Guilherme Vianna

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Publicado em 24 de Abril às 23:59:16

Carteira Recomendada Renda Fixa Abril 2024

carteira recomendada de investimento em renda fixa de abril de 2024 da Genial foi feita para facilitar o processo de escolha dessa classe de ativos, por meio de uma análise de cenário macroeconômico e prêmios de risco, tanto para títulos públicos, emissão bancária, crédito privado e ETFs de renda fixa.

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Renda fixa: Piora do cenário macroeconômico impulsiona ajustes na carteira

No mês de abril, assistimos uma deterioração significativa do cenário macroeconômico internacional, impactando ativos de renda fixa locais e exigindo ajustes em nossa estratégia de investimento. O aquecimento da economia dos Estados Unidos, evidenciado pelos indicadores de inflação e emprego, provocou uma revisão das expectativas quanto ao início do ciclo de cortes de juros americanos. Além disso, a incerteza gerada pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio também contribuiu para a volatilidade nos mercados globais.

Esses eventos resultaram em uma reação imediata em toda a curva de juros brasileira, com destaque para o aumento dos spreads das NTN-Bs, que atingiram níveis próximos às máximas históricas. Diante desse cenário desafiador, estamos realizando ajustes em nossa carteira de renda fixa para identificar oportunidades.

Cenário Local: preocupações em torno do risco fiscal voltam à tona

Mudança na meta fiscal. O anúncio do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) em abril trouxe alterações significativas nas metas de resultado primário para os anos de 2025 e 2026. As metas de superávit, inicialmente estabelecidas em 0,5% e 1% do PIB, foram revisadas para 0,0% e 0,25%, respectivamente. Essa mudança gerou incerteza em relação à trajetória da relação dívida/PIB do Brasil, levantando dúvidas sobre a capacidade do governo de cumprir as metas propostas. Como resultado, observamos um impacto na curva de juros brasileira, especialmente nos prazos mais longos.

Dúvidas em relação ao ciclo de corte de juros no Brasil. Quanto ao ciclo de cortes na taxa de juros local, o Copom prosseguiu com sua política de redução, levando a taxa básica para 10,75% em março. No entanto, o comunicado mais recente da autoridade monetária retirou o plural da expressão “de mesma magnitude nas próximas reuniões”, substituindo-o por “na próxima reunião”. Essa alteração indica um compromisso apenas com mais um corte de 0,5pp, programado para a reunião de maio, deixando espaço para uma análise mais detalhada do cenário econômico futuro.

Composição da inflação mais benigna. Em relação à inflação, os dados do IPCA de março surpreenderam o mercado com uma composição mais benigna do que o esperado. Embora os principais núcleos da inflação tenham apresentado alguma aceleração, o movimento ficou abaixo das expectativas. Apesar disso, mantemos a previsão de uma leve retomada do indicador nos próximos meses, embora tenhamos ajustado nossa projeção para o final do ano de 4,0% para 3,9%.

Cenário Externo: Agravamento da conjuntura econômica

Economia americana continua forte. O índice de preços ao consumidor (CPI) de março registrando avanço na comparação mensal, superando as expectativas do mercado. Além disso, os dados do mercado de trabalho apontam para uma criação líquida de novos empregos, evidenciando uma economia robusta e dinâmica. Esses indicadores influenciam diretamente a decisão de política monetária de corte de juros do Federal Reserve (Fed).

Expectativas em relação ao corte de juros nos EUA são adiadas. Com a deterioração dos dados econômicos nos Estados Unidos em abril, os participantes do mercado revisaram suas expectativas de corte na taxa de juros americana no segundo trimestre para o segundo semestre de 2024. Além disso, uma parcela dos analistas está reduzindo suas projeções em relação ao número de cortes esperados, passando de três para dois ao longo do ano. Essa mudança de perspectiva teve impacto significativo nas curvas de juros globais.

