Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Dezembro às 00:00:00

Carteira Recomendada de Ações – Dezembro 2024

Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em dezembro de 2024.

Novembro foi um mês extremamente desafiador para os ativos brasileiros, marcado pela decepção com a divulgação do pacote de corte de gastos. Esse evento aumentou as expectativas de alta na trajetória da Selic, pressionou o dólar para acima de R$ 6 e levou o Ibovespa para próximo de sua mínima no ano, reforçando o ambiente de incertezas no mercado local.

Diante desses desafios, mantemos uma postura conservadora, com foco em ativos dolarizados, que oferecem maior proteção em um cenário de volatilidade cambial e deterioração das expectativas fiscais. Para carteiras que permitem exposição a ativos globais, estamos ampliando alocações em setores estratégicos, como ações de tecnologia, que continuam a apresentar forte potencial de crescimento, e criptoativos, que oferecem diversificação e oportunidades de retorno diferenciadas.

Nossa estratégia reflete o compromisso em preservar capital e buscar alternativas robustas em um momento de alta complexidade no mercado doméstico. Combinamos prudência no ambiente local com a exploração de oportunidades globais, mantendo o equilíbrio entre proteção e crescimento.

Desempenho no mês

Valuation

O Ibovespa está sendo negociado a 7,2x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo de sua média histórica de 10,8x. Ao excluir Petrobras e Vale, o P/L do Ibovespa sobe para 9,4x, ainda assim abaixo da média histórica de 12,1x. As ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 8,6x P/L projetado, abaixo de sua média histórica de 12,0x. Esses papéis têm sofrido mais com as incertezas fiscais e a perspectiva de juros elevados, mas apresentam potencial de recuperação em cenários de melhora macroeconômica.

No segmento de exportadoras, as ações estão avaliadas a 7,0x P/L projetado, abaixo de sua média histórica de 9,8x. A valorização do dólar e a demanda externa reforçam a resiliência dessas companhias, tornando-as uma opção atraente no cenário atual. As Small Caps apresentam o maior desconto, negociadas a 8,2x P/L projetado, abaixo da média histórica de 14,2x. Este grupo reflete o ceticismo do mercado em relação a empresas de menor capitalização, mas também oferece a maior assimetria positiva para investidores dispostos a assumir riscos.

Curva de Juros

No final de novembro, o Ministério da Fazenda anunciou medidas combinando o aguardado corte de gastos, necessário para adequar as contas públicas ao Arcabouço Fiscal, com mudanças na Reforma Tributária. Entre as alterações, destacam-se o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e a criação de um imposto mínimo para grandes fortunas.

O anúncio gerou preocupações nos mercados financeiros, sendo interpretado por muitos como um sinal de falta de comprometimento político com ações fiscalmente responsáveis. Medidas impopulares, porém essenciais, são vistas como cruciais para garantir a sustentabilidade econômica do país, e sua ausência intensificou o ceticismo dos investidores.

Esses eventos reforçam a percepção de que apenas uma mudança radical na política econômica poderá reverter a tendência negativa dos ativos brasileiros. Essa transição, entretanto, promete ser complexa e tumultuada, com um cenário de curto prazo (6 a 18 meses) considerado amplamente desafiador. A curva de juros pré-fixados já reflete esse pessimismo, precificando uma Selic terminal de 14,75%, com projeções de altas de até 275 pontos-base nas próximas reuniões do Copom. Essa perspectiva reflete as preocupações sobre o impacto das políticas fiscais na inflação e na estabilidade econômica.

Diante desse contexto, avaliar a tolerância ao risco e a capacidade de enfrentar alta volatilidade se torna fundamental para os investidores. Estratégias que focam em ativos de qualidade com valuations atrativos, como ações de empresas resilientes, podem apresentar boas oportunidades.

Fluxo do Investidor na B3

Em novembro, o mercado acionário brasileiro registrou mais uma saída expressiva de capital estrangeiro, somando R$ 1,6 bilhão no mês. Com isso, o saldo acumulado de capital estrangeiro em 2023 chegou a um preocupante negativo de R$ 32,8 bilhões até o dia 27 de novembro. Essa tendência reforça o cenário de desconfiança dos investidores internacionais em relação ao mercado local, influenciado pelas incertezas fiscais e políticas.

