Publicado em 31 de Julho às 22:00:00
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O início de julho foi marcado por um ambiente favorável para os ativos brasileiros, impulsionado por fluxos globais positivos, queda acentuada nas taxas de juros de prazos longos, valorização do real e alta da bolsa, com destaque para ações cíclicas locais. Contudo, esse cenário positivo foi ofuscado por tensões políticas internas e desafios externos. A relação entre o Governo e o Congresso se deteriorou, aumentando o risco político, especialmente após o Executivo recorrer ao Supremo Tribunal Federal para contestar a revogação de medidas relacionadas ao IOF.
No campo fiscal, o déficit do setor público consolidado em maio atingiu R$ 33,7 bilhões, confirmando uma tendência preocupante. A dívida bruta segue em alta, exigindo superávits estruturais difíceis de alcançar no curto prazo. Além disso, sinais de desaceleração econômica se intensificaram. O déficit em transações correntes chegou a US$ 5,1 bilhões em junho, indicando um desequilíbrio externo e maior vulnerabilidade do câmbio.
Um evento central foi o anúncio, em 10 de julho, de tarifas de 50% sobre importações brasileiras pelos EUA, que inicialmente gerou reação negativa nos mercados locais. Embora a medida tenha sido oficializada em 31 de julho, uma extensa lista de isenções — incluindo setores como aeronaves, móveis e minério de ferro — reduziu a tarifa efetiva para cerca de 30,8%. Isso limita o impacto direto no PIB brasileiro a aproximadamente 0,25%, dado o peso relativamente baixo das exportações brasileiras para os EUA.
O Ibovespa está sendo negociado a um múltiplo preço/lucro (P/L) projetado de 8,0 vezes para os próximos 12 meses, abaixo da sua média histórica de 10,6 vezes. Quando retiramos as ações da Petrobras e da Vale desse cálculo, o índice sobe para 10,1 vezes, ainda abaixo da média histórica de 12,2 vezes.
As ações de empresas voltadas para a economia doméstica apresentam um P/L projetado de 9,5 vezes, também inferior à média histórica de 11,9 vezes. Já as empresas com foco em exportação estão sendo negociadas a um múltiplo ainda menor, de 7,2 vezes, frente à sua média histórica de 9,9 vezes.
No grupo das Small Caps, que são empresas de menor valor de mercado, o P/L projetado atual é de 10,1 vezes, inferior à média de 13,9 vezes. Por sua vez, as Mid-Large Caps, empresas de tamanho médio a grande, apresentam um múltiplo de 7,8 vezes, abaixo da média histórica de 10,2 vezes.
Em resumo, tanto o índice geral quanto seus principais segmentos estão sendo negociados com múltiplos preço/lucro projetados para o próximo ano abaixo da média histórica, indicando, em termos simples, que as ações estão mais baratas atualmente em relação aos lucros esperados.
A curva de juros brasileira de longo prazo registrou alta, com as taxas subindo devido à combinação de pressões nos juros globais e a situação fiscal doméstica desafiadora. A taxa Selic, mantida em 15%, reflete um custo elevado que o país paga para financiar seu crescimento baseado em endividamento.
Atualmente, a dívida pública bruta alcança 89,92% do PIB, e as projeções do Tesouro Nacional indicam que essa dívida pode chegar a 79% do PIB até 2026, representando a segunda maior deterioração fiscal em um mandato presidencial desde 1993, comparável ao período pós-Dilma. Esse contexto fiscal limita a possibilidade de quedas mais expressivas nos juros de longo prazo no Brasil.
Além disso, sinais recentes mostram que a economia começa a reagir ao custo elevado do dinheiro. A confiança nos setores de serviços e comércio caiu, enquanto o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) desacelera. Apesar da taxa de desemprego estar em níveis historicamente baixos, de 5,8%, preocupa a sustentabilidade do crescimento da massa salarial sem ganho de produtividade, situação que pode pressionar a inflação no futuro.
Em julho, o mercado acionário brasileiro registrou uma saída líquida de capital estrangeiro de R$ 5,9 bilhões até o dia 29, reduzindo o fluxo acumulado no ano para R$ 20,4 bilhões negativos. Paralelamente, os investidores institucionais locais também tiveram saída líquida, mas em menor escala, de R$ 8 milhões, acumulando retiradas de R$ 30 bilhões em 2025 e totalizando R$ 62 bilhões nos últimos doze meses.
