do valor justo.
Aumentaremos a posição em B3 de 8,0% para 10%, antecipando uma melhoria no volume de negociações e eficiência operacional ao longo do ano. Com a expectativa de redução na taxa Selic e melhoria do ambiente macroeconômico, B3 deve beneficiar-se como a principal bolsa de valores do país. Os dados operacionais da B3 reportados até agora, já mostram que o 1T24 apresentou queda de -10,5% a/a no ADTV, atingindo R$ 23,4b. Para o 1T24, esperamos que o lucro líquido fique em R$ 1,02b (+11,5% t/t e -6,3% a/a), beneficiado trimestralmente pela redução dos níveis de despesa, já que no 4T23 houve uma antecipação que elevou a linha custos. Esperamos que com a queda da Selic e melhora do cenário macro global, pode ocorrer uma recuperação ao longo do ano. Além do valuation atraente, nossa tese de maior penetração dos produtos da B3 no mercado brasileiro por conta da redução da taxa de juros permanece válida no longo prazo, mas reconhecemos que tanto o cenário local quanto internacional vêm se deteriorando ao longo do ano, jogando contra nossa tese de investimento. Acreditarmos que a margem de segurança para comprar as ações da B3 aumentara. Hoje vemos a companhia negociando apenas 14,0x P/L 24E, enquanto os pares internacionais negociam próximo de 20x P/L 24E.
Reduziremos a alocação em Vale de 10,0% para 8% devido ao ambiente desafiador para as commodities metálicas e à incerteza geopolítica global. Apesar de ser um dos principais players no mercado de minério de ferro, a redução reflete nossa estratégia de minimizar riscos associados à volatilidade do setor de commodities. No 1T24, a Vale apresentou estabilidade na receita líquida consolidada, com destaque para o aumento de 6,2% na receita de finos de minério de ferro, impulsionada pela retomada dos embarques no terminal de Ponta da Madeira. O custo C1 se manteve estável, graças a um equilíbrio entre a exclusão de efeitos não recorrentes e a desvalorização cambial.
Acreditamos que, apesar das incertezas ligadas a China e dos ruídos que o acordo de Mariana e as tentativas de intervenções políticas na companhia trazem, não se justifica a retirada de Vale da carteira dado seu potencial de geração de caixa operacional.
Também aumentaremos nossa participação em Vivo de 6,0% para 7%, considerando sua performance consistente no setor de telecomunicações e a capacidade de manter um fluxo de caixa saudável. Vivo continua a se beneficiar da expansão dos serviços de dados e da robustez de sua operação, o que a torna uma ação defensiva atrativa.
Para 2024, mantemos uma visão positiva para a Vivo devido a capacidade de crescer a receita acima da inflação e continuar a ser uma boa geradora de caixa. Além disso, prevemos para este ano o reajuste de 66% da base clientes em abril e mais 33% no mês de setembro, ambos ajustes sendo feitos acima da inflação. Dessa forma, reforçando ainda mais a habilidade da empresa em estabelecer preços que estejam em sintonia com o desempenho financeiro. Ainda mais, esperamos um dividend yield de 8,1% para esse ano, com a possibilidade ser ainda maior devido à redução de capital. Inclusive, já foi aprovado pela Anatel o pedido de redução do capital social de até R$5b, do qual a primeira parcela de R$1,5b será paga em 10 de julho de 2024.
Elevaremos nossa alocação em Auren de 6,0% para 7%, refletindo sua posição defensiva e potencial de rendimento estável. A empresa tem boas perspectivas para o ano de 2024, com seu portfólio de energia praticamente todo contratado, oferecendo estabilidade de receita frente à volatilidade dos preços de longo prazo de energia. Para além disso, a empresa possui um caixa robusto, derivado da securitização da indenização da UHE Três Irmãos, o que deixa a companhia em uma posição bem confortável: ela pode aproveitar oportunidades de investimento que apareçam no mercado, como leilões e aquisições privadas, ou então pode distribuir ainda mais dividendos extraordinários para os acionistas.
Aumentaremos a alocação em Cyrela de 5,0% para 7%, atraídos pela sua forte gestão e perspectiva de crescimento no setor imobiliário. No quarto trimestre de 2023, a Cyrela apresentou resultados robustos, refletindo sua excelente gestão financeira e operacional. A empresa demonstrou um retorno sobre o patrimônio (ROE) anualizado de 13%, evidenciando a eficiência operacional. As operações de incorporação da Cyrela e os resultados das suas investidas listadas (Cury, Lavvi, e PLPL) foram particularmente fortes, o que deve impulsionar ainda mais os resultados no primeiro trimestre de 2024. Mesmo negociando a um prêmio de 1,3x o valor patrimonial (P/BV), consideramos que a Cyrela está bem posicionada para um crescimento significativo, com uma estrutura de capital pouco alavancada, com apenas 5% de dívida líquida sobre o patrimônio líquido.
A expectativa de queda nas taxas de juros imobiliárias no segundo semestre de 2024 sugere um ambiente mais favorável para o setor, podendo impulsionar a demanda por imóveis de média e alta renda. Outro aspecto relevante diz respeito a estrutura de capital pouco alavancada da Cyrela, que permite que ela aproveite oportunidades de crescimento sem comprometer seu balanço. A administração conservadora da Cyrela já começa a demonstrar otimismo para os lançamentos no ano corrente, uma postura que reforça a confiança na sua capacidade de execução e visão estratégica. Com uma estrutura de capital pouco alavancada, a Cyrela está bem posicionada para aproveitar as melhorias do mercado imobiliário sem comprometer seu balanço financeiro.
Após uma forte recuperação desde o último rebalanceamento, estamos reduzindo a participação em JBS será de 8,0% para 4%. Recentemente a Tyson Foods, um importante concorrente da JBS divulgou seus resultados do segundo trimestre fiscal de 2024. A empresa apresentou volumes estáveis e uma lucro operacional ajustado significativamente melhorado de US$406 milhões. A divisão de carne bovina segue enfrentando desafios, sendo necessário o ajustou do guidance para o ano fiscal de 2024, estimando agora perdas entre US$400 milhões e US$100 milhões. Embora os resultados da Tyson Foods mostrem uma melhora importante nas margens operacionais, o ambiente de negócios na divisão de carne bovina segue desafiador nos EUA, devido à oferta limitada de gado. Esperamos que a JBS apresente resultados parecidos em sua divisão de carne bovina nos EUA. Em resposta às turbulências no setor de commodities alimentares e aos desafios operacionais específicos enfrentados pela empresa, vamos proteger a carteira contra oscilações de preço no setor de proteínas e incertezas econômicas globais.