Análise das Curvas de Juros: Abertura geral em abril

Em abril, as curvas da renda fixa brasileira sofreram forte abertura, impulsionada pela deterioração no cenário macroeconômico americano e brasileiro, além das tensões geopolíticas globais. O principal fator por trás desse movimento foi a piora no cenário inflacionário dos Estados Unidos, que teve um impacto direto nos juros futuros do país. Com a divulgação dos dados de inflação para o consumidor americano (CPI), os juros da taxa de 10 anos do governo americano atingiram 4,6%, gerando repercussões imediatas na curva de juros brasileira. Observamos aumentos em todos os vértices ao longo da curva, com os vértices intermediários registrando elevações de quase 1pp no último mês.

Além disso, as discussões sobre a política fiscal brasileira contribuíram para a pressão sobre o mercado de renda fixa em abril. A divulgação do novo Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que alterou a meta de resultado primário, gerou preocupações adicionais sobre a trajetória da dívida brasileira e sua relação com o PIB no futuro. Esse cenário intensificou a pressão sobre a curva de juros brasileira e aumentou os spreads dos títulos do governo, especialmente das NTN-Bs, que agora ultrapassam 6% em todos os vértices.

Por fim, o cenário geopolítico tenso, com possíveis conflitos no Oriente Médio, também influenciou o mercado de renda fixa brasileiro. As perspectivas de novos conflitos geraram uma busca por segurança, impulsionando a demanda pelo dólar, considerado uma moeda mais segura. Como resultado, o Real sofreu pressão de desvalorização, levantando preocupações sobre a inflação interna. A desvalorização da moeda aumenta o custo de importação de matéria-prima, o que pode gerar repasses inflacionários para o país. Esses fatores, aliados às notícias relacionadas à questão fiscal, contribuíram para o aumento dos spreads dos títulos do governo.

Alterações e Preferências na Escolha de Investimento: Mudanças táticas

Ao abordar o processo de alocação, enfatizamos a importância de manter uma carteira diversificada entre setores e perfis de risco. A alocação em ativos indexados ao CDI continua sendo relevante para um portfólio equilibrado, dada a liquidez da classe, que facilita a rotação para outras classes de ativos, como a bolsa. Projetando um CDI médio de 10% para 2024, com uma inflação de 3,9% (juro real ex-ante), é possível obter um juro real de 6,1% com baixo risco, mantendo-se atrativo em nossa visão.

Mantemos uma visão construtiva dos ativos indexados ao IPCA de vencimento intermediário, observando ainda um prêmio no movimento de queda da inflação implícita. No entanto, permanecemos cautelosos em relação aos títulos mais longos, considerando que o mercado tende a focar cada vez mais nos detalhes fiscais, o que representa um risco para os ativos de duration mais longos.

Para esta atualização, optamos por duas mudanças táticas nos ativos. Realizamos uma troca de debêntures visando um rating mais elevado do novo ativo. Além disso, efetuamos uma troca no ativo pré-fixado buscando retornos mais atrativos no momento atual. Ressaltamos que essas mudanças são táticas e não representam um call de saída.

Carteira Renda Fixa por Perfil de Investidor | Abril de 2024

Realizamos duas modificações na carteira. Substituímos a debênture da MetroRio por uma debênture da Águas do Rio, mantendo o mesmo indexador. Além disso, optamos por substituir o CRI da Oncoclínicas por um CRA da Minerva, que atualmente oferece uma taxa pré-fixada mais atrativa. Essas mudanças foram estratégicas, e não implicam na necessidade de venda dos ativos anteriores.

No perfil conservador, mantemos uma alocação majoritariamente em ativos de baixo risco, com exposição a CDB pós-fixado, ETF indexado ao IMAB5 e título público indexado a inflação para proteção patrimonial .

No perfil moderado, introduzimos uma debênture incentivada indexada a inflação, mantendo uma exposição equilibrada entre segurança e potencial de retorno, além dos ativos de baixo risco.

