Publicado em 01 de Março às 19:16:00
Está muito complexo acertar o cenário em 2022, mas uma coisa é verdade, acertamos quando mencionamos anteriormente que teríamos um ano de volatilidade. Fevereiro acabou sendo marcado infelizmente pela tensão geopolítica entre Rússia e Ucrânia, um grande vetor de volatilidade por todos os seus efeitos sociais e inflacionários em um mundo que esta saindo de uma pandemia de dois anos. O noticiário Brasil ficou bastante restrito a temporada de balanços trazendo ao mercado um pouco mais de racionalidade na precificação dos ativos.
Chegamos em março, e com ele o tão esperado momento sobre o início do aperto monetário pelo Federal Reserve ou Fed (Banco Central Americano). Em nossa visão, os membros do Fed seguem bastante divididos sobre como se iniciará o plano de voo. Estimamos 7 altas de 0,25% com início da redução do balanço do Fed para o segundo semestre deste ano.
A economia americana tem apresentado, de certa maneira, resiliência em seus indicadores econômicos, porém, com agentes cada vez mais desconfiados sobre como será o desempenho neste ano. Entendemos que um cenário mais trágico seria o de estagflação, com o mercado precificando um erro de condução de política monetária pelo Fed e, caso isso se confirme, seria muito negativo para os ativos de risco.
O posicionamento técnico do mercado hoje sinaliza uma possível recuperação de curto prazo, mas devido a volatilidade observada, as coisas poderiam mudar rapidamente.
OPNIÃO: Com a falta de direcionamento sobre o que teremos de crescimento econômico nos EUA, pela divergência de indicadores, estamos mais cautelosos em recomendações de ações americanas. Como as ações vêm caindo desde o início ano, vemos espaço para uma recuperação de curto prazo por questões técnicas. Porém, acreditamos que a volatilidade ainda se fará presente, onde a inflação global ainda atua como principal fator de deterioração dos fundamentos por lá. Ações de valor (value) e/ou ligadas às commodities devem servir como “porto seguro” do mercado.
Os mercados chineses ainda estão passando por momentos difíceis onde, apesar da sinalização de maiores estímulos à economia por parte do Banco Central Chinês (PBOC), ainda não houve uma reação econômica suficiente para acreditarmos que o pior ficou para trás. A China segue em outra fase do ciclo econômico, à frente do Brasil e mais ainda dos EUA e pelo fato da inflação estar sob controle há espaço para mais rodadas de estímulos.
OPNIÃO: China volta para um estado de monitoramento diante dos últimos dados sobre a situação econômica local. O bom desempenho das commodities e, por consequências de empresas brasileiras correlacionadas, depende de uma aceleração da econômica chinesa nos próximos trimestres. Acreditamos que a mudança na sua matriz econômica tende a influenciar positivamente empresas ligadas ao consumo, mas que também veremos algumas sinalizações mais positivas no setor imobiliário que ainda segue muito impactado por conta de uma redução nos níveis de crédito.
Ibovespa, apesar da queda, apresentou resiliência frente a volatilidade global, e podemos encarar isso como um fator positivo para a nossa bolsa. A continuidade da entrada de investidores estrangeiro na busca por empresas continua mas, além disso, destacamos o bom desempenho de ações consideradas mais conservadores como as do setor elétrico e boas pagadores de dividendos. Assim, acreditamos que preço ainda está fazendo a diferença nas escolhas dos investidores, porém, ainda com tom de cautela e parcimônia.
A temporada de balanço teve início e com ela resultados que em sua maioria estão surpreendendo as expectativas do mercado. Vemos esse movimento como importante para trazer mais racionalização a precificação dos ativos globais. Sobre o contexto macroeconômico, ainda estamos vivendo um período de preços inflacionários e baixo crescimento econômico. A boa notícia por enquanto sobre isso é que não houve impacto significativo nos ativos, nos indicando que o pior poderia já ter ficado para trás.
Nossa única dúvida fica sobre a questão fiscal, pois ainda não entendemos como isso poderia afetar na precificação dos ativos, ou o que o governo estaria disposto a fazer em um ano eleitoral. Pacotes de bondade e de renúncias fiscais estão sendo discutidos e entendemos que o seu efeito de curto prazo poderia ser positivo, mas com consequências negativas à frente.
(1) Empresas ligadas à commodities: Seguimos com uma alocação com sobrepeso em empresas ligadas à commodities, mas agora com maior diversificação entre empresas de exploração de petróleo, mineração, frigoríficos e do agronegócio.
