Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Maio às 01:00:00

Carteira Recomendada de Ações – Maio de 2025

Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em maio de 2025.

Abril foi um mês de contrastes, no qual emoções extremas dominaram o fluxo dos mercados. O choque inicial provocado pela ofensiva tarifária dos EUA gerou uma onda de aversão que elevou o VIX a 60 pontos, impulsionou o volume negociado em opções de venda e reforçou a busca por proteção cambial. Ao longo das semanas, porém, o tom foi mudando à medida que a Casa Branca sinalizou recuos táticos e as grandes economias anunciaram contramedidas fiscais.

Em paralelo, indicadores mistos reforçaram o temor de estagflação nos EUA, enquanto a perspectiva de estímulos na Europa e na China reacendeu o apetite por risco em setores selecionados. Nesse contexto de incerteza, ouro e franco suíço romperam recordes históricos, o dólar cedeu terreno e os investidores redirecionaram capital para regiões com prêmio de risco atrativo, como Brasil e Europa periférica.

Atento ao cenário de incerteza estamos atualizando nossas carteiras recomendadas, incorporando também as oportunidades da temporada de balanços

Desempenho no mês

Valuation

O Ibovespa está sendo negociado a 7,8 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica de 10,7 vezes. Esse dado reforça a percepção de que o mercado brasileiro segue descontado em relação ao seu histórico, mesmo após a recente valorização dos ativos. Ao excluir Petrobras e Vale — empresas de grande peso e comportamento mais específico — o índice sobe para 9,7x P/L, ainda assim abaixo da média histórica de 12,0x. Isso mostra que, mesmo entre os demais componentes do Ibovespa, os preços seguem atrativos sob a ótica fundamentalista.

As ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 9,2x P/L projetado, também abaixo da média histórica de 11,9x. Esse grupo costuma ser mais sensível ao ciclo de juros e ao cenário político interno, o que torna seus múltiplos ainda mais relevantes neste momento de expectativa que a Selic terminal já estaria precificada. Entre as exportadoras, o P/L projetado está em 7,3x, frente a uma média histórica de 9,6x. Diante da desvalorização recente das commodities, esses papéis continuam descontados, refletindo incertezas no cenário externo e volatilidade cambial.

As small caps estão sendo negociadas a 10,0x P/L, contra uma média histórica de 14,1x, o que indica um dos maiores desvios entre preço e valor dos últimos anos. Esse desconto reforça o potencial dessas empresas em um cenário de melhora global e reprecificação de risco no Brasil.

Brasil e Curva de Juros

O Brasil se destacou como porto combinado de carry trade e exposição a commodities agrícolas, atraindo fluxo estrangeiro significativo. O real se apreciou a R$ 5,66, a melhor cotação desde janeiro, impulsionado por entrada líquida de fluxo estrangeiro na B3 e por aumento de posições compradas em real no mercado futuro. Apesar disso, o país enfrenta dilema doméstico: a inflação corrente permanece em 5,5 % a/a, impulsionada por serviços e alimentos, enquanto o hiato do produto dá sinais de reabertura. A inflação implícita de 12 meses recuou de 7,5 % para 5 %, permitindo ao Banco Central sinalizar fim do ciclo de alta com Selic em 14,25 %. Contudo, debates sobre ampliação de isenções no IR e gastos fiscais criam ruído. O risco‑país, medido pelo CDS 5Y cedeu, mas traders de renda fixa alertam que políticas populistas podem anular parte do prêmio.

Atentos a esse cenário de incerteza — que, paradoxalmente, tem feito do Brasil um destaque em termos de desempenho. Os setores de utilities e consumo discricionário lideraram ganhos, beneficiados pelo recuo de 40 bps nas taxas das NTNBs longas. Empresas exportadoras, contudo, mostraram performance mais fraca, acompanhando o recuo de minério de ferro e soja. No mercado de crédito, spreads high yield fecharam em baixa, refletindo melhora de percepção, enquanto emissões de debêntures incentivadas retomaram ritmo.

Fluxo do Investidor na B3

Em abril, o mercado acionário brasileiro registrou uma saída líquida de capital estrangeiro de R$ 2,6 bilhões até o dia 28, marcando o primeiro mês de retirada desde dezembro do ano passado. Mesmo com essa reversão pontual, o saldo no ano ainda é positivo, com entrada acumulada próxima de R$ 8 bilhões.

Já os investidores institucionais locais, que chegaram a apresentar fluxo positivo no início do mês, terminaram abril com uma saída líquida de R$ 686 milhões. No acumulado de 2025, as retiradas já somam quase R$ 11 bilhões. Se esse movimento se confirmar, será o 12º mês consecutivo de saída líquida, totalizando R$ 54 bilhões desde maio do ano passado.

