Guilherme Vianna

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Publicado em 18 de Agosto às 23:05:02

Carteira Recomendada Renda Fixa Agosto 2024

carteira recomendada de investimento em renda fixa de agosto de 2024 da Genial foi feita para facilitar o processo de escolha dessa classe de ativos, por meio de uma análise de cenário macroeconômico e prêmios de risco, tanto para títulos públicos, emissão bancária, crédito privado e ETFs de renda fixa.

Carteira Renda Fixa Agosto 2024: sem mudanças, reiterando a estratégia

Renda Fixa: cenário apresenta melhoras lentas!

Para essa atualização da carteira recomendada de renda fixa escolhemos por não fazer mudanças nos ativos, observando que estamos bem-posicionados conforme o cenário macroeconômico local e internacional se desenrola. Mantemos nossa estratégia mais defensiva de alocação do mês passado inalterada ainda observando que o ambiente ainda está volátil.

Reiteramos nossas escolhas de ativos da carteira recomendada, com uma distribuição dos tipos de ativos (indexadores) balanceada para otimização de retorno na nossa visão. Ainda estamos positivos com ativos indexados à inflação, e estamos mais construtivos em ativos indexados ao CDI, dado a pausa no ciclo de cortes da Selic pelo Banco Central.

No último mês o mercado local e internacional reagiu à dados de inflação e atividade econômica dos EUA que levantaram novas expectativas em relação ao corte de juros ainda esse ano nos EUA.

No cenário local as discussões sobre o patamar de inflação e taxa de juros se intensificaram com o desenvolvimento do ambiente americano. O mercado ainda precifica aumento de juros no Brasil em 2024, com a expectativa de inflação convergindo para projeção do nosso time macroeconômico de 4,5%.

Cenário local

  • O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou. O índice saiu de 0,21% m/m em junho para 0,38% m/m em julho vindo acima da mediana das projeções de mercado. Na métrica em doze meses, o índice registra variação de 4,50% a/a, valor acima da leitura do mês imediatamente anterior (4,23% a/a). Na visão do nosso time de análise macroeconômica, o número de julho é negativo. A variação de bens e serviços sensíveis à demanda reforça nosso cenário de uma demanda aquecida, reflexo de impulsos fiscais e um mercado de trabalho ainda resiliente.
  • Decisão do Banco Central mantém taxa Selic em 10,5% a.a. O Banco Central, unanimemente, manteve a Selic inalterada em 10,5% a.a., ficando em linha com o consenso de mercado. O documento reforça que a decisão reflete o ambiente externo incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas que demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela. Nesse contexto, o Comitê ressalta que eventuais ajustes futuros nas taxas de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação para a meta, dando prosseguimento a instância de condução da política monetária mais dependente dos dados.
  • Taxa de desemprego recua novamente. De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em junho de 2024, a taxa de desemprego recuou para 6,9% da força de trabalho, vindo em linha com as estimativas de mercado, de modo que, registrou queda de 1,0 p.p. em relação à leitura do trimestre móvel encerrado em março. Essa foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em junho desde 2014 (6,9%). Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego manteve-se em 7,0% no trimestre móvel encerrado em junho.

Cenário Externo

  • Inflação em linha fortalece expectativas de corte de juros nos EUA em setembro. Em julho, o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) veio em linha com o esperado. Desse modo, a inflação acumulada em doze meses apresentou uma queda de 0,1 p.p. em relação ao mês imediatamente anterior, ao sair de 3,0% a/a em junho para 2,9% a/a em julho, surpreendendo positivamente o consenso. O resultado agregado do índice cheio e do núcleo são encorajadores para o Fed dar início ao ciclo de corte de juros já na sua próxima reunião de setembro. Embora ainda haja uma discussão em aberto no mercado no tocante a magnitude do corte (25 ou 50 pontos base), os dados da economia americana divulgados até aqui dão respaldo para uma flexibilização monetária mais modesta, de apenas 25 pontos base duas vezes nesse ano.
  • Mercado de trabalho americano demonstra economia enfraquecendo. A criação líquida de 114 mil empregos em setores não-agrícolas (payroll) nos Estados Unidos em julho surpreendeu o mercado, vindo bem abaixo da mediana das projeções. Por outro lado, as revisões relativas aos meses de maio e junho subtraíram 29 mil postos de trabalho. Somando o resultado de julho com as revisões dos dois meses anteriores, houve apenas 85 mil empregos adicionados, um número ainda mais fraco do que o indicado pela surpresa baixista do payroll para o mês.
  • Vendas no varejo nos EUA afastam temores de crise. As vendas no varejo dos EUA cresceram fortemente em julho, alcançando US$ 709,7 bilhões, com o avanço de 1,0% m/m superando, em muito, a mediana das estimativas de 0,3% m/m. Já na métrica que desconsidera os automóveis, a alta mensal foi de 0,4% m/m no período. No agregado, esses dados econômicos mais fortes contribuem para afastar os temores de recessão nos Estados Unidos e praticamente retiram da mesa a possibilidade de um corte de 50 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do banco central norte-americano (Fed) em setembro, deixando espaço para uma flexibilização monetária mais modesta, de apenas 25 pontos-base.

