Publicado em 08 de Maio às 09:01:00
Abril: o “Liberation Day” e os impactos nos mercados globais
Abril ficou marcado como o mês do “Liberation Day”, após o presidente Donald Trump anunciar tarifas de importação significativamente mais severas do que o consenso de mercado esperava. A medida provocou um forte enfraquecimento do dólar frente a outras moedas e uma queda acentuada nos principais índices acionários norte-americanos.
Esse movimento reforçou a tese de rotação de ativos, impulsionando bolsas fora dos EUA, além de ativos como ouro e bitcoin — sinalizando uma migração dos investidores para fora dos ativos de risco norte-americanos.
Na segunda quinzena do mês, o governo dos EUA adotou um tom mais conciliador, anunciando uma suspensão de 90 dias nas tarifas para alguns países e isenções para determinados produtos eletrônicos. A mudança de postura favoreceu os ativos de risco de forma geral, permitindo que as bolsas americanas recuperassem boa parte das perdas acumuladas na primeira metade do mês.
Brasil: cenário externo favorável e política doméstica turbulenta
No Brasil, o ambiente econômico apresentou poucas novidades, mas o cenário político segue conturbado. Por outro lado, o contexto internacional tem colaborado com o trabalho do Banco Central: dólar mais fraco, petróleo em queda, alimentos mais baratos e estímulos chineses que contribuem para um ambiente global mais deflacionário.
Esse conjunto de fatores abre espaço para que o BACEN finalize o ciclo de alta de juros em 14,75%, com possibilidade de iniciar o ciclo de cortes ainda este ano.
O mercado de juros continua sendo o principal vetor para os demais ativos de risco. Com uma taxa terminal de Selic mais baixa e cortes antecipados no radar, os ativos de risco tendem a se beneficiar. Já observamos uma recuperação na bolsa brasileira, especialmente entre os papéis mais depreciados, além de uma melhora nos ativos de crédito que estavam mais pressionados.
Apesar dos sinais positivos, o cenário ainda exige cautela: os riscos fiscais persistem e a eleição presidencial se aproxima, o que pode trazer volatilidade adicional.
Estratégia para maio
Para o mês de maio, faremos um leve aumento na exposição a crédito privado, reduzindo a alocação em ativos pós-fixados. Também aumentaremos marginalmente a exposição em renda variável, com redução proporcional na classe multimercado dentro da carteira performance.
As carteiras de previdência foram criadas para fornecer uma estratégia de alocação mais clara para os investidores, com o objetivo de direcionar seus investimentos no longo prazo. A alocação estratégica dessas carteiras tende a ser estável, sem mudanças drásticas mês a mês. Isso ocorre porque, embora os custos de mudança em previdência sejam baixos — já que não há cobrança de Imposto de Renda na portabilidade entre fundos —, é importante manter uma estrutura consistente ao longo do tempo.
O horizonte de investimento das carteiras de previdência é, em geral, de 24 meses ou mais. Para prazos menores, há produtos mais vantajosos em termos tributários. Além disso, a composição das carteiras de previdência é geralmente focada em renda fixa, multimercados e ações, onde as vantagens tributárias são mais expressivas, especialmente em investimentos de longo prazo.
Para conhecer mais vantagens da previdência, clique aqui.
A carteira foi construída com o objetivo de ter retorno próximo a CDI+0,5%, volatilidade inferior a 0,50% e exposição a crédito limitada a 60% do PL. O horizonte investimentos é de 24 meses.
Para construção da carteira, foram analisadas diversas janelas móveis desde de 2009 com base no benchmark das classes. Historicamente, essa composição tem um retorno de CDI+0,88% e volatilidade de 0,49%, apesar do principal risco da carteira ser o risco de crédito. No horizonte sugerido, o retorno da carteira bateu o CDI 92% das vezes.
A partir do asset allocation são escolhidos os produtos para compor a carteira. A partir de R$ 10.000 é possível ter um carteira diversificada e líquida para aproveitar as vantagens da previdência privada.
Um dos principais atrativos da previdência é sua liquidez. Isso porque os planos voltados para investidores em geral têm um prazo limite de resgate de até 10 dias úteis, conforme regulamentação da SUSEP, após o período de carência que costuma ser de 60 dias.
O cliente tem a flexibilidade de iniciar sua carteira do zero, com aportes e contribuições mensais, ou ainda pode modificar sua alocação por meio de portabilidade, transferindo recursos entre os fundos conforme sua estratégia de investimento.
Não é necessário fazer o rebalanceamento da carteira a cada nova divulgação. O ideal é fazer a cada 6 meses ou 1 ano ou sempre que a carteira desviar muito da carteira objetivo.
Abaixo a composição da carteira para o mês de maio.
Data de referência para a carteira: 29/12/2023 a 30/04/2025