Publicado em 04 de Setembro às 07:00:00
Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir com foco em dividendos em setembro de 2024
Em agosto, a Carteira Top Dividendos registrou um desempenho de +7,4%, ligeiramente abaixo do Ibovespa, que avançou 8,1%. Contudo, considerando o retorno desde o último rebalanceamento, entre 5 de agosto e 2 de setembro de 2024, a carteira superou o índice, com 8,2% contra 7,7%. Mesmo com todas as incertezas, o período foi positivo para as ações de países emergentes com o mercado precificando o corte de juros nos EUA em setembro. Esse movimento fica evidente quando olhamos o fluxo de investidor na B3 no mês de agosto, que marcou a segunda entrada consecutiva de capital estrangeiro na bolsa brasileira, com um saldo positivo de R$ 10 bilhões, reduzindo o déficit acumulado do ano para R$ 27 bilhões.
A temporada de balanços no Brasil refletiu positivamente na Carteira Top Dividendos, com 6 das 10 empresas selecionadas apresentando retornos acima de 10%. A estratégia de rebalanceamento adotada em agosto foi acertada, especialmente na redução da exposição às commodities através da Vale e aumento da exposição ao o setor financeiro, favorecido pelo retorno significativo de capital estrangeiro. Esses resultados demonstram que podemos seguir nos beneficiando do fluxo de capital estrangeiro sem necessariamente aumentar o risco.
Ao longo do ano, nossa carteira apresenta alta de 1,4%, superando o Ibovespa subiu 0,5% até o dia 02 de setembro de 2024. Seguimos cumprindo nosso papel de garantir renda recorrente. No último mês nosso retorno via proventos foi de 1,2%, destaque para BBSE3, PETR4 e BBAS3 com dividendos equivalentes a 4,1%, 3,1% e 1,8%, respectivamente. Atingimos um Dividend Yield acumulado de 13,5% desde a publicação da primeira carteira, reforçando nossa estratégia de concentrar em empresas resilientes e com forte geração de caixa, mesmo em um contexto volátil.
Para setembro, o foco está no banco central americano devido às expectativas de início do ciclo de redução das taxas de juros por lá. Embora isso possa beneficiar mercados emergentes como o Brasil, os desafios locais persistem. Rumores sobre a situação fiscal do Brasil continuam a preocupar os investidores, influenciando a confiança e potencialmente afetando as expectativas de cortes de juros por aqui. Frente a isso, nossa estratégia se mantém cautelosa, incorporando um pouco mais de risco, mas ainda assim, priorizando ativos defensivos e diante das possíveis turbulências no cenário econômico local.
A Carteira Top Dividendos visa superar o desempenho do IDIV no longo prazo por meio de empresas que apresentarão retornos totais acima da média do mercado. Elaboramos esta carteira para potencializar os retornos dos investidores via recebimento de proventos.
A seleção dos ativos se baseia em critérios fundamentalistas, alinhados com as opiniões do time do Genial Analisa. Analisamos as dinâmicas dos setores, a qualidade das empresas, a geração de caixa e a necessidade de investimento projetada das empresas no médio/longo prazo.
Agosto foi um mês marcado por volatilidade e ajustes significativos nas expectativas econômicas, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Nos EUA, o foco esteve na interpretação dos dados econômicos e nas expectativas em torno da política monetária. O medo de uma recessão fez com que o mercado revisasse as expectativas de cortes de juros de dezembro para setembro. No Brasil, persistiram as discussões a respeito da política monetária que será adotada pelo BCB nos próximos meses. O cenário de aumento nas taxas de juros se consolidou diante das expectativas de inflação que continuaram a desancorar.
A convergência dessas tendências faz com que, em setembro, as atenções continuam voltadas para os Estados Unidos, onde o presidente do FED indicou uma iminente mudança na política monetária. Embora Powell não tenha confirmado explicitamente uma redução das taxas de juros, ele sinalizou a possibilidade de começar os cortes já na reunião de setembro. Embora Powell não tenha confirmado explicitamente uma redução das taxas de juros e tenha sinalizado a possibilidade de cortes já em setembro, esse movimento, favorável a mercados emergentes, enfrenta desafios locais no Brasil, onde preocupações fiscais continuam afetando a confiança dos investidores
Nos Estados Unidos, o foco esteve nas condições de crescimento e nas preocupações crescentes com uma potencial recessão. Dados econômicos mistos, incluindo indicadores de emprego abaixo do esperado e a produção industrial fraca, levantaram questões sobre a resiliência da maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, o mercado lidou com as implicações das decisões de política do Federal Reserve, que enfrentava o desafio de conter a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.