Análise das curvas de juros: inversão de inclinação

Em julho, observamos um movimento de mudança de inclinação ao longo da estrutura a termo da curva de juros local. O mês foi extremamente volátil, com o mercado reagindo a dados positivos de inflação americana, temores de recessão nos EUA e expectativas de novos conflitos na Europa e no Oriente Médio. No cenário local, os dados de inflação e os desenvolvimentos externos levaram a revisões nas expectativas futuras de juros, impactando os vértices mais longos.

Com o aumento da incerteza em relação ao médio prazo, nesse mês observamos uma abertura da curva nos vencimentos mais curtos, principalmente em relação ao final de 2025 e começo de 2026 em que houve abertura de quase 50 bps no período. A mudança da inclinação se deu também pelo fechamento dos vértices mais longos, principalmente nos anos de 2031, 2033 e 2035. Com a revisão das expectativas em relação ao risco fiscal levaram a quedas de quase 50 bps nos vértices mais longos da curva.

Curva de Juros: vértices longos fecham e inclinação diminui

Alterações e preferências na escolha de investimento: sem mudanças

Ao abordar o processo de alocação, enfatizamos a importância de manter uma carteira diversificada entre setores e perfis de risco. A alocação em ativos indexados ao CDI continua sendo relevante para um portfólio equilibrado, devido à liquidez dessa classe, que facilita a rotação para outras classes de ativos, como renda variável, quando for oportuno. Projetando um CDI médio de 10,5% para 2024 e uma inflação de 4,5% (juro real ex-ante), é possível obter um juro real de 6,0% com baixo risco, mantendo-se atrativo em nossa visão.

Mantemos uma visão construtiva dos ativos indexados ao IPCA com vencimento intermediário, observando ainda um prêmio no movimento de queda da inflação implícita. No entanto, permanecemos cautelosos em relação aos títulos de vencimento mais longo, considerando que o mercado tende a focar cada vez mais nos detalhes fiscais, o que representa um risco para os ativos de duração mais longa.

Para essa atualização, optamos por manter a carteira inalterada. Estamos confiantes na distribuição de indicadores dentro da carteira recomendada de renda fixa. Com o aumento da incerteza em relação ao médio prazo, enquanto os investidores buscam sinais claros dos próximos passos da economia americana, estamos confortáveis em manter os ativos da carteira como estão.

Carteira Renda Fixa por Perfil de Investidor | Agosto de 2024

Escolhemos por não fazer mudanças na carteira esse mês. Acreditamos que há prêmio a ser ganhado em ativos prefixados de vencimento curto, como já havíamos colocado na última carteira. Ainda mais, estamos confiantes com nossa alocação em ativos indexados ao IPCA após a divulgação dos dados de inflação de julho.

No perfil conservador, mantemos uma alocação majoritariamente em ativos de baixo risco, com exposição à LCA pós-fixada, ETF indexado ao IMAB5 e título público indexado a inflação para proteção patrimonial.

No perfil moderado, mantemos uma debênture incentivada indexada a inflação, com uma exposição equilibrada entre segurança e potencial de retorno, além dos ativos de baixo risco.

Para o perfil agressivo, além dos ativos anteriores, a carteira inclui também um CDB do Banco Original prefixado para diversificação adicional na busca de retornos mais expressivos no curto prazo, aceitando um nível maior de volatilidade.

Carteira Renda Fixa Agosto 2024: sem mudanças, reiterando a estratégia

Melhores Investimentos Renda Fixa | Análise de Ativos

Veja abaixo a análise dos ativos para investimento em renda fixa:

Debênture Águas do Rio

A Águas do Rio é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Aegea, responsável pelo abastecimento de água e saneamento em 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro, atendendo a cerca de 10 milhões de pessoas. Durante o período de concessão, iniciado em 1º de novembro de 2021, a empresa realizará o maior investimento em saneamento básico do país, totalizando aproximadamente R$ 39 bilhões. Desse montante, R$ 15,4 bilhões serão destinados à outorga para aplicação em projetos prioritários dos governos estadual e municipais, enquanto os restantes R$ 24,4 bilhões serão direcionados à universalização dos serviços de água e esgoto, a serem alcançados nos primeiros 12 anos, em conformidade com o novo Marco Regulatório de Saneamento. É importante destacar que a Aegea, empresa controladora da Águas do Rio, é uma das investidas do Grupo Itaúsa.

