Guilherme Vianna

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Publicado em 21 de Junho às 01:43:52

Carteira Recomendada Renda Fixa Junho 2024

carteira recomendada de investimento em renda fixa de junho de 2024 da Genial foi feita para facilitar o processo de escolha dessa classe de ativos, por meio de uma análise de cenário macroeconômico e prêmios de risco, tanto para títulos públicos, emissão bancária, crédito privado e ETFs de renda fixa.

Carteira Renda Fixa Junho 2024: apenas manutenção de ativos

Renda Fixa: risco fiscal recebe holofote

No mês de junho, o cenário local continua a se deteriorar, mas decidimos pela manutenção dos ativos na carteira com mudanças dos pesos de alocação. Observamos um aumento no risco fiscal, fruto da piora da inflação no médio prazo e de preocupações com a condução da política fiscal do Brasil.

Já no cenário internacional, a economia americana começa a apresentar sinais de desaceleração, enquanto o processo inflacionário está apresentando sinais positivos de recuperação. Mesmo com um cenário externo mais benigno, os eventos locais causaram impactos na curva de juros brasileira, que apresentou abertura em toda sua estrutura a termo nesse último mês.

Para essa atualização, não promovemos mudanças de ativos da carteira, mas reorganizamos os pesos dos papéis para os diversos perfis de risco, buscando maximizar os retornos com o desenrolar do cenário.

Cenário local

  • Manutenção da taxa básica de juros. O Copom decidiu de forma unânime (9 x 0 votos) pela manutenção da taxa básica de juros em 10,50% a.a., encerrando o ciclo de cortes da Selic iniciado em agosto de 2023. Em relação ao comunicado do comitê, foi adicionado um cenário alternativo que considera a manutenção da taxa Selic estacionada em 10,50% a.a. até o final de 2025, gerando projeções de inflação de 4,0% para 2024 e 3,1% em 2025. Avaliamos que o comunicado veio em linha com o esperado pelo mercado, que buscava sinais de maior cautela em um contexto de elevadas incertezas domésticas e globais.
  • Elevação do risco fiscal. No último mês a percepção do risco fiscal pelo mercado aumentou com a piora da inflação no médio prazo e a crescente desconfiança dos agentes com a condução da política fiscal. O time de análise macroeconômica da Genial acredita que o cumprimento da meta de resultado primário presente ilustra um otimismo de certa forma irrealista do Executivo no que diz respeito à dinâmica de receitas e despesas nos próximos meses. Esses fatores são ilustrados pela curva de juros local, com o mercado começando a precificar elevações na Selic ainda em 2024.
  • Preocupação com a leniência do Banco Central em relação à inflação. Na penúltima decisão do Copom (8 de maio) observamos um placar final divergente (5 x 4 votos), com a diretoria indicada pelo governo apresentando uma maior leniência em relação a trajetória de desinflação. Isso abriu espaço para novas incertezas em relação ao comprometimento futuro do Copom em garantir a consolidação do processo de desinflação e ancoragem das suas expectativas. Estas se mostram cada vez mais desancoradas no último mês.

Cenário Externo

  • Inflação para o consumidor traz sinais positivos. No mês de maio o CPI (inflação para o consumidor) acumulado em 12 meses apresentou queda de 0,1 p.p. em relação ao mês imediatamente anterior. Ainda mais, o núcleo da inflação cresceu 0,2% m/m em maio, ficando abaixo da expectativa do mercado. A melhora nessa métrica de inflação é ponto importante para o início do processo de redução da taxa de juros nos EUA. Esse fator foi bem representado pelo movimento da taxa de juros de 10 anos americana, que se encontrava na casa dos 4,6% no mês passado, e agora já alcança a casa dos 4,2%.
  • FOMC enxerga espaço para apenas um corte de 0,25 p.p. esse ano. Após a última decisão de manter a taxa de juros no intervalo de 5,25% e 5,50%, houve revisões em relação a expectativa que os próprios membros do comitê observam para redução nos juros. O comitê enxergava espaço para cortar 75 pontos-base da taxa ao longo do ano, no entanto, após a decisão de junho, a autarquia deixou claro que agora observa apenas espaço para um corte de 0,25 p.p.. Esse cenário está em linha com as expectativas de nosso time de análise macroeconômica, que espera um corte na reunião em dezembro. No geral, essa revisão é positiva, uma vez que o mercado começava a precificar 0 cortes em 2024. Assim, o FOMC já prepara o mercado para um possível início do processo de redução de juros ainda esse ano.