Entre os investidores institucionais locais, o cenário também foi marcado por saídas de capital, totalizando R$ 3,7 bilhões em novembro, após uma retirada de R$ 1,9 bilhão em outubro. Este foi o sétimo mês consecutivo de saídas do segmento institucional, resultando em um saldo acumulado negativo de R$ 28,5 bilhões no ano, evidenciando a postura conservadora desse grupo diante do ambiente econômico desafiador.

Por outro lado, o investidor pessoa física manteve uma postura compradora, marcando o terceiro mês consecutivo de entradas líquidas. Em novembro, o saldo positivo foi de R$ 2,4 bilhões, somando-se aos R$ 2,2 bilhões de outubro. No acumulado do ano, os investidores individuais registram um saldo positivo de R$ 26,9 bilhões, destacando-se como o único grupo com fluxo consistente de entrada no mercado, apesar das adversidades.

Esse contraste entre os diferentes perfis de investidores reflete a polarização no mercado brasileiro, com estrangeiros e institucionais reduzindo exposição enquanto pessoas físicas continuam aproveitando os valuations atrativos, mesmo em um ambiente de volatilidade e incertezas.

ESTRATÉGIA: como estamos nos posicionando

(1) Empresas Exportadoras: Estamos ampliando nossa exposição em empresas exportadoras, impulsionados pela valorização do dólar e pelo cenário desafiador no mercado de juros. Desde a divulgação do pacote de corte de gastos, o mercado brasileiro tem buscado essas empresas como um “porto seguro”. A dinâmica cambial favorece as receitas dessas companhias, enquanto sua menor dependência do mercado interno as torna menos vulneráveis às incertezas domésticas.

(2) Empresas Domésticas: Reduzimos nossa exposição a empresas ligadas ao setor doméstico, especialmente aquelas mais sensíveis às expectativas de aumento da Selic, como construção civil e varejo. Dentro desse segmento, priorizamos empresas com alavancagem mais confortável, forte geração de caixa e que apresentaram sinais positivos na última temporada de balanços. Essa abordagem busca mitigar os riscos associados a um ambiente de juros elevados e potencial desaceleração econômica mais à frente, mantendo foco em companhias com maior capacidade de atravessar períodos adversos.

(3) Internacional: Em nossa alocação internacional, estamos focados em explorar oportunidades para ampliar os ganhos das carteiras com posições em ouro, tecnologia e criptoativos. O ouro permanece como uma escolha estratégica, especialmente em cenários de incerteza econômica global, funcionando como reserva de valor e proteção contra inflação ou volatilidade cambial. No setor de tecnologia, identificamos potencial de crescimento contínuo, impulsionado pela inovação e pela resiliência dessas empresas em um ambiente econômico dinâmico. Os criptoativos complementam a estratégia, oferecendo diversificação e exposição a um mercado com características próprias de crescimento acelerado. Acreditamos que o interesse crescente por soluções digitais e financeiras inovadoras sustenta a valorização desse segmento no longo prazo.

Assimetria

Com exceção do Índice de Dividendos (IDIV), que está próximo de sua média dos últimos seis meses, o Ibovespa (IBOV), o índice de Small Caps (SMLL) e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEE) negociam entre o primeiro e o segundo desvio padrão negativo em relação à mesma média. Esse comportamento indica que os preços atuais desses índices estão significativamente descontados em relação ao padrão recente.

Esses níveis de preço sugerem uma assimetria positiva para alocações nesses índices, especialmente em empresas de menor capitalização (SMLL) e que integram o ISEE. Em cenários de forte desvalorização, ativos com essas características frequentemente apresentam maior potencial de recuperação, o que pode atrair investidores dispostos a assumir riscos para buscar ganhos expressivos.

Mesmo em meio a um ambiente macroeconômico desafiador, há espaço para retornos interessantes no curto prazo, especialmente para quem aproveitar as oportunidades oferecidas por esses preços descontados. A recuperação pode ser impulsionada por fatores como sazonalidade, melhora no sentimento do mercado ou uma reavaliação dos fundamentos das empresas que compõem esses índices.

Carteira recomendada de ações de dezembro: o que esperar?