Inicialmente, havia uma expectativa moderada de que o Fed poderia começar a reduzir as taxas de juros em dezembro de 2024, especialmente se a economia americana mostrasse sinais claros de desaceleração. No entanto, dados econômicos mistos ao longo de agosto, como relatórios de emprego mais fracos e indicadores de atividade econômica abaixo do esperado, levantaram preocupações sobre uma possível recessão. Isso fez com que o mercado começasse a considerar a possibilidade de cortes de juros antes do previsto.
Adicionalmente após declarações de alguns membros do FED, sugerindo que o debate sobre cortes de juros em setembro já era apropriado, o mercado passou a especular um corte inicial de 0,25pp, com discussões sobre a intensidade e a duração do ciclo de redução devido à inflação ainda acima da meta e uma economia mostrando sinais de arrefecimento.
No Brasil, as principais discussões se mantém em torno da direção futura das taxas de juros no país. Após o forte movimento de depreciação do real em junho e julho, as expectativas de inflação para os próximos anos seguem acima da meta. Esse cenário, gerou uma reação importante dos membros Banco Central. Tanto Roberto Campos Neto, o atual presidente do Banco Central do Brasil, quanto o futuro presidente indicado Gabriel Galípolo adotaram posturas que reforçam o compromisso do Banco Central com o controle da inflação. O segundo, com um discurso mais duro, que foi bem recebido pelo mercado e ajudou a consolidar as expectativas de uma política monetária rigorosa no futuro próximo.
Na primeira quinzena de agosto, a reação positiva do mercado caminhou junto ao consenso de que o próximo movimento do COPOM seria uma elevação das taxas de juros. Nesse período, observamos uma recuperação parcial do real frente ao dólar e um fechamento da ponta longa da curva de juros. Os dados econômicos divulgados durante o mês mais robustos do que o previsto, com indicadores de desemprego se mantendo baixos e as vendas no varejo mostrando resiliência, sugeriram que a economia brasileira esta operando com uma dinâmica mais aquecida que o previsto, o que poderia justificar uma política monetária mais restritiva para controlar as expectativas de inflação. Na segunda quinzena do mês, observamos uma abertura mais forte da curva de juros, com maior intensidade nos vencimentos mais longos.
No âmbito fiscal, as dificuldades ainda persistem dada incapacidade do governo de atingir as metas de superávit primário. O Orçamento para o próximo ano sugere que a dívida pública como proporção do PIB continuará crescendo, pressionando as taxas de juros de longo prazo para cima. Essa situação é agravada por uma política fiscal expansionista, com déficits públicos elevados e um aumento esperado na taxa de juros. Apesar dos avanços econômicos, a taxa de investimento no Brasil segue baixa, aumentando preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento econômico.
Apesar de o Ibovespa ter fechado agosto com uma alta expressiva de 8,1%, essa performance não reflete a realidade de um mês que foi tudo menos tranquilo. O período foi marcado por mudanças importantes no cenário econômico, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Com o mercado precificando um corte nos juros nos EUA, ciclo de alta nas taxas de juros no Brasil e uma temporada de resultados do 2T24 superando as expectativas. No movimento de entrada de investidores estrangeiros, os ativos de alta qualidade foram os primeiros a se beneficiar, setores como o financeiro, consumo básico e utilidades se destacaram no período.
Por outro lado, enquanto o petróleo se manteve relativamente estável, o minério de ferro e outras commodities metálicas enfrentaram pressão devido à desaceleração econômica na China. Isso impactou negativamente empresas brasileiras ligadas à mineração e siderurgia. Vale lembrar que uma Selic mais alta no curto-prazo, afeta negativamente o lucro das empresas mais alavancadas.
O Ibovespa está sendo negociado a 8,1x P/L projetado para os próximos 12 meses, o que representa um desconto de 26% em relação à sua média histórica de 10,9x. Quando excluímos Petrobras e Vale, o índice está sendo negociado a 10,5x P/L, também abaixo da média histórica de 12,2x, com um desconto de 14%. As ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 9,8x P/L, um desconto de 19% em relação à média histórica de 12,0x. Já as empresas exportadoras estão com múltiplos ainda mais descontados, sendo negociadas a 6,6x P/L, o que representa um desconto de 34% em relação à média histórica de 9,9x. Por fim, as Small Caps estão sendo negociadas a 9,0x P/L projetado para os próximos 12 meses, significativamente abaixo da média histórica de 14,2x, com um desconto de 37%.