Análise das curvas de juros:

Em junho, observamos mais um mês de abertura na curva de juros local. O aumento da percepção de risco fiscal foi fruto da deterioração da inflação no curto prazo e preocupações com a condução da política fiscal no país, o que impactou diretamente a expectativa de juros no Brasil.

Não obstante, a percepção de que o Banco Central pode ser mais leniente com a trajetória da inflação a partir de 2025 afetou as expectativas de inflação futura, que continuam desancoradas. Com isso, a curva de juros começou a precificar um aumento da taxa Selic ainda esse ano, com o contrato de DI futuro de janeiro de 2025 sendo negociado a 10,7%.

Vale ressaltar que em junho, diferentemente dos últimos meses, obtivemos uma ligeira redução na inclinação da curva, com os DIs mais curtos abrindo mais que os contratos mais longos. Isso foi fruto da deterioração do cenário de inflação no médio prazo, com o mercado começando a olhar para um possível aumento dos juros nos próximos anos.

No geral, a estrutura a termo inteira da curva de juros brasileira apresentou abertura. Os vértices de 2026 e 2027 apresentaram as maiores aberturas no último mês, aumentando mais de 60 pontos-base nos dois casos. Isso é ilustrado pelo boletim focus das últimas semanas, que coloca a inflação acelerando em 2026.

Curva de Juros: vértices curtos abrem e inclinação diminui

Alterações e preferências na escolha de investimento!

Ao abordar o processo de alocação, enfatizamos a importância de manter uma carteira diversificada entre setores e perfis de risco. A alocação em ativos indexados ao CDI continua sendo relevante para um portfólio equilibrado, devido à liquidez dessa classe, que facilita a rotação para outras classes de ativos, como renda variável, quando for oportuno. Projetando um CDI médio de 10,5% para 2024 e uma inflação de 3,9% (juro real ex-ante), é possível obter um juro real de 6,6% com baixo risco, mantendo-se atrativo em nossa visão.

Mantemos uma visão construtiva dos ativos indexados ao IPCA com vencimento intermediário, observando ainda um prêmio no movimento de queda da inflação implícita. No entanto, permanecemos cautelosos em relação aos títulos de vencimento mais longo, considerando que o mercado tende a focar cada vez mais nos detalhes fiscais, o que representa um risco para os ativos de duração mais longa.

Para essa atualização, optamos por não fazer mudanças nos papéis escolhidos. Realizamos mudanças nos pesos dos ativos dos diferentes perfis de risco buscando distribuir melhor o risco dos papéis escolhidos dado o cenário desafiador que estamos enfrentando.

Carteira Renda Fixa por Perfil de Investidor | Junho de 2024

Não realizamos nenhuma troca de papel para essa atualização da carteira recomendada de renda fixa. Estamos fazendo mudanças táticas no peso dos ativos escolhidos para cada um dos perfis de risco.

No perfil conservador, mantemos uma alocação majoritariamente em ativos de baixo risco, com exposição à LCA pós-fixada, ETF indexado ao IMAB5 e título público indexado a inflação para proteção patrimonial. Nesse caso, não houve mudanças de peso dos ativos escolhidos.

No perfil moderado, mantemos uma debênture incentivada indexada a inflação, com uma exposição equilibrada entre segurança e potencial de retorno, além dos ativos de baixo risco. Para esse perfil de risco, escolhemos aumentar a exposição ao CDI de 45% para 60% observando a deterioração do cenário inflacionário e a abertura da curva de juros. Nesse sentido, diminuímos nossa exposição à papéis indexados à inflação de 55% para 40% pelos mesmos motivos.

Para o perfil agressivo, além dos ativos anteriores, a carteira inclui também um CDB do Banco Andbank pré-fixado para diversificação adicional na busca de retornos mais expressivos no curto prazo, aceitando um nível maior de volatilidade. Na carteira mais agressiva seguimos a mesma tese do perfil moderado, diminuindo a exposição da carteira ao IPCA e aumentando a exposição ao CDI. Com isso, diminuímos a exposição ao Tesouro IPCA 2029, o ETF indexado ao IMAB5 e a debênture indexada ao IPCA para aumentar o peso da LCA do Banco ABC.