LCA ABC

Fundada em 1989, o Banco ABC Brasil (ABCB4) é uma instituição financeira múltipla de atacado, especializada na concessão de crédito e serviços financeiros para empresas de médio a grande porte. É habilitado para operar em diversas carteiras, incluindo Comercial, de Investimentos, Financeira, Crédito Imobiliário e Câmbio.

Com um histórico consistente de boa rentabilidade, o Banco ABC encerrou 2023 com um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de 15,5% e um lucro líquido de R$ 852 milhões. O banco também apresentou um índice de Basileia sólido de 14,9% ao final do ano, demonstrando robustez em sua estrutura de capital. No primeiro semestre de 2024, o Banco ABC continuou a expandir sua carteira de crédito, alcançando R$ 48,23 bilhões, mantendo sólidos índices de capital, com Basileia em 16,3% e Capital Nível 1 em 13,8%. Nesse período, o banco registrou um ROE de 15,6% e um lucro de R$ 473 milhões.

O Banco ABC possui classificação AAA pela Fitch, destacando-se pela alta qualidade e segurança. O Banco ABC Brasil é controlado pelo Bank ABC, uma instituição financeira internacional com sede no Bahrain e operações em 15 países.

ETF B5P211

O IMA-B 5 é um índice de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados à inflação medida pelo IPCA com vencimento até 5 anos. É importante destacar que este índice é calculado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

Os ETFs de Renda Fixa são uma ótima opção para investidores que buscam diversificação e baixo custo no mercado de renda fixa. Eles oferecem diversas vantagens em relação a outros tipos de investimentos, tais como:

Baixas taxas de administração: Geralmente, os ETFs de Renda Fixa possuem taxas de administração muito reduzidas, o que pode proporcionar uma economia significativa e melhorar o retorno ao longo do tempo para os investidores.

Liquidez: Por serem negociados na bolsa de valores, os ETFs de Renda Fixa apresentam alta liquidez, tornando-os fáceis de comprar e vender no mercado.

Transparência: Os ETFs de Renda Fixa são obrigados a divulgar suas informações financeiras publicamente, o que proporciona aos investidores acesso a dados relevantes para tomada de decisões informadas sobre seus investimentos.

Tesouro IPCA+ 2029

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional em parceria com a B3, que permite a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas de forma totalmente online. Dentro desse programa, o Tesouro IPCA+ é um tipo de título que oferece uma rentabilidade composta por uma parte fixa (prefixada) e outra parte vinculada à variação da inflação medida pelo IPCA. Esse ativo é uma forma de proteção contra a inflação, pois remunera seu detentor acima do IPCA. Anteriormente, esse título era conhecido como NTN-B.

Banco Original

O Banco Original, controlado pela holding J&F – a mesma que controla a JBS, a maior produtora de proteínas do mundo –, é uma instituição financeira brasileira fundada em 2011. Pioneiro na oferta de serviços bancários 100% digitais no Brasil, o Banco Original se destaca por eliminar a necessidade de agências físicas, proporcionando uma experiência totalmente online. Com um forte foco em tecnologia e inovação, o banco tem como objetivo simplificar o acesso a produtos e serviços financeiros, permitindo que seus clientes realizem todas as operações de forma prática, segura e diretamente pelo aplicativo.

Com uma ampla gama de produtos, o Banco Original oferece contas digitais, cartões de crédito, investimentos e empréstimos. A instituição é conhecida por suas tarifas competitivas e transparência nas cobranças, buscando sempre atender às necessidades dos clientes de maneira clara. Além disso, seu compromisso com a inclusão financeira tem atraído um público diversificado, desde jovens empreendedores até empresas de pequeno e médio porte.

O Banco Original também investe em soluções para facilitar a gestão financeira de seus clientes. Com ferramentas de controle de gastos e planejamento financeiro, a instituição busca promover uma educação financeira mais acessível. Assim, o Banco Original se posiciona como uma opção moderna e eficiente no mercado, acompanhando as tendências do setor bancário e a evolução das necessidades dos consumidores.

O Banco Original possui rating BBB na escala nacional pela S&P. Em 2023, o banco registrou um prejuízo de R$ 1,5 bilhões e encerrou o ano com um Índice de Basiléia de 11,72%.  

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