(2) Empresas com crescimento secular: Com a sinalização positiva dos mercados brasileiros neste ano, estamos aumentando nossa exposição no setor de varejo, construção civil e small caps. Entendemos que o cenário de alta de juros e crescimento baixo já está precificado nas ações e que daqui para frente poderemos ver um ponto de inflexão nessas empresas. Ainda estamos atentos aos efeitos das eleições e da situação fiscal para aumentarmos nossa exposição ao setor. Buscaremos ser reativos a qualquer sinal de piora e que possa impactar o setor.
(3) Dólar ante o Real: Com a forte apreciação do real ante o dólar nas últimas semanas, identificamos uma oportunidade para aumentar nossa exposição em ativos que se favorecem de uma valorização do dólar. Entendemos que a médio prazo, a manutenção dos fatores existentes hoje (fluxo externo) ainda possa contribuir com uma boa performance do real. Porém, por questões técnicas enxergamos a possibilidade de algum tipo de ajuste no curto prazo.
(4) ETF e BDRs: Para a carteira de ETF seguimos com a alocação do mês anterior, com maior exposição em ações brasileiras, Ouro segue como nosso “porto seguro” e China permanece pela atratividade dos preços. Houve manutenção das nossas recomendações em BDRs, na expectativa de algum repique após forte movimento de baixa. Ainda estamos cautelosos com ações americanas e aguardando a decisão do Fed prevista para este mês.
Nossas carteiras ficaram mais diversificadas, tanto em valor de mercado quanto setores. Aumentamos um pouco os betas das nossas carteiras diante da melhora da percepção Brasil. Iremos aumentar a exposição de risco aos poucos, a depender de como evoluir a situação fiscal brasileira, eleições, China e política monetária nos EUA.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma alta de 1,27% no mês de fevereiro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 0,89%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 7,84% contra uma alta de 7,94% do Ibovespa. Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da Bradesco (BBDC4), Jalles Machado (JALL3), Lojas Renner (LREN3), Petro Rio (PRIO3) e Rede D’Or (RDOR3). Com Inclusão das ações da Aliansce Sonae (ALSO3), Alupar (ALUP11), B3 (B3SA3), Boa Safra (SOJA3) e Suzano (SUZB3).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -9,94% no mês de fevereiro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 0,89%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -10,61% contra uma alta de 7,94% do Ibovespa. Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da Irani (RANI3) e 3R Petroleum (RRRP3). Com Inclusão das ações da Alupar (ALUP11) e Randon (RAPT4).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -7,13% no mês de fevereiro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -5,19%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -1,60% contra uma baixa de -1,95%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da Aeris (AERI3), Jalles Machado (JALL3), 3R Petroleum (RRRP3) e Usiminas (USIM5). Com Inclusão das ações da Copel (CPLE6), Copasa (CSMG3), JHSF (JHSF3) e Randon (RAPT4).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado está entre R$ 2 bilhões até R$ 20 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -10,04% no mês de fevereiro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -5,19%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -18,50% contra uma baixa de -1,95%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da JSL (JSLG3) e Positivo (POSI3). Com Inclusão das ações da Cyrela Commercial Properties (SYNE3) e Espaço Laser (ESPA3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 500 mil fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 7,24% no mês de fevereiro. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -2,32%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 10,02% contra uma alta de 4,98%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de fevereiro, saíram as ações da Alupar (ALUP11). Com Inclusão das ações da Gerdau (GGBR4).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de seleção. Para escolha dos ativos, é priorizado a alocação em empresas com histórico de pagamento de dividendos superiores à média do mercado.
Para o mês de março de 2022, recomendamos compra de It Now IFNC (FIND11), It Now IMAT (Exportadoras) (MATB11), iShares S&P 500 Value ETF (BIVE39), China (XINA11), Ouro (GOLD11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de janeiro de 2022, a Carteira de ETF MACRO recuou -2,88% contra o Ibovespa que apresentou alta de 0,89% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)
A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -5,23% no mês de fevereiro. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho positivo de 0,89%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -1,34% contra uma alta de 7,94%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de fevereiro, houve manutenção das recomendações.
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -7,00% no mês de fevereiro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -6,82%. No ano de 2022 a carteira apresenta rentabilidade baixa de -29,63% contra uma baixa de -15,98%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de fevereiro, houve manutenção das recomendações.