Agosto marca o segundo mês de entrada de capital estrangeiro do mercado acionário brasileiro, depois de um primeiro semestre de saída (-R$40,1 bilhões). A entrada foi de R$ 10 bilhões no mês reduzindo a saída para R$ 27 bilhões no ano. Em relação ao investidor local, o institucional apresentou uma saída de R$ 14,8 bilhões, após saída de R$ 6,5 bilhões no mês anterior. No ano, o saldo está negativo em R$ 19,8 bilhões. Já o investidor pessoa física teve sua primeira saída depois de 7 meses de entrada, com saldo negativo acumulado em agosto de R$ 4,2 bilhões e uma entrada de R$ 19,3 bilhões no ano.
Desde o lançamento, a Carteira Top Dividendos alcançou um retorno total de 27,9%, com um Dividend Yield acumulado de 13,5%. Em agosto, as ações de PETR4, ITUB3 e ELET3 foram os grandes destaques da nossa carteira, com rendimentos de 12,4%, 12,1% e 11,2% respectivamente. Os proventos pagos neste mês atingiram 1,2%, refletindo uma robusta distribuição de renda passiva de Petrobras, Banco do Brasil e BB Seguridade. Esses retornos reforçam a eficácia da carteira em gerar renda isenta de imposto de renda para os investidores. O Dividend Yield total acumulado é de 13,5%.
O dividend yield da carteira é calculado pela diferença entre a performance dos ativos ajustada por proventos e não ajustada.
Em agosto, a Carteira Top Dividendos registrou um desempenho de +7,4%, ligeiramente abaixo do Ibovespa, que avançou 8,1%. Contudo, considerando o retorno desde o último rebalanceamento, (05/08/24 a 02/09/2024), a carteira superou o índice, com 8,2% contra 7,7%.
Diante da possibilidade de cortes de juros nos EUA, estamos focando nossas alocações no setor doméstico, buscando empresas que possam se beneficiar de um aumento do fluxo de investidor estrangeiro na bolsa brasileira.
Entra Copasa (CSMG3): A empresa vem fazendo um bom trabalho no que diz respeito a aumento de eficiência, algo que já conseguimos ver em seus números tendo em vista a atual rentabilidade da empresa, generosidade em dividendos, endividamento sob controle, tudo a um nível de avaliação que consideramos convidativo sob a perspectiva dos múltiplos.
Sai Auren (AURE3): Aos atuais níveis de preço, vemos AURE3 negociando com potencial limitado em relação ao nosso preço-alvo e com TIR real de 9% – interessante, mas não o suficiente para mudar nossa recomendação. Dentre as geradoras/transmissoras, seguimos preferindo ELET3.
Aumentando Eletrobras (ELET3): estamos aumentando nossa exposição ao setor de energia elétrica, adicionando mais 3pp da nossa alocação em ELET3. Seguimos confiantes que o overhang gerado pelos ruídos políticos esteja próximo do fim. Um possível acordo com o governo seria um catalisador importante para a empresa. Adicionalmente temos observado pressões altistas nos preços da energia de longo prazo, que também são favoráveis para a empresa.
Reduzindo Vale (VALE3): Estamos reduzindo novamente nossa posição em Vale em decorrência do cenário de curto prazo para o minério de ferro, que segue predominantemente negativo. A principal preocupação é desaceleração econômica na China. A produção de aço na China, que estava em níveis elevados de forma aparentemente artificial para sustentar a economia, começou a mostrar sinais de fraqueza. Essa queda foi acompanhada por uma redução significativa na demanda interna, o que levou a uma queda nos preços do minério de ferro. Além disso, os estoques de minério de ferro nos portos chineses estavam em níveis elevados, exacerbando o problema. Mesmo com algumas notícias sobre possíveis estímulos econômicos na China, o cenário geral permanece fraco.
A carteira agora fica com a seguinte concentração:
O Banco do Brasil teve um 2T24 sólido, com um lucro de R$ 9,5 bilhões, mantendo um ROE 21,1%. Nossas expectativas apontam para um segundo semestre melhor que o primeiro. Para o segundo semestre, esperamos uma dinâmica similar, mas com a melhor sazonalidade de final de ano impulsionando o lucro do banco em direção ao guidance. Talvez a maior dúvida permaneça sendo o custo de crédito, que está vindo maior (pior) do que o esperado, forçando o banco a ajustar suas projeções. Por outro lado, os fortes resultados de sua controlada na Argentina, o Banco Patagonia, ajudaram o BB a revisar para cima o guidance de Margem Financeira (NII), neutralizando o efeito da piora no custo de crédito.
