Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Fevereiro às 08:00:00

Carteira Recomendada de Ações – Fevereiro 2022

Um ano de grandes surpresas?

O primeiro mês de 2022 surpreendeu grande parte dos investidores. Foram surpresas positivas e negativas mas com efeitos únicos: volatilidade. China tem mais um mês difícil e começa a testar a paciência dos investidores, ações americanas têm o pior começo de ano em décadas e aqui no Brasil uma combinação que surpreendeu muita gente com ações baratas e ligadas a commodities como a solução perfeita para 2022.

🛫 ESTADOS UNIDOS: Fed deu o seu recado, mas nem tanto

Passamos pelo primeiro encontro do comitê de política monetária nos EUA (FOMC) e os mercado, que no final do ano passado precificavam 2 ou 3 altas de juros somente, neste ano precisou fazer seus reajustes e, agora, ficou em 5 ou mais. Além disso, a redução do balanço do Fed (Federal Reserve) entrou no radar de vez. A mensagem de Powell, presidente do Fed, foi clara, mas deixou muitas portas em aberto, o que resultou e resultará num ambiente de bastante volatilidade.

Outro ponto que gostaríamos de destacar foram os primeiros sinais de “enfraquecimento” da economia americana e que não esperávamos que fosse ocorrer tão cedo. Uma mistura de ômicron, inflação e base comparativa com 2021 fizeram com que o começo de 2022 fosse um dos piores em termos de desempenho para as ações nos EUA.

Nos chamam atenção a temporada de balanços nos EUA que, na média, está trazendo bons resultados. No S&P, 169 de 500 empresas reportaram resultados, sendo 77% acima do esperado, com surpresa agregada de 5%. Já na Nasdaq, 413 de 3143 empresas já reportaram, sendo 64% delas acima do esperado, com surpresa de 9%. Bons resultados com reações negativas são sinais importantes de que o mercado já não é mais o mesmo e indicam que correções mais fortes nos preços podem ocorrer nos próximos meses.

OPNIÃO: Com sinalizações negativas por parte da economia americana e uma rotação entre growth e crescimento passamos a estar mais cautelosos com o desempenho das ações nos EUA neste ano. Teremos muita volatilidade, tanto para cima, quanto para baixo, mas o mais importante é que hoje já vemos uma posição nos EUA como um porto seguro frente a outras classes de ativos globais.

🐉 CHINA: Uma nova realidade

Mais um mês negativo para ações chinesas impactadas pelo cenário de expectativa de redução da liquidez global e pela situação cada vez mais frágil da economia por lá. Mercado segue na expectativa de que em breve veremos uma atuação mais presente do governo chinês para estabilizar a situação atual. Porém, não podemos descartar a possibilidade de que esse processo seja muito mais complexo do que acreditamos ser hoje. Ainda estamos confiantes de que teremos um ano positivo e que veremos como destaque ações e commodities relacionados ao setor de consumo na China.

OPNIÃO: China volta para um estado de monitoramento diante dos últimos dados sobre a situação econômica local. O bom desempenho das commodities, e por consequências de empresas brasileiras correlacionadas, depende de uma aceleração da econômica chinesa nos próximos trimestres. Acreditamos que a mudança na sua matriz econômica tende a influenciar positivamente empresas ligadas ao consumo, mas que também veremos algumas sinalizações mais positivas no setor imobiliário que ainda segue muito impactado por conta de uma redução nos níveis de crédito.

🗳️ BRASIL: Chegou a nossa hora?

Nos surpreendeu o desempenho das ações aqui no Brasil e finalmente aquele discurso de que “o Brasil está barato” pode ter ficado para trás. Uma combinação perfeita entre preço atrativo, cenário macroeconômico global e fluxo de investidor estrangeiro fez da bolsa brasileira e do Real (BRL) ativos de melhor desempenho quando comparados com outros pares.

Muito cedo para cantarmos vitória pois os desafios continuam. De um lado, nós temos o retorno das atividades em Brasília e com ela a pressão por maiores gatos públicos em um ano eleitoral. Diferente do ano passado, agora estamos sem o cinto de segurança, também conhecido como Teto dos Gastos e entendemos que o mercado irá monitorar de perto as contas públicas do governo, reagindo a cada novo dado.

Lá fora, a depender como os ativos irão se comportar, mesmo com preços atrativos aqui no Brasil, não ficaremos completamente blindados a um aumento da volatilidade e uma redução da liquidez global, portanto o plano de voo do Fed será de suma importância.

A reação dos ativos aqui no Brasil mesmo diante de um cenário negativo passa a mensagem que já colocamos no preço das ações brasileiro um cenário bastante negativo, e que pode passar um sensação de conforto para o investidor em busca de oportunidades no mercado local.

O primeiro pelotão (bancos e commodities) já partiram e agora o mercado poderá buscar novas oportunidades e setores mais depreciados como varejo, construção civil e empresas de menor capitalização. Mas atenção, seja vigilante e busque acompanhar o mercado o quanto puder, afinal, o que é verdade hoje, pode não ser amanhã.

