Publicado em 20 de Novembro às 19:28:23
A carteira recomendada de investimento em renda fixa de novembro de 2024 da Genial foi feita para facilitar o processo de escolha dessa classe de ativos, por meio de uma análise de cenário macroeconômico e prêmios de risco, tanto para títulos públicos, emissão bancária, crédito privado e ETFs de renda fixa.
Carteira Renda Fixa Novembro 2024: incertezas continuam fortes!
Para essa atualização da carteira recomendada de renda fixa escolhemos fazer uma mudança tática de papel, apenas por questão de oferta disponibilizada pela companhia. Trocamos a LCA do Banco Abc por uma LCI do Banco Abc com mesmo indexador, mesma taxa e mesmo vencimento. Reconhecemos que ainda há muita incerteza em relação ao cenário nacional e internacional, nesse sentido, escolhemos fazer a manutenção da estratégia, acreditando que estamos bem-posicionados para aproveitar esse momento de incertezas.
No mês passado, enfatizamos a importância de uma estratégia focada na diversificação e flexibilidade, diante de um cenário marcado por incertezas fiscais e pressão inflacionária. A alocação em ativos pós-fixados e indexados ao IPCA foi destacada como essencial para capturar os ganhos do ciclo de juros elevados e proteger o portfólio contra a inflação, mantendo alta liquidez e segurança.
Desde então, o cenário evoluiu. O Copom aumentou a taxa Selic para 11,25%, reforçando a cautela no combate às pressões inflacionárias. O pacote de cortes de gastos busca trazer maior credibilidade fiscal, reduzindo prêmios de risco nos vencimentos longos, mas governo ainda não foi claro em relação à magnitude dos cortes, e com isso o mercado ainda precifica maior incerteza no curto e médio prazo. No cenário externo, a vitória de Donald Trump nas eleições americanas e o corte de 0,25 p.p. na taxa de juros pelo FOMC adicionaram volatilidade aos mercados, enquanto o dólar permanece cotado em torno de R$5,60.
Com base nesse cenário, mantemos nossa estratégia focada em ativos pós-fixados e indexados ao IPCA, como Tesouro Selic e Tesouro IPCA+, que oferecem proteção contra inflação e flexibilidade para ajustes táticos, além de uma alocação em CRI e LCI que garantem diversificação e retornos atrativos no atual ambiente de juros altos.
A curva DI futuro apresentou um movimento de abertura expressiva no curto e médio prazo em relação ao mês anterior. As taxas para os vencimentos mais próximos, como janeiro de 2025 e julho de 2025, subiram para 11,44% e 12,65%, respectivamente, refletindo o impacto do recente aumento da taxa Selic para 11,25% pelo Copom. Essa abertura sugere que o mercado passou a precificar uma manutenção dos juros elevados por um período mais prolongado, especialmente diante das incertezas fiscais e cambiais que continuam afetando as expectativas de curto prazo.
Nos vencimentos intermediários, como janeiro de 2027 e janeiro de 2028, as taxas atingiram um pico de 13,47% e 13,38%, respectivamente, indicando que o mercado ainda enxerga a necessidade de prêmios de risco adicionais devido ao cenário macroeconômico desafiador. Essa percepção reflete preocupações com o ritmo do ajuste fiscal e o impacto das condições externas, como a política monetária nos EUA e o fortalecimento do dólar.
Na parte longa da curva, entre janeiro de 2031 e janeiro de 2035, observa-se uma estabilização das taxas, em torno de 12,69% a 12,84%, com um leve fechamento em comparação aos vencimentos intermediários. Isso sugere que o mercado vê algum alívio nos prêmios de risco no longo prazo, impulsionado pela expectativa de maior credibilidade fiscal e controle inflacionário ao longo do tempo.
O movimento de abertura no curto prazo reflete as pressões persistentes no cenário doméstico, enquanto a estabilidade na ponta longa sinaliza que os investidores esperam uma melhora gradual no ambiente macroeconômico. Esse comportamento reforça a preferência por ativos pós-fixados e indexados à inflação, como Tesouro Selic e Tesouro IPCA+, enquanto os prefixados ainda exigem maior cautela devido à volatilidade e incertezas.
