Publicado em 01 de Maio às 03:00:00
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O cenário econômico global tem apresentado diversas nuances e desafios, com países enfrentando situações distintas e eventos que impactam diretamente a economia. Com indicadores positivos e de recuperação pós-Covid na China, passando pela volatilidade no mercado do petróleo e incertezas nos EUA, até as questões políticas e fiscais no Brasil, é fundamental compreender as dinâmicas atuais para traçar um panorama mais claro do cenário econômico mundial.
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Na China, dados divulgados em abril revelaram um cenário mais construtivo, com indicadores como o Caixin Services PMI e o PIB apresentando resultados positivos. O país possui espaço para utilizar políticas monetária, fiscal e creditícia a fim de estimular ou suportar a economia nos próximos meses. No entanto, riscos no mercado imobiliário e possíveis desafios no crescimento econômico ainda persistem. Após a divulgação do PIB, o mercado percebeu que os pilares desse crescimento são diferentes do passado recente, sendo a recuperação pós-Covid liderada pelo consumo interno, em vez de investimentos, infraestrutura ou setor imobiliário. Isso resultou em pressão sobre commodities metálicas, apesar dos dados positivos de crescimento na China.
Outra commodity que enfrentou um mês de volatilidade foi o petróleo. No início de abril, um corte inesperado na produção pela OPEP+ fez com que a cotação ultrapassasse os US$ 80 por barril, mas o movimento não se sustentou devido à preocupação do mercado com a redução da atividade global.
Nos EUA, o mercado de trabalho mostrou uma redução no ritmo de criação de vagas, embora ainda em níveis saudáveis. A crise bancária e a deterioração do mercado imobiliário são fatores preocupantes. Contudo, dados positivos de PMI/ISM e resultados corporativos de grandes bancos e Big Techs ajudaram a sustentar os índices de bolsa. A situação, portanto, permanece mista, tornando difícil prever os próximos passos da economia nos EUA. Diante da falta de visibilidade, optamos por uma postura conservadora. Acreditamos que a situação bancária nos EUA ainda trará maiores consequências para a economia americana.
No Brasil, o cenário político e fiscal tem gerado incertezas, o que mantém a volatilidade no mercado em alta. A pressão pública para corte de juros pelo Banco Central e os dados de IPCA abaixo do esperado alimentam expectativas de mudanças na política monetária. No entanto, a má qualidade da inflação e a falta de ancoragem das expectativas de inflação ainda não abrem espaço para uma queda dos juros.
Em relação ao Arcabouço Fiscal divulgado neste mês, seu anúncio gerou opiniões divergentes. Embora tenha reduzido as incertezas, a proposta se mostrou incompleta e a falta de premissas explícitas no documento gerou preocupação entre analistas. O principal ponto negativo é que se trata de um arcabouço de aumento de gastos, independentemente da situação econômica. Além disso, seria necessário um grande aumento da carga tributária ou um crescimento do PIB muito acima das expectativas para que o resultado projetado seja alcançado.
Apesar de o ministro Fernando Haddad ter declarado que aumentará a arrecadação tributária em R$ 150 bilhões em 2023, há dúvidas se a medida será aprovada pelo Congresso Nacional. Com os investidores já se preparando para um provável aumento de impostos, os setores de varejo foram alguns dos mais penalizados. Estamos atentos às possíveis mudanças na tributação de alguns setores, como o da construção civil, com alterações no FGTS, e do varejo, que pode ser impactado por mudanças no ICMS.
Em relação à mudança do FGTS, a nossa visão é a seguinte: caso este novo rendimento seja aprovado, pode ocorrer o encarecimento do crédito imobiliário no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida. Isso acontece porque o FGTS tem um rendimento de TR + 3% + 96% dos lucros, sendo os lucros projetados em aproximadamente 1,6% dos depósitos para 2023, enquanto a poupança rende TR + 6,2%. Como alternativa, a remuneração da Caixa pode diminuir para compensar a nova exigência, forçando o banco a operar o MCMV com prejuízo. Outra possibilidade seria a injeção de recursos anual pela União, na ordem de dezenas de bilhões de reais por ano. Nas últimas semanas, as incorporadoras de baixa renda perderam entre 10% e 15% do valor de mercado, antecipando a votação. Acreditamos que a reação é desproporcional, uma vez que entendemos que o ônus do novo rendimento deverá ser assumido pelo governo, a fim de evitar impactos no MCMV, que é uma das principais bandeiras históricas do governo Lula, provavelmente ficando atrás apenas do Bolsa Família.
Com um patamar elevado da Selic, boas expectativas em relação à economia chinesa e um direcionamento – ainda que não seja o ideal – sobre a questão fiscal, justifica-se o bom desempenho do Real perante seus principais pares globais. Ao analisar a bolsa de valores, percebemos que o mercado está leve e os valuations atrativos chamam nossa atenção. No entanto, a falta de previsibilidade nos leva a adotar uma postura conservadora, realizando pequenas “apostas” apenas em carteiras que permitam diversificação.