Carteira Renda Fixa Junho 2024: apenas manutenção de ativos

Melhores Investimentos Renda Fixa | Análise de Ativos

Veja abaixo a análise dos ativos para investimento em renda fixa:

Debênture Águas do Rio

A Águas do Rio é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) da Aegea, responsável pelo abastecimento de água e saneamento em 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro, atendendo a cerca de 10 milhões de pessoas. Durante o período de concessão, iniciado em 1º de novembro de 2021, a empresa realizará o maior investimento em saneamento básico do país, totalizando aproximadamente R$ 39 bilhões. Desse montante, R$ 15,4 bilhões serão destinados à outorga para aplicação em projetos prioritários dos governos estadual e municipais, enquanto os restantes R$ 24,4 bilhões serão direcionados à universalização dos serviços de água e esgoto, a serem alcançados nos primeiros 12 anos, em conformidade com o novo Marco Regulatório de Saneamento. É importante destacar que a Aegea, empresa controladora da Águas do Rio, é uma das investidas do Grupo Itaúsa.

LCA ABC

O Banco ABC (ABCB4) é uma instituição financeira múltipla de atacado, especializada na concessão de crédito e serviços financeiros para empresas de médio a grande porte. É habilitado para operar em diversas carteiras, incluindo Comercial, de Investimentos, Financeira, Crédito Imobiliário e Câmbio.

Com um histórico consistente de boa rentabilidade, o banco encerrou 2023 com um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de 15,5% e um lucro líquido de R$ 852 milhões. Além disso, apresentou um índice de Basileia sólido de 14,9% em dezembro de 2023.

Vale ressaltar que este CDB do Banco ABC possui classificação AAA pela Fitch, destacando-se pela sua qualidade e segurança.

ETF B5P211

O IMA-B 5 é um índice de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados à inflação medida pelo IPCA com vencimento até 5 anos. É importante destacar que este índice é calculado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

Os ETFs de Renda Fixa são uma ótima opção para investidores que buscam diversificação e baixo custo no mercado de renda fixa. Eles oferecem diversas vantagens em relação a outros tipos de investimentos, tais como:

Baixas taxas de administração: Geralmente, os ETFs de Renda Fixa possuem taxas de administração muito reduzidas, o que pode proporcionar uma economia significativa e melhorar o retorno ao longo do tempo para os investidores.

Liquidez: Por serem negociados na bolsa de valores, os ETFs de Renda Fixa apresentam alta liquidez, tornando-os fáceis de comprar e vender no mercado.

Transparência: Os ETFs de Renda Fixa são obrigados a divulgar suas informações financeiras publicamente, o que proporciona aos investidores acesso a dados relevantes para tomada de decisões informadas sobre seus investimentos.

Tesouro IPCA+ 2029

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional em parceria com a B3, que permite a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas de forma totalmente online. Dentro desse programa, o Tesouro IPCA+ é um tipo de título que oferece uma rentabilidade composta por uma parte fixa (prefixada) e outra parte vinculada à variação da inflação medida pelo IPCA. Esse ativo é uma forma de proteção contra a inflação, pois remunera seu detentor acima do IPCA. Anteriormente, esse título era conhecido como NTN-B.

Banco Andbank

O Banco Andbank é uma instituição com mais de 90 anos de história. Desde sua fundação em Andorra, o banco é focado em operações de Private Banking e Wealth Management. Atualmente o Andbank está presente em mais de 11 países, oferecendo para seus clientes uma gestão global de ativos.

Em 2011, o banco começou suas operações no Brasil, comprando uma licença bancária e abrindo uma corretora e gestora (DTVM) para poder operar no país. Em 2022, a Creditas comprou a licença bancária da companhia, que passou a operar somente como DTVM. Essa operação faz parte de uma parceria entre a Creditas e o Andbank que estipula uma relação comercial entre as instituições.

Olhando para o operacional do Andbank, a companhia conta com EU$ 38 bilhões em ativos sob gestão (AuM). Em 2023, o patrimônio líquido do Andbank foi de EU$ 688 milhões, o lucro líquido atingiu EU$ 40 milhões. Apesar do baixo ROE (retorno sobre patrimônio) de 6,82% em 2023, em termos de saúde financeira, o banco apresenta um índice de capital nível 1 de 16,60%, muito acima do mínimo exigido pelos reguladores e um patamar muito saudável de capital.

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