A curva NTN-B também apresentou abertura no último mês, com taxas começando em 7,18% no vencimento B26 e estabilizando em torno de 6,72% no vencimento B60. Esse movimento sugere maior precificação de risco, principalmente no médio prazo, enquanto a ponta longa reflete alguma confiança na trajetória fiscal a longo prazo.
Curva de Juros: tendência de alta continua!
Ao abordar o processo de alocação, continuamos a destacar a importância de manter uma carteira diversificada entre setores e perfis de risco. A alocação em ativos indexados ao CDI permanece essencial para um portfólio equilibrado, principalmente em um momento em que a curva de juros continua aberta no curto prazo, oferecendo oportunidades interessantes para capturar retornos alinhados ao cenário de juros elevados. Essa classe também proporciona a liquidez necessária para movimentações táticas, permitindo rotação para outros ativos, como renda variável, à medida que as condições se tornarem mais favoráveis.
Com um CDI médio projetado em 11,75% para 2024 e uma inflação anual de 4,42%, o juro real ex-ante segue atrativo em torno de 7%, representando uma oportunidade de baixo risco com retornos ajustados à inflação.
Mantemos nossa visão construtiva para os ativos indexados ao IPCA com vencimentos intermediários, que continuam apresentando um prêmio atrativo mesmo após a abertura recente da curva. Esses papéis oferecem proteção contra a inflação, enquanto permanecem mais resilientes às incertezas fiscais. Contudo, seguimos cautelosos em relação aos títulos de vencimento mais longo, que permanecem sob pressão devido ao cenário fiscal ainda desafiador e à necessidade de ajustes na política econômica.
Para esta atualização, optamos por reforçar nossa estratégia de alocação para o atual ambiente de juros elevados, apenas fazendo uma mudança tática da LCA do Banco Abc por uma LCI do Banco Abc com o mesmo vencimento de 1 ano. A LCI do Banco Inter, com vencimento em 2 anos e indexada ao CDI, continua sendo uma escolha estratégica para aproveitar a abertura da curva no curto prazo, enquanto o Tesouro Selic 2029 permanece como um ativo de alta liquidez, ideal para movimentações rápidas e ajustes táticos no portfólio. Além disso, mantemos nossa exposição ao Tesouro IPCA+ 2029 e ao CRI da Faro Energy, que oferecem proteção contra inflação e retornos diferenciados no médio prazo, garantindo equilíbrio entre segurança e rentabilidade.
Houve apenas uma alteração tática neste mês, e seguimos monitorando as condições do mercado para ajustar a carteira conforme necessário, sempre em busca de maximizar os retornos ajustados ao risco.
Neste mês, mantivemos as escolhas estratégicas da carteira recomendada de renda fixa, preservando a exposição a ativos pós-fixados e indexados ao IPCA, com foco em retornos ajustados ao cenário de juros elevados. As decisões reforçam nossa estratégia de diversificação e proteção contra a inflação, alinhada ao movimento recente de abertura da curva de juros e ao ambiente macroeconômico desafiador.
A LCI do Banco Inter, com vencimento em 2 anos e atrelada ao CDI, continua a ser uma escolha essencial para capturar ganhos no curto prazo, enquanto o Tesouro Selic 2029 proporciona alta liquidez para ajustes táticos rápidos. O Tesouro IPCA+ 2029 e o CRI da Faro Energy mantêm sua relevância, oferecendo proteção contra inflação e retornos diferenciados no médio prazo.
No perfil conservador (Solidez), mantemos o foco em ativos de baixo risco e alta liquidez, priorizando segurança e proteção contra oscilações de mercado. A LCI do Banco ABC substitui a LCA anterior, reforçando a exposição pós-fixada, enquanto o Tesouro IPCA+ 2029 oferece proteção contra a inflação. O B5P211 complementa com diversificação conservadora e retornos ajustados ao risco.