Por outro lado, os investidores pessoa física mantiveram o ritmo de compra, com entrada líquida de R$ 749,5 milhões em julho pelo quarto mês consecutivo. Esse comportamento elevou o saldo positivo dos investidores domésticos para R$ 7,1 bilhões no ano, demonstrando uma presença consistente e relevante do público local no mercado acionário brasileiro.
Os principais índices do mercado brasileiro estão sendo negociados próximos à média dos últimos seis meses, um nível técnico que sugere espaço para valorização e uma assimetria mais positiva.
Embora o cenário ideal para entrada considere esperar que os índices caiam abaixo dessa média, proporcionando uma oportunidade de compra em patamar mais baixo, a incerteza sobre o momento dessa queda torna a região atual um ponto inicial interessante para investimentos. Em outras palavras, apesar do mercado poder apresentar movimentos de baixa, o nível de preços atual já oferece uma boa oportunidade de entrada diante das condições vigentes.
O cenário para as ações brasileiras é marcado por dois fatores principais: um dólar global fraco e a expectativa de alternância de poder em 2026. Embora o dólar fraco global seja um cenário esperado para atrair capital estrangeiro, a entrada de recursos no Brasil tem sido menor do que o previsto, mostrando que esse fator isoladamente não garante aportes significativos no curto prazo.
A tese da alternância de poder, que inicialmente ganhava força entre fundos multimercados e investidores estrangeiros, foi impactada por tensões políticas recentes. Discursos polarizados e as controvérsias sobre as tarifas impostas pelos EUA geraram uma recuperação momentânea na popularidade do governo atual, dificultando a definição clara de um gatilho para a mudança de poder no curto prazo.
Assim, o panorama imediato para as ações brasileiras segue incerto. Apesar de o mercado local oferecer um valuation atraente e o carry trade permanecer vantajoso devido aos juros elevados, a volatilidade política e as questões tarifárias podem afastar o capital especulativo. A resistência do Ibovespa em meio à volatilidade e às saídas de capital indica que muitas das notícias negativas já estão precificadas. No entanto, a ausência de um catalisador forte no curto prazo exige cautela para investidores que buscam desempenho alinhado ao mercado global.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -6,71% no mês de julho. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -4,17%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 13,62% contra uma alta de 10,63% do Ibovespa. Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11), Fras-le (FRAS3), Tenda (TEND3) e Três Tentos (TTEN3). Com Inclusão das ações da Alupar (ALUP11), CPFL Energia (CPFE3), Transmissão Paulista (ISAE4), Lavvi (LAVV3) e Unipar (UNIP6).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão e pertencentes ao IBRA (Índice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -3,07% no mês de julho. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -4,17%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 15,19% contra uma alta de 10,63% do Ibovespa. Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Bradesco (BBDC4) e Petro Rio (PRIO3). Com Inclusão das ações da Petrobras PN (PETR4) e Vale (VALE3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -6,23% no mês de julho. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -6,36%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 19,05% contra uma alta de 18,38%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da CSU Digital (CSUD3), Plano & Plano (PLPL3), Sanepar (SAPR11), Tenda (TEND3) e Tegma (TGMA3). Com Inclusão das ações da BR Partners (BRBI11), Orizon (ORVR3), Trisul (TRIS3), Tupy (TUPY3) e Unipar (UNIP6).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -8,03% no mês de julho. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -6,36%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 8,81% contra uma alta de 18,38%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Brisanet (BRST3), Panvel (Dimed) (PNVL3) e Wiz Seguros (WIZC3). Com Inclusão das ações da Helbor (HBOR3), Banco Pine (PINE4) e Ser Educacional (SEER3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -4,23% no mês de julho. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -2,97%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 21,83% contra uma alta de 10,33%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Cemig (CMIG4) e Lavvi (LAVV3). Com Inclusão das ações da Direcional (DIRR3) e Marfrig (MRFG3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -8,19% no mês de julho. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISE) obteve um desempenho negativo de -7,19%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 7,18% contra uma alta de 16,51%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISE). Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Azzas 2154 (AZZA3), Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3). Com Inclusão das ações da Porto Seguro (PSSA3), Petrobras PN (PETR4) e SLC Agricola (SLCE3).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.