Publicado em 01 de Junho às 03:00:00
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A conjugação de vários fatores, como a expectativa de crescimento econômico mais robusto, a queda nas taxas de juros, uma temporada de balanços financeiros mais favorável e a atratividade dos preços, contribuiu para uma substancial valorização das ações vinculadas à economia doméstica. Com o avanço das reformas, o investidor retomou a confiança no desempenho das ações locais. No entanto, os desafios persistem. Internamente, a condução das políticas fiscais ainda suscita questões. No âmbito internacional, permanecem as incertezas quanto ao desempenho da economia chinesa e à política monetária nos Estados Unidos.
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Em maio, uma das principais questões que capturaram a atenção dos investidores foi a negociação em torno do limite do teto da dívida nos Estados Unidos. Após várias semanas de negociações tensas, um acordo preliminar foi finalmente alcançado entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os republicanos da Câmara. Esse acordo visava abordar o limite da dívida e os gastos, e desencadeou uma série de consequências, incluindo a possível rebaixamento da nota de crédito dos EUA.
Com relação ao Federal Reserve (FED), seu presidente, Jerome Powell, sinalizou uma incerteza sobre a necessidade de um aumento adicional na taxa básica de juros dos EUA. A posição do FED agora é de tomar decisões em uma base “reunião por reunião”. Powell também indicou que o controle da inflação está se provando mais desafiador do que o previsto, com dados atuais reforçando a perspectiva do comitê de que a redução da inflação levará algum tempo. Embora algumas autoridades do FED tenham solicitado uma pausa no aumento das taxas de juros, outras defendem mais aumentos. A decisão final sobre os ajustes da taxa de juros será influenciada pelos dados de emprego e inflação que serão revelados nas próximas semanas.
Apesar das questões referentes ao limite da dívida americana e à trajetória das taxas de juros nos EUA, maio acabou sendo um mês de forte valorização para algumas ações. Destacaram-se as Mega Techs e as ações ligadas à Inteligência Artificial, o tema do momento. Atualmente, enfrentamos um cenário complexo, marcado pelos desafios econômicos que se desenham à nossa frente e pelo nível de valorização do mercado de ações americano.
Ainda falando sobre cenário internacional, a economia chinesa demonstrou sinais de instabilidade. Apesar de um crescimento sólido de 4,5% no primeiro trimestre, impulsionado pelo consumo, dados recentes indicam uma recuperação desigual na segunda maior economia do mundo. A taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos atingiu um recorde de 20,4% em abril. O setor imobiliário, outrora o principal propulsor da economia chinesa, contribuindo com até 30% do PIB do país, também tem mostrado sinais de desaceleração. Os preços dos imóveis novos aumentaram apenas 0,3% em abril, o que sugere que a demanda reprimida pode estar começando a diminuir após o fim das restrições da pandemia. Diante deste cenário desafiador na China, e seguindo a estratégia adotada em recomendações anteriores, estamos reduzindo nossa exposição à China e às commodities relacionadas.
Em maio, a Câmara dos Deputados aprovou por ampla margem uma nova regra fiscal. Durante o processo legislativo, o relator introduziu algumas alterações significativas.
A primeira grande mudança foi a revogação da permissão para que as despesas crescessem no limite máximo permitido em 2024 (2,5% em termos reais), retornando à norma de 70% do aumento da receita. Contudo, o ano de 2024 manteve uma regra distinta, autorizando um crescimento de despesas mais acelerado em comparação aos anos subsequentes.
Uma segunda modificação relevante foi a inclusão de gatilhos para limitar o crescimento dos gastos, caso as metas de superávit primário não sejam atingidas. Entretanto, devido ao fato de que esses gatilhos só seriam ativados dois anos após o não cumprimento das metas e ao fato do gatilho mais importante – o aumento real do salário mínimo – ter sido removido, esse mecanismo provavelmente terá eficácia limitada para realinhar os gastos com as metas de superávit primário.
Apesar de o novo arcabouço fiscal aprovado ainda não ser capaz de estabilizar a dívida pública em proporção ao PIB e estar mais focado em aumentar as receitas do que em cortar gastos, pela primeira vez um projeto mais restritivo do que o originalmente enviado pelo governo foi aprovado. Isso pode ser um indicativo positivo para o futuro.
A reforma tributária é o próximo tópico de grande importância. Acreditamos que a reforma do imposto sobre vendas enfrentará obstáculos para ser aprovada no curto prazo, uma vez que a resistência de vários setores dificultará a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) unificado para todas as áreas. A reforma do imposto sobre vendas não resultará em um aumento das receitas governamentais em termos reais, devido ao período de transição. A segunda fase da reforma tributária, focada nos impostos sobre a renda, será debatida no segundo semestre de 2023. Prevemos que essa reforma levará à tributação dos dividendos, ao fim dos benefícios fiscais de juros sobre o capital, ao aumento da taxação para indivíduos de alta renda e a mínima ou nenhuma redução nos impostos corporativos. Acreditamos que essa reforma provavelmente aumentará as receitas fiscais do Brasil.
Por fim, a desaceleração dos índices de inflação no Brasil começou a influenciar de maneira mais intensa as expectativas do mercado em relação à trajetória da Selic, com os mercados precificando a hipótese de que o Banco Central do Brasil (BCB) iniciará os cortes de juros em setembro.