Acreditamos que o Banco do Brasil permanece com um valuation atraente, sendo negociado abaixo de seu valor patrimonial e com um ROE superior ao seu custo de capital. As ações estão sendo cotadas a múltiplos descontados em relação aos seus pares, com um P/L de 4,4x para 2024e e 4,1x para 2025e, e um P/VP de 0,9x para 2024e. Apesar dos múltiplos baixos, o banco mantém um desempenho operacional robusto, comparável ou superior ao de seus concorrentes. Adicionalmente, o banco oferece um dividend yield generoso estimado em 9,1% para 2024.
O banco teve mais um trimestre de resultados consistentes, com nova expansão de rentabilidade e crescimento de lucro, atingindo um novo recorde histórico e consolidando sua posição de liderança no setor financeiro. O lucro líquido recorrente do trimestre ultrapassou a marca de R$ 10 bilhões, subindo a seu ROE para notáveis 22,4%. Na nossa avaliação, as ações do ITUB3 estão sendo negociadas com um valuation atraente de 7,7x P/L para 2024, 6,9x P/L para 2025 e P/VP de 1,71x em 2024. Adicionalmente, estimamos um generoso dividend yield de 7,8% para 2024, dado que o banco deve aumentar o payout esse ano para distribuir o excesso de capital acumulado.
Durante a conference call, o CEO reafirmou o alinhamento de interesses com o controlador Banco do Brasil, destacando a intenção de renovar o contrato entre as duas entidades, que atualmente se estende até 2033. O CEO enfatizou que a relação entre a BB Seguridade e o BB é de longo prazo e reconheceu que o contrato atual pode causar desconforto entre investidores. Alguns dias depois o CEO do Banco do Brasil confirmou que já estão antecipando as discussões de renovação do contrato com a BB Seguridade e as JVs (com Mapfre, Principal e Icatu) nessa gestão do BB. Não existe a possibilidade de não renovar o contrato de distribuição da BB Seg. Vão tentar maximizar o relacionamento com as JVs e não prejudicar a BB Seguridade, que é do Bando do Brasil. Se a renovação do contrato for antecipada e modificada para renovações automáticas é uma sinalização positiva para BB Segueridade. Vemos as ações como um papel defensivo com um dividend yield interessante e consistente em 9,6% 2024e, além de múltiplos atrativos, negociando apenas 9,1x P/L 2024e e 8,2x P/L 2025e.
Como já mencionamos, a Eletrobras (ELET3) ainda negocia ao patamar de uma empresa estatal, apesar de ser uma empresa privada em meio a um processo de transformação que vem demonstrando resultados promissores a cada trimestre. Esse desconto no preço se deve ao risco político associado à empresa e à falta de novidades claras sobre a evolução da eficiência operacional, como PDIs, venda de ativos e incorporação de subsidiárias. Esperamos que novidades nesse sentido sejam anunciadas em breve, fortalecendo nossa expectativa positiva. Atualmente, a empresa negocia a uma Taxa Interna Implícita de Retorno de 12,2% em termos reais (vs. 6% em termos reais nas NTN-Bs), e apenas 5,5x EV/EBITDA para 2024, um valor considerado muito depreciado para uma empresa privada de Geração/Transmissão de Energia Elétrica.
A empresa segue fazendo bem o seu dever de casa em termos de alocação de capital, capturando um novo projeto com receita dolarizada fora do país em condições que julgamos muito atraentes. Os projetos adquiridos somam mais de R$2 bilhões em novos investimentos, o que deve pressionar o endividamento da empresa (~3x dívida líquida/EBITDA), podendo levar a empresa a ser mais conservadora na distribuição de proventos. De acordo com as nossas estimativas, a empresa deve seguir distribuindo “apenas” 50% dos seus resultados até pelo menos 2029. Aos atuais níveis de preço e já considerando esse novo projeto em nossas estimativas, vemos ALUP11 negociando com uma TIR implícita real de 10% (vs NTN-B 6,2% em termos reais), já considerando os novos projetos adquiridos – valor interessante, mas preferimos alterar a nossa recomendação quando observarmos mais prêmio no papel.