Diante dos desafios no cenário brasileiro, optamos por uma estratégia mais conservadora para nosso portfólio, apesar da atratividade dos preços e da assimetria favorável. Nosso foco permanece em empresas de grande capitalização, com alta liquidez e betas inferiores a 1, características que indicam menor volatilidade e maior resiliência frente às incertezas do mercado.

Além disso, estamos priorizando companhias cujo ciclo microeconômico esteja mais favorável, com perspectivas de melhores resultados nos próximos trimestres. Esse critério reflete nosso compromisso em balancear segurança e potencial de retorno, mesmo em um ambiente econômico desafiador.

O cenário de juros elevados no Brasil, combinado com a desconfiança em relação à condução da política fiscal, justifica nossa postura cautelosa. A divulgação recente do pacote de cortes de gastos gerou incertezas adicionais, contribuindo para a fuga de investidores das ações locais. Nesse contexto, buscamos minimizar riscos enquanto monitoramos de perto eventuais mudanças no ambiente macroeconômico que possam abrir novas oportunidades de investimento.

Carteira Ibovespa 10+

A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -1,55% no mês de novembro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -3,12%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -22,44% contra uma baixa de -6,35% do Ibovespa. Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Direcional (DIRR3), Engie (EGIE3), Energisa (ENGI11), Itaú Unibanco (ITUB4), Irani (RANI3) e Tenda (TEND3). Com Inclusão das ações da CPFL Energia (CPFE3), Petrobras PN (PETR4), Sanepar (SAPR11), SLC Agrícola (SLCE3), Unipar (UNIP6) e Weg (WEGE3).

A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Ibovespa 5+

A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -1,72% no mês de novembro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -3,12%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -24,46% contra uma baixa de -6,35% do Ibovespa. Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Engie (EGIE3) e Itaú Unibanco (ITUB4). Com Inclusão das ações da Cemig (CMIG4) e SLC Agrícola (SLCE3).

A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Small Caps 8+

A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -5,68% no mês de novembro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -4,48%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -22,39% contra uma baixa de -18,66%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Banrisul (BRSR6), Cury (CURY3), Lavvi (LAVV3), Moura Dubeux (MDNE3) e Orizon (ORVR3). Com Inclusão das ações da ABC Brasil (ABCB4), Desktop (DESK3), Odontoprev (ODPV3), Petroreconcavo (RECV3) e Sanepar (SAPR11).

A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.

Carteira Micro Caps 5+

A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -6,25% no mês de novembro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -4,48%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -25,54% contra uma baixa de -18,66%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Moura Dubeux (MDNE3), Melnick (MELK3), Panvel (Dimed) (PNVL3), Tenda (TEND3) e Tegma (TGMA3). Com Inclusão das ações da BR Partners (BRBI11), Cruzeiro do Sul (CSED3), CVC (CVCB3), Iochp-Maxion (MYPK3) e Petz (PETZ3).

A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.

Carteira Dividendos 5+

A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -1,89% no mês de novembro. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -0,07%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -11,44% contra uma alta de 2,38%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Itaú Unibanco (ITUB4). Com Inclusão das ações da Petrobras PN (PETR4).

A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.

ESG 5+

A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -2,04% no mês de novembro. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISE) obteve um desempenho negativo de -5,60%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -23,09% contra uma baixa de -12,20%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISE). Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Itaú Unibanco (ITUB4). Com Inclusão das ações da Iguatemi (IGTI11).

A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.

BDR 5+

A carteira BDR 5+ apresentou uma alta de 20,67% no mês de novembro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho positivo de 8,32%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade alta de 71,57% contra uma alta de 63,02%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Coca Cola (COCA34) e Walt Disney (DISB34). Com Inclusão das ações da Nike (NIKE34) e Tesla (TSLA34).

Carteira ETF MACRO

Para o mês de dezembro de 2024, recomendamos compra de Ishares BOVA (BOVA11), Hashdex Ethereum (ETHE11), Hashdex Nasdaq Crypto Index FI (HASH11), NYSE FANG+ (TECK11) e Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de novembro de 2024, a Carteira de ETF MACRO avançou 7,50% contra o Ibovespa que apresentou queda de -3,12% no mesmo período.

A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.

Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)

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