Publicado em 01 de Maio às 00:00:00
Estamos passando por um período de grande turbulência nos mercados globais, diante das incertezas econômicas para 2022/23. Os choques inflacionários ocasionados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia e o lockdown na China persistem. Temos agora, também, uma corrida contra o tempo, em que Bancos Centrais globais permanecem com o desafio de subir os juros, mas sem desaquecer a economia. Errar nessa métrica pode custar caro, e é isso que tem trazido grande volatilidade aos mercados. Abril foi um mês de queda para as principais Bolsas globais, até mesmo para a brasileira, que teve ótima performance no primeiro trimestre do ano. Algumas mudanças de narrativa ocorreram, o que nos levou a reassumir uma postura mais conservadora.
O mês de abril foi bastante desafiador para o investidor americano, tanto para aquele com alocações em renda fixa como para o de renda variável. A precificação feita pelo mercado, diante dos desafios do Fed (Federal Reserve) para este ano, levou a uma forte abertura das taxas de juros mais curtas que, por sua vez, trouxe retorno negativo para títulos de renda fixa e renda variável, algo que não ocorria há muitos anos.
O mês só não foi pior para a economia americana devido à forte valorização do dólar, globalmente falando, que agora está nas máximas dos últimos 7 anos e poderá, assim, contribuir com menos pressão inflacionária sobre o país. Esperamos que maio seja um mês importante para os mercados, pois teremos decisões de política monetária logo na primeira semana. Em nosso entendimento, como as declarações dos membros do Fed repercutiram muito nas últimas semanas, até a decisão e posterior comunicado mais “dovish” serão de suma importância para o mercado.
Recentemente, foram divulgados dados sobre a economia americana e, além de mostrar queda dos indicadores de confiança e atividade, todos dão indícios de que uma recessão poderia estar próxima. O problema é que agora o mercado não poderá mais contar com a mão do Fed para tentar suavizar este movimento.
OPINIÃO: seguimos cautelosos com ações americanas e europeias, pois acreditamos que, neste ano, os choques inflacionários e as consequências econômicas, decorrentes da guerra e dos lockdowns na China, sobre os níveis de confiança dos consumidores e empresários devem pressionar os Bancos Centrais globais a agir de uma maneira mais dura (hawkish) para combater a inflação. Além disso, a economia global poderá passar por períodos de instabilidade. Recomendamos posições conservadoras nesses mercados. Ações ligadas a setores mais perenes e de menor volatilidade podem se destacar.
Depois de um primeiro trimestre formidável, o Ibovespa passou por um mês de correção, diante do enfraquecimento da tese ligada a commodities e ao aumento da aversão ao risco global. Essa combinação fez com que os principais setores presentes no Ibovespa, exportadoras, bancos e varejo, fossem os destaques de baixa e exercessem grande pressão negativa no índice. Um ponto que deve ser monitorado está relacionado à continuidade do fluxo de investidor estrangeiro para a nossa Bolsa.
Caso a narrativa da inflação comece a dar lugar para a recessão, acreditamos que isso possa ser um fator de pressão para a nossa Bolsa, tão dependente de commodities. Nossa salvação poderia vir da melhora nas expectativas em relação ao crescimento do país, ou seja, a tese de rotação, sobre a qual já comentamos aqui e em cuja validade seguimos confiantes. Lembrando que esta migração, das exportadoras para a economia doméstica, deve ser feita com parcimônia e começar com empresas de menor volatilidade, como o setor elétrico, por exemplo.
(1) Empresas ligadas a commodities: diante do cenário de maior volatilidade e especulações em torno de empresas exportadoras, dada a possibilidade de termos mudanças nas expectativas do mercado sobre o crescimento do PIB global, principalmente o chinês, mantemos uma postura conservadora no setor para o mês de maio. Em carteiras com possibilidade de maior diversificação, reforço a importância de garantir uma parcela de exposição. Estamos monitorando algumas empresas que apresentaram queda significativa em abril e, assim, poderiam estar próximas de pontos de entrada interessantes.
(2) Empresas ligadas à economia local: com preços atrativos e a possibilidade de estarmos próximos do pico inflacionário no país, estamos monitorando oportunidades nos setores que possuam correlação inversa com a curva de juros de longo prazo. Seguimos atentos aos efeitos das eleições e da situação fiscal, para aumentar ainda mais nossa exposição em ações domésticas. Buscaremos ser reativos a qualquer sinal de piora que possa impactar o setor.