De acordo com a política de dividendos da empresa, a empresa deve distribuir até 50% do seu lucro líquido ajustado. De acordo com as nossas estimativas, o rendimento em dividendos esperado deve ser de 7-8% ao longo dos próximos anos. Observando nossas estimativas de endividamento, percebemos que a relação Dívida Líquida/EBITDA da empresa não ultrapassa o patamar de 1,5x – o que julgamos um endividamento baixo para a empresa, tendo em vista o setor que a atua e sua geração de caixa operacional. Sendo assim, acreditamos que dividendos extraordinários devem ser anunciados sem causar grande impacto em sua saúde financeira. Aos atuais níveis de preço, vemos a CSMG3 negociando com uma TIR implícita de 12,2% – prêmio interessante vs NTN-Bs longas.
No 2T24, a empresa anunciou a distribuição de R$13,6 bilhões em proventos, sem distribuição de dividendos extraordinários. Em termos anualizado e razoavelmente normalizados, estamos falando de um rendimento de pelo menos 11% ao ano. Apesar dos dividendos recorrentes próximos às nossas expectativas no 1S24, entendemos que ainda existe a possibilidade de pagamentos de dividendos extraordinários. Apesar dos overhangs, Petrobras ainda oferece valuation interessante e um fluxo de caixa robusto que pode sustentar dividendos extraordinários.
Apesar dos riscos associados a commodities, o cenário para o petróleo parece ser de estabilidade. Entre os fatores baixistas, as preocupações com uma recessão global, e a possível ascensão de Donald Trump nas pesquisas eleitorais aparecem como um sinais de que a produção de petróleo nos EUA poderia aumentar, em meio a uma desaceleração na demanda global, pressionando os preços para baixo. Por outro lado, o mercado de petróleo segue sustentado por uma disrupção estrutural na oferta global. Pontualmente, paralisações na produção devido a tensões geopolíticas no Oriente Médio também ajudam a sustenta o patamar de preços.
Matemos nossa posição em Vivo na carteira inalterada, principalmente devido ao forte potencial da empresa em desempenho operacional e oportunidades de crescimento futuro em serviços digitais. Seguimos confiantes na estratégia da empresa de diversificar suas fontes de receita para além dos serviços de telecomunicações tradicionais, expandindo para serviços digitais e de nuvem mais lucrativos e com maior potencial de crescimento. Entendemos que a ação sofreu exageradamente com os riscos relacionados ao aumento de competição. Além disso, dada a natureza do setor, consideramos uma posição de natureza defensiva, que tende a apresentar melhor desempenho em momentos de volatilidade. Além disso, a empresa demonstra fundamentos sólidos, com perspectivas de crescimento acima da inflação e um aumento significativo na geração de caixa, previsto no patamar de um dígito alto. Por fim, a política de remuneração aos acionistas prevê um retorno via recompra de ações e dividendos, com uma expectativa de payout de 100%.
No 2T24, Cyrela apresentou resultados que julgamos fortes e esperamos uma reação positiva do mercado. Os principais destaques foram: (i) melhoria da margem bruta, se recuperando do solavanco do último trimestre, (ii) crescimento significativo da receita, apesar dos baixos lançamentos devido às chuvas no RS e trava na emissão de outorgas em SP até o final do trimestre e (iii) resultado muito positivo das JVs listadas. Com todos estes pontos, a companhia atingiu um ROE anualizado forte de 19%, implicando em um earnings yield de 19,5%.
O ritmo de vendas apresentado no 2T24, dita uma perspectiva muito positiva para o segundo semestre de 2024, que deverá contar com um crescimento significativo nos lançamentos. Esperamos uma boa absorção do mercado, implicando em crescimento nas vendas e na receita. Acreditamos que a margem bruta ajustada de Cyrela deva continuar neste patamar próximo aos 35%, sem muita variação no curto e médio prazo, o que significa que a maior parte do crescimento de lucro deve ser relacionado ao crescimento de receita e resultados das JVs.
Depois de uma grande novela, a Vale oficializou o nome de Gustavo Pimenta como seu novo CEO (diretor presidente), eleito de forma unânime pelo Conselho de Administração, após um longo imbróglio para processo de seleção. O Sr. Pimenta, que atualmente é CFO (diretor financeiro) da companhia, traz mais de 20 anos de experiência executiva. Concluímos que a decisão nos parece assertiva, retirando um dos overhangs (faltam os empasses envolvendo Mariana e as ferrovias ainda).
O valuation ainda nos parece excessivamente penalizado pelo mercado, negociando a um EV/EBITDA 25E de 3,3x (vs. 5,0x na média histórica) e por ser uma companhia com geração sólida de fluxo de caixa nesse nível de preço descontado (+) programa de recompras de ações. Projetamos um Dividend Yield 24E de ~10%, limitado pelas nossas premissas mais rigorosas ligadas ao pagamento das provisões para o acordo de Mariana.