Para o perfil agressivo, além dos ativos anteriores, inserimos um CRA incentivado pré-fixado para diversificação adicional na busca de retornos mais expressivos, aceitando um nível maior de volatilidade

Melhores Investimentos Renda Fixa | Análise de Ativos

Veja abaixo a análise dos ativos para investimento em renda fixa:

Debênture Águas do Rio

A Águas do Rio é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Aegea, responsável pelo abastecimento de água e saneamento em 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro, atendendo a cerca de 10 milhões de pessoas. Durante o período de concessão, iniciado em 1º de novembro de 2021, a empresa realizará o maior investimento em saneamento básico do país, totalizando aproximadamente R$ 39 bilhões. Desse montante, R$ 15,4 bilhões serão destinados à outorga para aplicação em projetos prioritários dos governos estadual e municipais, enquanto os restantes R$ 24,4 bilhões serão direcionados à universalização dos serviços de água e esgoto, a serem alcançados nos primeiros 12 anos, em conformidade com o novo Marco Regulatório de Saneamento. É importante destacar que a Aegea, empresa controladora da Águas do Rio, é uma das investidas do Grupo Itaúsa.

CRA Minerva

Minerva Foods (BEEF3) é uma das maiores empresas de alimentos do Brasil, atuando na comercialização de carne bovina, além de trabalhar com processamento de carnes, couros, derivados, exportação de gado vivo, carnes suína e de aves. Seu principal foco é a exportação, sendo a maior exportadora de carne bovina da América do Sul, comercializando seus produtos para mais de 100 países.

Mesmo com o recente aumento de alavancagem para adquirir diversos ativos de Marfrig, a Minerva continua sendo uma das principais empresas do setor, com um balanço financeiro robusto. Como a maior exportadora de carnes bovinas do Brasil, a Minerva tem a capacidade de arbitrar preços em diferentes geografias, aproveitando-se de um ciclo favorável no país ao adquirir gado a preços competitivos e vender carne a preços atrativos no exterior. A tese secular de melhora na demanda asiática por carne bovina pode continuar impulsionando os resultados da companhia, especialmente considerando que cerca de 20% de suas exportações são direcionadas para a China.

CDB ABC

O Banco ABC (ABCB4) é uma instituição financeira múltipla de atacado, especializada na concessão de crédito e serviços financeiros para empresas de médio a grande porte. É habilitado para operar em diversas carteiras, incluindo Comercial, de Investimentos, Financeira, Crédito Imobiliário e Câmbio.

Com um histórico consistente de boa rentabilidade, o banco encerrou 2023 com um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de 15,5% e um lucro líquido de R$ 852 milhões. Além disso, apresentou um índice de Basileia sólido de 14,9% em dezembro de 2023.

Vale ressaltar que este CDB do Banco ABC possui classificação AAA pela Fitch, destacando-se pela sua qualidade e segurança.

ETF B5P211

O IMA-B 5 é um índice de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados à inflação medida pelo IPCA com vencimento até 5 anos. É importante destacar que este índice é calculado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

Os ETFs de Renda Fixa são uma ótima opção para investidores que buscam diversificação e baixo custo no mercado de renda fixa. Eles oferecem diversas vantagens em relação a outros tipos de investimentos, tais como:

  • Baixas taxas de administração: Geralmente, os ETFs de Renda Fixa possuem taxas de administração muito reduzidas, o que pode proporcionar uma economia significativa e melhorar o retorno ao longo do tempo para os investidores.
  • Liquidez: Por serem negociados na bolsa de valores, os ETFs de Renda Fixa apresentam alta liquidez, tornando-os fáceis de comprar e vender no mercado.
  • Transparência: Os ETFs de Renda Fixa são obrigados a divulgar suas informações financeiras publicamente, o que proporciona aos investidores acesso a dados relevantes para tomada de decisões informadas sobre seus investimentos.

Tesouro IPCA+ 2029

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional em parceria com a B3, que permite a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas de forma totalmente online. Dentro desse programa, o Tesouro IPCA+ é um tipo de título que oferece uma rentabilidade composta por uma parte fixa (prefixada) e outra parte vinculada à variação da inflação medida pelo IPCA. Esse ativo é uma forma de proteção contra a inflação, pois remunera seu detentor acima do IPCA. Anteriormente, esse título era conhecido como NTN-B.

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