Os investidores pessoa física, por sua vez, voltaram às compras, com entrada de R$ 2 bilhões em abril, após uma leve saída em março. No acumulado de 2025, o saldo também é positivo, com entrada líquida de R$ 3,4 bilhões, reforçando a presença constante do investidor doméstico no mercado.

ESTRATÉGIA: como estamos nos posicionando

Reduzimos a exposição média das carteiras de 30% para 15% em empresas exportadoras, refletindo um cenário internacional mais desafiador. O ambiente externo tem sido pressionado por novas imposições tarifárias e incertezas sobre os desdobramentos econômicos, especialmente no que diz respeito à China. Diante disso, os investidores têm preferido companhias menos sensíveis a fatores externos, priorizando nomes com maior exposição ao mercado interno.

Por consequência, aumentamos a alocação em empresas ligadas à economia doméstica para cerca de 85%. Mantemos um portfólio conservador, com foco em setores e companhias resilientes, capazes de gerar caixa de forma consistente e que se beneficiam de um cenário de juros ainda elevados. As mudanças realizadas têm como objetivo posicionar as carteiras em ativos com maior probabilidade de surpreender positivamente nos resultados corporativos.

Assimetria

Após uma forte movimentação de alta nos meses de março e abril, os principais índices do mercado brasileiro passaram a ser negociados entre o segundo e o terceiro desvio padrão acima de sua média de 6 meses. Esse patamar técnico acende um sinal de alerta, especialmente para investidores que buscam novas alocações ou que operam com foco tático. A assimetria, neste momento, é negativa.

Para quem já está exposto ao mercado, o momento pode ser oportuno para avaliar a realização parcial de lucros. Quando os índices se aproximam de níveis historicamente elevados, é comum observarmos um aumento da volatilidade ou até correções pontuais.

Diante desse cenário, fizemos ajustes nas carteiras com o objetivo de reduzir o impacto de uma eventual correção e encerrar posições que consideramos apresentar risco-retorno menos favorável. A estratégia busca preservar ganhos recentes e manter um portfólio mais defensivo frente ao novo equilíbrio do mercado.

Carteira recomendada de ações de maio: o que esperar?

Abril consolidou a percepção de que o eixo de poder financeiro está se deslocando gradualmente do dólar para ativos considerados neutros e para economias que oferecem alto prêmio real. Com os Estados Unidos sob risco de desaceleração, o país perde parte de sua atratividade como “porto seguro”, e o capital tem buscado proteção em ativos como ouro, franco suíço e Bitcoin.

Ao mesmo tempo, reformas fiscais na Europa e a atratividade do carry trade em mercados emergentes têm ganhado protagonismo. Nesse cenário, o Brasil segue como um dos principais beneficiários desse novo fluxo global. No entanto, a continuidade desse movimento dependerá da capacidade do país em equilibrar responsabilidade fiscal com crescimento econômico.

Embora ainda haja espaço para valorização dos ativos brasileiros, o mercado já opera em uma zona de assimetria negativa, o que exige maior seletividade e disciplina por parte dos investidores.

Carteira Ibovespa 10+

A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 8,55% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 3,69%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 14,20% contra uma alta de 12,29% do Ibovespa. Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Brasil Agro (AGRO3), BTG Pactual (BPAC11), Equatorial (EQTL3), Oceanpact (OPCT3) e Santander (SANB11). Com Inclusão das ações da Cemig (CMIG4), Energisa (ENGI11), Irani (RANI3), Localiza (RENT3) e Tenda (TEND3).

A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Ibovespa 5+

A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma alta de 11,15% no mês de abril. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 3,69%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 22,60% contra uma alta de 12,29% do Ibovespa. Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Localiza (RENT3). Com Inclusão das ações da Santander (SANB11).

A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Small Caps 8+

A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 1,91% no mês de abril. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 8,47%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 5,18% contra uma alta de 18,10%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Orizon (ORVR3), Petro Rio (PRIO3), Tegma (TGMA3) e Unipar (UNIP6). Com Inclusão das ações da Lavvi (LAVV3), Log CP (LOGG3), Moura Dubeux (MDNE3) e Tupy (TUPY3).

A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.

Carteira Micro Caps 5+

A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma alta de 1,83% no mês de abril. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 8,47%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 11,69% contra uma alta de 18,10%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Azevedo & Travassos PN (AZEV4). Com Inclusão das ações da Portobello (PTBL3).

A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.

Carteira Dividendos 5+

A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 7,80% no mês de abril. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 3,88%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 19,00% contra uma alta de 10,30%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Sanepar (SAPR11). Com Inclusão das ações da Porto Seguro (PSSA3).

A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.

ESG 5+

A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 8,08% no mês de abril. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISE) obteve um desempenho positivo de 10,48%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 13,94% contra uma alta de 18,71%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISE). Em relação ao mês de abril, saíram as ações da Weg (WEGE3). Com Inclusão das ações da RaiaDrogasil (RADL3).

A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.

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