ESTRATÉGIA: Como estamos nos posicionado

Para aqueles investidores que mesmo em um cenário complexo querem estar alocados em ações/BDRs/ETFs indicamos a seguinte estratégia para 2022, e que também será utilizada em nossas recomendações de carteira:

(1) Empresas ligadas à commodities: Seguimos com uma alocação com sobrepeso em empresas ligadas à commodities, principalmente aquelas que são influenciadas pela cotação do petróleo nos mercados internacionais. Ainda sim temos empresas ligadas ao setor de mineração, siderurgia, papel e celulose e frigoríficos em todas as nossas carteiras.

(2) Empresas com crescimento secular: Com a sinalização positiva dos mercados brasileiros neste começo de ano, estamos aumentando nossa exposição no setor de varejo, construção civil e small caps. Entendemos que o cenário de alta de juros e crescimento baixo já está precificado nas ações e que daqui para frente poderemos ver um ponto de inflexão nessas empresas. Porém, ainda estamos atentos aos efeitos das eleições e da situação para darmos um passo atrás nesses setores. Tentaremos ser reativos a qualquer sinal de piora e que possa impactar o setor.

(3) ETF e BDRs: Para a carteira de ETF aumentamos nossa exposição ao setor bancário afim de concentramos mais a nossa alocação em Brasil. Ouro segue como nosso “porto seguro” e China permanece pela atratividade dos preços. Na carteira de BDR fizemos uma rotação de ações de crescimento para ações de valor.

Sobre as nossas carteiras…

Nossas carteiras ficaram mais diversificadas, tanto em valor de mercado quanto setores. Aumentamos um pouco os betas das nossas carteiras diante da melhora da percepção Brasil. Iremos aumentar a exposição de risco aos poucos, a depender de como evoluir a situação fiscal brasileira, eleições, China e política monetária nos EUA.

Carteira Ibovespa 10+

A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 6,49% no mês de janeiro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 6,98%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 6,49% contra uma alta de 6,98% do Ibovespa. Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Ambev (ABEV3), Intebras (INTB3), Locamerica (LCAM3) e Vamos (VAMO3). Com Inclusão das ações da Bradesco (BBDC4), Lojas Renner (LREN3), 3R Petroleum (RRRP3) e Vivara (VIVA3).

A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Ibovespa 5+

A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -0,74% no mês de janeiro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 6,98%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -0,74% contra uma alta de 6,98% do Ibovespa. Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Ambev (ABEV3), Ambipar (AMBP3), Petro Rio (PRIO3) e Rede D’Or (RDOR3). Com Inclusão das ações da Irani (RANI3), 3R Petroleum (RRRP3), Santander (SANB11) e Weg (WEGE3).

A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Small Caps 8+

A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 2,36% no mês de dezembro. No mesmo período, o índice Small (A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 5,95% no mês de janeiro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 3,42%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 5,95% contra uma alta de 3,42%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Assaí (ASAI3), Intebras (INTB3), Petro Rio (PRIO3) e Vamos (VAMO3). Com Inclusão das ações da Alupar (ALUP11), Cyrela (CYRE3), 3R Petroleum (RRRP3) e Usiminas (USIM5).

A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado está entre R$ 2 bilhões até R$ 20 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.

Carteira Micro Caps 5+

A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -9,40% no mês de janeiro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 3,42%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -9,40% contra uma alta de 3,42%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Fertilizantes Heringer (FHER3) e GP Investments (GPIV33). Com Inclusão das ações da C&A (CEAB3) e JSL (JSLG3).

A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 500 mil fazem parte do universo de escolha.

Carteira Dividendos 5+

A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 2,59% no mês de janeiro. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 7,47%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 2,59% contra uma alta de 7,47%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Cesp (CESP6). Com Inclusão das ações da Minerva (BEEF3).

A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de seleção. Para escolha dos ativos, é priorizado a alocação em empresas com histórico de pagamento de dividendos superiores à média do mercado.

Carteira ETF MACRO

Para o mês de fevereiro de 2022, recomendamos compra de It Now IFNC (FIND11), It Now IMAT (Exportadoras) (MATB11), iShares S&P 500 Value ETF (BIVE39), China (XINA11), Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de janeiro de 2022, a Carteira de ETF MACRO recuou -2,49% contra o Ibovespa que apresentou alta de 6,98% no mesmo período.

A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.

Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)

ESG 5+

A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 4,10% no mês de janeiro. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho positivo de 6,98%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 4,10% contra uma alta de 6,98%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Cosan (CSAN3), Ambev (ABEV3) e RaiaDrogasil (RADL3). Com Inclusão das ações da Arezzo (ARZZ3), Fleury (FLRY3) e Suzano (SUZB3).

BDR 5+

A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -24,33% no mês de janeiro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -9,83%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -24,33% contra uma baixa de -9,83%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de janeiro, saíram as ações da Alphabet (GOGL34), Moderna (M1RN34), Nvidia (NVDC34) e Netflix (NFLX34). Com Inclusão das ações da Apple (AAPL34), Jpmorgan (JPMC34), Microsoft (MSFT34) e Taiwan Semiconductor (TSMC34).

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