(1) Empresas relacionadas a commodities: optamos por reduzir nossa exposição em commodities. A reabertura da China continua sendo um fator importante e está sendo monitorada de perto, assim como a situação da economia global que está mais evidente no momento. Diante das últimas movimentações nos mercados, fica claro que a diversificação se mantém como a melhor estratégia frente à volatilidade.
(2) Empresas vinculadas à economia local: aumentamos nossa exposição em ações ligadas à economia local, considerando os últimos acontecimentos e suas repercussões nas curvas de juros de curto prazo. Apesar do cenário incerto, não podemos descartar a possibilidade de uma redução da Selic em 2023. Nossas alocações estão focadas em empresas de menor volatilidade, em setores como elétrico, seguros e bancos, além daquelas que se destacaram na temporada de balanços.
(3) Dolarização da carteira: decidimos diminuir nossa exposição a ativos dolarizados, levando em conta o cenário atual no Brasil e no mundo. O Real apresenta bons fundamentos e, embora o cenário continue desafiador, existem diversas “forças” que podem manter a tendência de depreciação do dólar global.
(4) ETFs e BDRs: mantemos exposição a ações americanas de setores mais resilientes, uma vez que entendemos que o futuro ainda apresenta desafios. Continuamos focados em setores mais perenes, como consumo básico, energia, saúde e empresas boas pagadoras de dividendos, evitando posições em empresas de tecnologia e criptoativos.
Devido à recente instabilidade e aos desafios futuros que percebemos, decidimos manter ações menos voláteis em nossas carteiras que possuem menor capacidade de diversificação (com apenas 5 ativos). Por outro lado, para as demais carteiras, incluímos algumas ações mais ousadas devido aos preços atrativos. Diminuímos nosso investimento em empresas voltadas para a exportação, considerando as reações do mercado relacionadas ao desempenho da economia mundial. Ao invés disso, concentramo-nos em empresas brasileiras que pagam bons dividendos e que pertencem a setores mais sólidos, atraídos pelos preços favoráveis.
Embora existam preocupações sobre a situação fiscal do Brasil, acreditamos que muitos desses riscos já podem estar refletidos nos preços das ações. Dessa forma, com base nos resultados financeiros das empresas, conseguimos fazer escolhas inteligentes. O mercado atualmente apresenta baixo endividamento, o que permite uma recuperação mesmo diante de um cenário desafiador pela frente.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 4,08% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 2,50%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -7,71% contra uma baixa de -4,83% do Ibovespa. Em relação ao mês de abril, saíram as ações da B3 (B3SA3), Itaú Unibanco (ITUB4), Neoenergia (NEOE3), Simpar (SIMH3), SLC Agricola (SLCE3) e Vale (VALE3). Com Inclusão das ações da Banco do Brasil (BBAS3), BTG Pactual (BPAC11), Cielo (CIEL3), Copasa (CSMG3), RaiaDrogasil (RADL3) e G. Soma (SOMA3).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma alta de 4,70% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 2,50%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -0,04% contra uma baixa de -4,83% do Ibovespa. Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Petro Rio (PRIO3) e SLC Agricola (SLCE3). Com Inclusão das ações da Cielo (CIEL3) e Copasa (CSMG3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 3,19% no mês de abril. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 1,91%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -4,59% contra uma baixa de -7,78%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Alupar (ALUP11), Minerva (BEEF3), Panamericano (BPAN4), 3R Petroleum (RRRP3) e SLC Agricola (SLCE3). Com Inclusão das ações da ABC Brasil (ABCB4), Cury (CURY3), GPS Participações (GGPS3), Petz (PETZ3) e Indústrias Romi (ROMI3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -6,45% no mês de abril. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 1,91%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -19,87% contra uma baixa de -7,78%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Kepler Weber (KEPL3), Boa Safra (SOJA3) e Track&Field (TFCO4). Com Inclusão das ações da Eletromidia (ELMD3), Pague Menos (PGMN3) e Schulz (SHUL4).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 1,24% no mês de abril. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 3,89%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -3,14% contra uma baixa de -0,36%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da B3 (B3SA3), Taesa (TAEE11), Unipar (UNIP6) e Vale (VALE3). Com Inclusão das ações da BB Seguridade (BBSE3), Cielo (CIEL3), Copasa (CSMG3) e Porto Seguro (PSSA3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 6,25% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho positivo de 3,23%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 3,62% contra uma baixa de -4,23%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Duratex (DXCO3), Eletrobras ON (ELET3) e Neoenergia (NEOE3). Com Inclusão das ações da Banco do Brasil (BBAS3), Cielo (CIEL3) e Cemig (CMIG4).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -0,29% no mês de abril. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -0,49%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade alta de -2,34% contra uma alta de 8,20%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Johnson & Johnson (JNJB34) e Occidental Petroleum (OXYP34). Com Inclusão das ações da Alibaba (BABA34) e Unitedhealth (UNHH34).
Para o mês de maio de 2023, recomendamos compra de It Now IFNC (FIND11), It Now DIVO (DIVO11) e Ishares Ibovespa (BOVA11), China (XINA11) e Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de abril de 2023, a Carteira de ETF MACRO avançou 0,05% contra o Ibovespa que apresentou alta de 2,50% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)