Publicado em 01 de Agosto às 03:00:00
Começou de um jeito e terminou de outro, mas os desafios continuam. De maneira resumida, este foi o jeito do mês de julho, com o mercado chegando a precificar uma necessidade de subida de juros mais intensa no mundo desenvolvido, mas que foi se dissipando ao longo do mês, a partir de dados macroeconômicos mais desafiadores e uma temporada de balanços que, no geral, surpreendeu as estimativas do mercado. Aqui no Brasil, a tensão fiscal ficou de lado nas últimas semanas, mas não podemos nos esquecer de que as eleições estão cada vez mais próximas. Ou seja, tudo certo! Afinal, Bolsas globais tiveram o melhor mês desde novembro de 2020, mas ainda nem tudo está resolvido.
Inflação: tema permanece no radar do investidor, ainda mais agora, depois da última reunião do Fed (Banco Central Americano), que sinalizou não ver ainda a necessidade de realizar um aperto monetário mais rápido ou intenso. Em agosto, os dados que serão divulgados nos forneceram mais pistas sobre esta tarefa tão árdua, que é o combate à inflação por meio de uma política monetária mais restritiva. Em nossa opinião, ainda temos uma situação complexa, com inflação bastante disseminada, que seria somente combatida a partir de sinais de um enfraquecimento do mercado de trabalho.
Estados Unidos: economia vem dando sinais de alerta, PIB trimestral com duas quedas consecutivas, nível de atividade caindo e a confiança do americano desabando. Apesar de a temporada de balanços vir com números melhores do que o esperado, não tira da frente o que haverá de desafios para os próximos trimestres. Seguimos atentos, diante de um cenário-base ainda desafiador e do fato de que o movimento visto no mês de julho é justificado por uma questão técnica, e não pela melhora da percepção ou dos fundamentos.
China: surpresa negativa durante o mês de julho, já que acreditávamos que o pior sobre a economia chinesa teria ficado para trás. Diante da falta de perspectivas, estamos deixando de lado essa tese, até que sinais mais evidentes sejam apresentados. A combinação das economias chinesa e global mais fracas deve continuar pressionando os preços das commodities, principalmente as metálicas e agrícolas.
A economia brasileira vem apresentando sinais positivos, principalmente da ordem fiscal e do mercado de trabalho. Gostamos bastante da nossa exposição em empresas domésticas neste patamar de preços. Porém, ainda estamos optando por posições mais conservadoras e diversificadas. Inflação, efeito da subida de juros na economia real e eleições ainda são desafios; além de constituírem um cenário complexo para fazermos qualquer previsão. Portanto, seguimos monitorando as melhores oportunidades e utilizando a temporada de balanços para sermos capazes de escolher empresas que lidem melhor com o atual cenário.
(1) Empresas ligadas a commodities: seguimos com posições reduzidas em commodities e setor agrícola, devido à recessão e à situação econômica na China. Essas empresas ainda são opções interessantes para investidores que gostam de ações boas pagadoras de dividendos. Contudo, como buscamos um posicionamento tático, optamos por ser conservadores, até entendermos se existe espaço ou não para uma alocação com menor volatilidade.
(2) Empresas ligadas à economia local: com ajuda das movimentações externas e com menor temor fiscal na segunda quinzena de julho, houve uma melhora significativa no desempenho dos ativos locais. Conforme dito anteriormente, nos agrada bastante este tipo de posição, mas ainda não temos muita convicção para aumentá-la, tampouco para buscar oportunidades com maior potencial de ganho, ao aumentar o nível de risco.
(3) Dolarização da carteira: com um cenário difícil à frente, temos um contexto de baixa previsibilidade para a divisa. Assim, estamos mantendo nosso nível de exposição em dólar, aguardando sinais mais claros para uma mudança mais significativa em nossa atual estratégia.
(4) ETFs e BDRs: para a carteira de ETFs, seguimos com a alocação próxima da atual, com maior exposição a ações brasileiras em fundos com mais diversificação setorial. O ouro segue como nosso “porto seguro”; trocamos a ETF China por Mundo, para buscar mais diversificação e manter nosso nível de dolarização das carteiras. Ainda estamos cautelosos quanto às ações americanas e europeias, apesar das expectativas de recuperação dos ativos no curto prazo, por questão técnica (repique).
Maior parte de nossas carteiras seguem com betas menores do que 1, exceção para a carteira IBOV 5+ e MICRO5+. Realizamos trocas pontuais, atentos à temporada de balanços e buscando manutenção por menores volatilidades e preços atrativos.
Permanecemos com alocações concentradas em empresas de maior capitalização (Large e Midcaps), para as estratégias que permitem esse tipo de diversificação. Seguimos com baixa exposição em ações ligadas à commodities e aumentamos em empresas ligadas ao consumo discricionário.
Enxergamos espaço para uma continuidade na melhora dos preços dos ativos ligados a economia doméstica, porém, a limitação do cenário à frente não nos permite sermos mais agressivos em nossas escolhas. Seguimos atentos e abertos a mudanças drásticas em nossa estratégia.
Graficamente, nossas carteiras estão com Índices de Força Relativos (IFRs) mais próximos da faixa dos 70 pontos devido à forte altano mês de julho o que pode abrir espaço para uma realização nas primeiras semanas de agosto. Estruturalmente, o cenário permanece desafiador.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 3,92% no mês de julho. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 4,69%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -2,80% contra uma baixa de -1,58% do Ibovespa. Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Eztec (EZTC3) e Suzano (SUZB3). Com Inclusão das ações da Assaí (ASAI3) e Unipar (UNIP6).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma alta de 8,04% no mês de julho. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 4,69%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -20,17% contra uma baixa de -1,58% do Ibovespa. Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Engie (EGIE3) e Sabesp (SBSP3). Com Inclusão das ações da BR Foods (BRFS3) e Multiplan (MULT3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 4,27% no mês de julho. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 5,16%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -7,92% contra uma baixa de -15,55%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Taurus (TASA4) e Wiz Seguros (WIZS3). Com Inclusão das ações da Cury (CURY3) e Irani (RANI3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma alta de 16,83% no mês de julho. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 5,16%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -11,67% contra uma baixa de -15,55%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Cury (CURY3) e Irani (RANI3). Com Inclusão das ações da Mills (MILS3) e Orizon (ORVR3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 6,57% no mês de julho. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 1,98%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 6,49% contra uma alta de 6,66%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da BB Seguridade (BBSE3) e Taesa (TAEE11). Com Inclusão das ações da Copasa (CSMG3) e Porto Seguro (PSSA3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 0,34% no mês de julho. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISEE) obteve um desempenho positivo de 4,40%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -26,49% contra uma baixa de -9,60%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISEE). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da CCR (CCRO3) e Telefônica Vivo (VIVT3). Com Inclusão das ações da BTG Pactual (BPAC11) e Eletrobras ON (ELET3).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
A carteira BDR 5+ apresentou uma alta de 4,97% no mês de julho. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho positivo de 7,65%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -40,63% contra uma baixa de -22,08%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Alibaba (BABA34) e Walt Disney (DISB34). Com Inclusão das ações da Alphabet (GOGL34) e Mcdonald’s (MCDC34).
Para o mês de agosto de 2022, recomendamos compra de iShares Ibovespa (BOVA11), IT Now IDIV (DIVO11), It Now IFNC (FIND11), Ishares MSCI ACWI (BACW39) e Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de julho de 2022, a Carteira de ETF MACRO recuou -1,01% contra o Ibovespa que apresentou alta de +4,69% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)