Assim, essa confluência de fatores, incluindo a aprovação de reformas, a potencial queda da taxa de juros no segundo semestre, avaliações atraentes de ativos e a revisão para cima dos lucros após a temporada de balanços do primeiro trimestre, nos leva a crer que as oportunidades de alocação agora se apresentam de forma mais evidente nas empresas vinculadas à economia local. Apesar de a maioria das empresas domésticas de alta qualidade e longa duração terem apresentado bom desempenho no último mês, acreditamos que ainda há margem para mais valorização.
(1) Empresas relacionadas a commodities: seguimos com exposição reduzida em commodities ao promover desde os últimos meses uma rotação para ativos domésticos. A reabertura da China continua sendo um fator importante e está sendo monitorada de perto, assim como a situação da economia global.
(2) Empresas vinculadas à economia local: seguimos com maior exposição em ações ligadas à economia local, considerando os últimos acontecimentos e suas repercussões nas curvas de juros de curto e longo prazo. Apesar do cenário incerto, não podemos descartar a possibilidade de uma redução da Selic em 2023. Nossas alocações estão focadas em empresas de menor volatilidade, em setores como elétrico e bancos, além daquelas que se destacaram na temporada de balanços.
(3) Dolarização da carteira: seguimos com exposição reduzida em ativos dolarizados, levando em conta o cenário atual no Brasil e no mundo. O Real apresenta bons fundamentos e, embora o cenário continue desafiador, existem diversas “forças” que podem manter a tendência de depreciação do dólar global.
(4) ETFs e BDRs: mantemos exposição a ações americanas de setores mais resilientes, uma vez que entendemos que o futuro ainda apresenta desafios. Continuamos focados em setores mais perenes, como consumo básico, energia, saúde e empresas boas pagadoras de dividendos, evitando posições em empresas de tecnologia e criptoativos.
Maio proporcionou uma maior compreensão sobre os desafios tanto no cenário local quanto no internacional. O desempenho robusto das ações domésticas refletiu um aumento do apetite por ativos subvalorizados. Entretanto, ainda estamos conduzindo essa transição de maneira cautelosa. Atualmente, nossas posições começam a se concentrar em empresas de menor capitalização, diante da expectativa de queda da Selic ainda em 2023.
Com uma perspectiva mais clara do cenário futuro, nosso foco agora se volta para a procura por alocações em empresas que têm se mostrado mais resilientes diante das condições domésticas – a temporada de balanços tem sido crucial para isso. Não estamos necessariamente em busca de empresas com menor beta, apesar da volatilidade do cenário, mas sim daquelas que apresentam fundamentos sólidos.
Devido à valorização expressiva no último mês, muitas de nossas realocações ocorreram por questões técnicas e na busca por um portfólio menos sobrevalorizado. Junho se inicia com o Ibovespa em potencial tendência de queda, o que pode indicar um início de mês mais desafiador.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 5,86% no mês de maio. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 3,74%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -2,31% contra uma baixa de -1,28% do Ibovespa. Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Banco do Brasil (BBAS3), Cielo (CIEL3), Multiplan (MULT3), Petro Rio (PRIO3) e RaiaDrogasil (RADL3). Com Inclusão das ações da Alupar (ALUP11), Panamericano (BPAN4), Grupo Mateus (GMAT3), Porto Seguro (PSSA3) e Indústrias Romi (ROMI3).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma alta de 1,39% no mês de maio. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 3,74%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 1,35% contra uma baixa de -1,28% do Ibovespa. Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Cielo (CIEL3), Copasa (CSMG3) e Multiplan (MULT3). Com Inclusão das ações da BTG Pactual (BPAC11), Raízen (RAIZ4) e Sabesp (SBSP3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 19,36% no mês de maio. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 13,54%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 13,89% contra uma alta de 4,71%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Copasa (CSMG3), Cury (CURY3), Petz (PETZ3) e Marcopolo (POMO4). Com Inclusão das ações da Armac (ARML3), Fleury (FLRY3), Grupo Mateus (GMAT3) e Jalles Machado (JALL3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma alta de 10,83% no mês de maio. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 13,54%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -11,19% contra uma alta de 4,71%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Eletromidia (ELMD3), Pague Menos (PGMN3) e Vittia Fertilizantes (VITT3). Com Inclusão das ações da Desktop (DESK3), Dexxos Part. (DEXP3) e Track&Field (TFCO4).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -0,98% no mês de maio. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 0,84%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -4,09% contra uma alta de 0,48%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de maio, saíram as ações da BB Seguridade (BBSE3), Cielo (CIEL3) e Copasa (CSMG3). Com Inclusão das ações da Cemig (CMIG4), Transmissão Paulista (TRPL4) e Telefônica Vivo (VIVT3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 0,78% no mês de maio. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho positivo de 9,02%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 4,43% contra uma alta de 4,41%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Banco do Brasil (BBAS3) e Cielo (CIEL3). Com Inclusão das ações da Duratex (DXCO3) e Fleury (FLRY3).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -3,91% no mês de maio. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho positivo de 5,90%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade alta de -6,15% contra uma alta de 14,58%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de maio, saíram as ações da Chevron (CHVX34) e Unitedhealth (UNHH34). Com Inclusão das ações da Apple (AAPL34) e Inter & Co (INBR32).
Para o mês de maio de 2023, recomendamos compra de Ishares BRAX (BRAX11), It Now DIVO (DIVO11), It Now IFNC (FIND11), Ouro (GOLD11) e Ishare SMAL, com alocação de 20% para cada ativo. No mês de maio de 2023, a Carteira de ETF MACRO avançou 0,89% contra o Ibovespa que apresentou alta de 3,74% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)