Para o perfil moderado (Balanceada), A estratégia busca equilíbrio entre segurança e retorno. A LCI do Banco ABC substitui a LCA, garantindo liquidez e estabilidade. O Tesouro IPCA+ 2029 protege contra inflação, enquanto o CRI da Faro Energy adiciona diversificação em crédito privado com retornos superiores.
A carteira agressiva busca maximizar retornos, aceitando maior volatilidade. A inclusão do Tesouro Selic 2029 oferece liquidez para ajustes táticos, enquanto o Tesouro IPCA+ 2029 e o CRI da Faro Energy garantem proteção contra inflação e diversificação. A LCI do Banco ABC substitui a LCA, fortalecendo a exposição pós-fixada no curto prazo.
Carteira Renda Fixa Novembro 2024: incertezas continuam fortes!
Veja abaixo a análise dos ativos para investimento em renda fixa:
Fundada em 1989, o Banco ABC Brasil (ABCB4) é uma instituição financeira múltipla de atacado, especializada na concessão de crédito e serviços financeiros para empresas de médio a grande porte. É habilitado para operar em diversas carteiras, incluindo Comercial, de Investimentos, Financeira, Crédito Imobiliário e Câmbio.
Com um histórico consistente de boa rentabilidade, o Banco ABC encerrou 2023 com um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) de 15,5% e um lucro líquido de R$ 852 milhões. O banco também apresentou um índice de Basileia sólido de 14,9% ao final do ano, demonstrando robustez em sua estrutura de capital. No primeiro semestre de 2024, o Banco ABC continuou a expandir sua carteira de crédito, alcançando R$ 48,23 bilhões, mantendo sólidos índices de capital, com Basileia em 16,3% e Capital Nível 1 em 13,8%. Nesse período, o banco registrou um ROE de 15,6% e um lucro de R$ 473 milhões.
O Banco ABC possui classificação AAA pela Fitch, destacando-se pela alta qualidade e segurança. O Banco ABC Brasil é controlado pelo Bank ABC, uma instituição financeira internacional com sede no Bahrain e operações em 15 países.
O IMA-B 5 é um índice de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados à inflação medida pelo IPCA com vencimento até 5 anos. É importante destacar que este índice é calculado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).
Os ETFs de Renda Fixa são uma ótima opção para investidores que buscam diversificação e baixo custo no mercado de renda fixa. Eles oferecem diversas vantagens em relação a outros tipos de investimentos, tais como:
Baixas taxas de administração: Geralmente, os ETFs de Renda Fixa possuem taxas de administração muito reduzidas, o que pode proporcionar uma economia significativa e melhorar o retorno ao longo do tempo para os investidores.
Liquidez: Por serem negociados na bolsa de valores, os ETFs de Renda Fixa apresentam alta liquidez, tornando-os fáceis de comprar e vender no mercado.
Transparência: Os ETFs de Renda Fixa são obrigados a divulgar suas informações financeiras publicamente, o que proporciona aos investidores acesso a dados relevantes para tomada de decisões informadas sobre seus investimentos.
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional em parceria com a B3, que permite a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas de forma totalmente online. Dentro desse programa, o Tesouro IPCA+ é um tipo de título que oferece uma rentabilidade composta por uma parte fixa (prefixada) e outra parte vinculada à variação da inflação medida pelo IPCA. Esse ativo é uma forma de proteção contra a inflação, pois remunera seu detentor acima do IPCA. Anteriormente, esse título era conhecido como NTN-B.
A Faro Energy é uma empresa dedicada ao desenvolvimento, investimento e gestão de ativos de energia solar no Brasil, com foco na democratização do acesso à energia limpa e sustentável. Fundada em 2016, a Faro faz parte do grupo Modern Energy uma das maiores corporações de eficiência energética e energia renovável dos Estados Unidos.