Importante: nosso aumento de exposição ainda busca empresas com baixa volatilidade e que sejam referência dentro do setor de atuação.
(3) Dolarização da carteira: nossas expectativas foram confirmadas em abril, com a valorização do dólar ante o real em decorrência da assimetria negativa (técnico) sobre nossa moeda. Neste patamar próximo dos R$ 5, ainda consideramos um ponto interessante de entrada para investidores com nenhuma exposição. Entendemos que maio nos trará respostas interessantes sobre um novo patamar de equilíbrio da paridade dólar/real, por isso achamos prudente que investidores já posicionados mantenham suas posições. No curto e no médio prazo, a tendência ainda é de baixa, pois considero o movimento recente de recuperação apenas como um ajuste, após a queda intensa dos meses anteriores. Mantemos o nível de dólar em nossas carteiras.
(4) ETFs e BDRs: para a carteira de ETFs, seguimos com a alocação do mês anterior, com maior exposição em ações brasileiras. O ouro segue como nosso “porto seguro”, e a China permanece pela atratividade dos preços. Ainda estamos cautelosos em relação às ações americanas, aguardando a decisão do Fed prevista para o próximo mês, e focados em ações de menor volatilidade e setores mais perenes.
Diminuímos o beta da maioria de nossas carteiras devido a instabilidade do cenário, porém fizemos algumas apostas em ações com preços atrativos.
Prosseguimos com maior concentração em empresas de maior capitalização (Large e Midcaps) diante do cenário volátil. Em relação ao mês anterior, houve manutenção da exposição em ações ligadas à commodities, e aumentamos exposição no setor elétrico.
Seguimos cautelosos com empresas que apresentam uma correlação inversa a taxa de juros de longo prazo, onde dentro das escolhas estamos buscando por empresas de qualidade e de menor volatilidade, pois acreditamos que quadro fiscal brasileiro ainda pode gerar ruídos. Entra no radar o fator global, influenciado pelo cenário macro nos Estados Unidos e que poderia elevar os prêmios de risco para países emergentes.
Graficamente, nossas carteiras estão com IFRs mais próximo da faixa dos 30 pontos devido a forte queda no mês anterior, nos dando maior tranquilidade já que agora existe uma assimetria positiva, ao contrário do início de abril.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -9,00% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -10,10%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 5,12% contra uma alta de 2,91% do Ibovespa. Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Alpargatas (ALPA4), B3 (B3SA3) e Vale (VALE3). Com Inclusão das ações da Energias do Brasil (ENBR3), Multilaser (MLAS3) e Transmissão Paulista (TRPL4).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -13,62% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -10,10%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -14,81% contra uma alta de 2,91% do Ibovespa. Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Weg (WEGE3). Com Inclusão das ações da Localiza (RENT3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -4,58% no mês de abril. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -8,36%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 1,19% contra uma baixa de -2,23%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Banco Panamericano (BPAN4), Copel (CPLE6) e Cyrela (CYRE3). Com Inclusão das ações da ABC Brasil (ABCB4), Energias do Brasil (ENBR3) e Transmissão Paulista (TRPL4).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado está entre R$ 2 bilhões até R$ 20 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -5,12% no mês de abril. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -8,36%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -12,75% contra uma baixa de -2,23%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de abril, não houve alteração.
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 500 mil fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -7,46% no mês de abril. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -5,19%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 11,19% contra uma alta de 9,49%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Copel (CPLE6). Com Inclusão das ações da Cyrela Commercial Properties (SYNE3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de seleção. Para escolha dos ativos, é priorizado a alocação em empresas com histórico de pagamento de dividendos superiores à média do mercado.
Para o mês de maio de 2022, recomendamos compra de It Now IFNC (FIND11), iShares Small Cap (Small Caps) (SMAL11), Ishares Ibovespa (BOVA11), China (XINA11), Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de abril de 2022, a Carteira de ETF MACRO recuou -5,28% contra o Ibovespa que apresentou baixa de -10,10% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)
A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -16,34% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho negativo de -10,10%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -12,35% contra uma alta de 2,91%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Raia Drogasil (RADL3) e Weg (WEGE3). Com Inclusão das ações da Engie (EGIE3) e Localiza (RENT3).
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -7,35% no mês de abril. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -6,96%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -39,03% contra uma baixa de -24,94%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de abril, não houve alteração.