A Faro Energy opera em diversas regiões do Brasil, estando presente em 17 estados e no Distrito Federal, e já desenvolveu mais de 120 MWp em projetos de energia solar. A empresa busca expandir sua capacidade instalada para 300 MWp até 2025, consolidando-se como uma das líderes no setor de geração distribuída e de geração compartilhada. Este modelo, viabilizado pelo **Marco Legal da Geração Distribuída**, facilita a participação de consumidores de diferentes perfis no processo de geração de energia, promovendo uma economia mais acessível e sustentável.
Além de sua atuação em geração de energia, a Faro Energy também se destaca pela emissão de títulos verdes, certificados pela Climate Bond Initiative, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade e com a redução de emissões de CO₂. Em 2024, a empresa alcançou a marca de 400 GWh de energia limpa gerada anualmente, atendendo a clientes de setores essenciais, como telecomunicações, saúde e varejo.
O Banco Inter, fundado em 1994, transformou-se de uma instituição financeira tradicional em uma plataforma digital completa, oferecendo uma ampla gama de serviços financeiros e não financeiros. Atualmente, é um dos principais bancos digitais do Brasil, com mais de 30 milhões de clientes na sua base. O Inter se destaca por oferecer uma experiência sem tarifas, combinando produtos bancários, investimentos, seguros e um marketplace em um único aplicativo. O banco continua a progredir de forma consistente em direção ao seu plano estratégico “60-30-30”, que visa atingir 60 milhões de clientes, 30% de eficiência operacional e 30% de ROE até 2027.
Com foco em crescimento sustentável, o Banco Inter tem se consolidado no segmento de cartões de crédito e na concessão de crédito imobiliário e pessoal, financiando diversos setores da economia. No segundo trimestre de 2024, a carteira de crédito do banco alcançou R$ 32,9 bilhões, representando um crescimento de +6,8% t/t e +31,1% a/a.
No 2T24, o banco reportou um lucro líquido de R$ 223 milhões, um aumento de +14,1% t/t e expressivos +247,0% a/a. Nesse período, o Inter chegou a 33,3 milhões de clientes, com um custo de aquisição de clientes (CAC) competitivo, em R$ 32,6, embora tenha mostrado piora em relação ao ano anterior, impactado por uma nova campanha de marketing. O índice de inadimplência está controlado, em torno de 4,7%. O Índice de Basileia foi de 19,3%, bem acima do exigido pelo Banco Central, demonstrando a solidez da instituição.
Além disso, o banco tem implementado novos modelos de concessão de crédito, o que resultou em menores índices de inadimplência nas safras mais recentes, quando comparadas às anteriores, refletindo melhorias na qualidade do portfólio de crédito e na gestão de riscos.
O Tesouro Selic é um título público federal pós-fixado, emitido pelo Tesouro Nacional e atrelado à taxa básica de juros (Selic). Reconhecido por sua alta liquidez e segurança, é amplamente utilizado como uma reserva de emergência ou como um ativo estratégico em carteiras de renda fixa, permitindo movimentações rápidas e aproveitamento de oportunidades de mercado.
Com o vencimento em 2029, o Tesouro Selic 2029 oferece um prazo intermediário, ideal para investidores que buscam flexibilidade sem abrir mão de retornos consistentes. O título se beneficia diretamente de períodos de juros altos, como o atual, em que a Selic permanece em patamares elevados devido à necessidade de controle inflacionário. A expectativa é de que o CDI e a Selic fiquem próximos de 11,75% ao ano até o final de 2024, o que torna esse ativo uma excelente opção para momentos de maior incerteza no mercado.
O Tesouro Selic 2029 também é um ativo de alta liquidez, o que o torna ideal para investidores que precisam de flexibilidade na alocação de recursos. Além disso, sua liquidez diária permite uma gestão tática eficiente, facilitando o ajuste do portfólio em resposta a mudanças rápidas nas condições econômicas e de mercado. Com a segurança garantida pelo governo federal e o retorno atrelado à Selic, o Tesouro Selic 2029 é uma escolha sólida para compor carteiras de todos os perfis de risco, oferecendo proteção e oportunidade de ganho em um ambiente de juros elevados.