Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Novembro às 07:00:00

Carteira Recomendada de Ações – Novembro 2023

Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em novembro de 2023.

Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come

Em outubro, o Ibovespa enfrentou penalizações em várias frentes, tanto locais quanto externas. Internacionalmente, a alta dos juros de longo prazo nos Estados Unidos afetou a demanda e o apetite por ativos de risco em mercados emergentes. Adicionalmente, o conflito no Oriente Médio e a incerteza quanto aos próximos passos da economia global também atuaram como barreiras para os investidores interessados em renda variável. Além disso, no cenário doméstico, ressurgiram temores relacionados à política fiscal no Brasil, com um aumento nas expectativas do mercado sobre a taxa Selic para o próximo ano.

Diante desses desafios, para novembro, estamos mantendo uma postura conservadora em nossas carteiras. Isso inclui a diversificação dos portfólios, a seleção de ações com betas menores e um olhar atento para a temporada de balanços. Estamos na expectativa de identificar empresas que possam se destacar após a divulgação de seus resultados, buscando oportunidades em meio a um ambiente ainda incerto.

Confira agora a carteira recomendada de ações para novembro de 2023!

Ativos brasileiros penalizados pela abertura dos juros no Brasil e no Mundo

Outubro foi um mês desafiador para os ativos brasileiros, influenciados por dinâmicas complexas no mercado de renda fixa, tanto nos EUA quanto no Brasil. Investidores estão reavaliando o novo patamar de equilíbrio para os juros de longo prazo nos EUA, em meio a preocupações fiscais e uma economia ainda resistente.

Esse cenário foi agravado por um aumento na demanda por títulos após a escalada de conflitos no Oriente Médio e a taxa de retorno anual dos títulos de 10 anos dos EUA ultrapassar os 5%.

Embora o cenário continue imprevisível, alguns sinais indicam que as tensões podem se atenuar no curto prazo. Fatores críticos como o desempenho da economia americana, as próximas ações do Federal Reserve (FED) e a condução da política fiscal pelo governo americano são pontos de atenção. As respostas a essas questões vão se desdobrar com o tempo e conforme as situações evoluírem. Mantemos uma postura cautelosa e atenta a essas dinâmicas.

A política fiscal e as incertezas em torno dela também impactaram o mercado de renda fixa brasileiro. Questionamentos sobre a gestão da política fiscal levaram à valorização do Dólar, à elevação nas taxas de juros de longo prazo e à queda das ações brasileiras, especialmente as mais sensíveis a movimentos de juros, como as small caps. Este cenário reflete a complexidade e a interconexão dos mercados globais e locais, exigindo vigilância e análise criteriosa para navegar nestas águas turbulentas.

Fiscal em cheque

Na semana passada, o Presidente Lula fez declarações polêmicas, atacando o arcabouço fiscal proposto por seu Ministro da Fazenda e aprovado pelo Congresso. A proposta original do governo visava um déficit fiscal zero em 2024, o que exigiria a aprovação de medidas para aumentar a carga tributária em 2023. Contudo, o presidente expressou dúvidas sobre atingir essa meta e sua disposição em realizar cortes de despesas necessários, admitindo que um déficit de – 0,25% ou – 0,5% do PIB não seria problemático. Essas declarações, que surgiram no momento crucial de retomada das discussões no Congresso sobre as medidas propostas pelo Ministro da Fazenda, causaram insegurança entre os investidores.

A reação do mercado foi imediata: desvalorização do Real em relação ao Dólar, aumento das taxas de juros e queda dos preços das ações. A declaração do presidente parece indicar uma mudança de posição, potencialmente enfraquecendo o Ministro da Fazenda e fortalecendo vozes dentro do Partido dos Trabalhadores que defendem o abandono da meta fiscal. Este cenário gera questionamentos sobre as intenções do presidente e coloca em dúvida a estabilidade da política econômica do país.

Fluxo Investidor

No mês de outubro, o mercado financeiro observou movimentos interessantes quanto ao fluxo de investimentos. Pelo terceiro mês consecutivo, houve uma saída de capital por parte dos investidores estrangeiros, totalizando R$ 2,6 bilhões. Esta tendência foi também vista entre os investidores institucionais, com uma retirada de R$ 2,1 bilhões.

Contudo, em um contraponto significativo, os investidores pessoa física demonstraram um comportamento oposto, registrando o quarto mês consecutivo de aportes, com um total de R$ 974 milhões em outubro. Este fluxo contínuo de entradas por parte dos investidores pessoa física destacou-se, tornando-os os principais alocadores na bolsa em 2023. Até agora, eles acumularam um volume total de R$ 10,3 bilhões.

Comparativamente, os investidores estrangeiros possuem um saldo positivo de R$ 6,6 bilhões em investimentos para o ano, enquanto os investidores institucionais estão com uma saída acumulada expressiva de pouco mais de R$ 33 bilhões.

Esse cenário indica uma inflexão notável, onde os investidores pessoa física começam a assumir um papel mais proeminente no mercado acionário brasileiro em 2023, contrastando com os movimentos mais cautelosos ou até mesmo reticentes dos investidores estrangeiros e institucionais.

Valuation

Bolsa brasileira, com destaque para as empresas de menor capitalização seguem descontadas em relação a sua média histórica. O Ibovespa está atualmente sendo negociado a um múltiplo P/L projetado para os próximos 12 meses de 7,4x, o que representa um desconto significativo de 32% em relação à sua média histórica, que é de 11,0x.

Se analisarmos as ações que compõem o Ibovespa, excluindo Petrobras e Vale, o múltiplo P/L projetado é de 9,2x para os próximos 12 meses, também abaixo da média histórica de 12,2x, representando um desconto de 24%.

As ações de empresas ligadas à economia doméstica, por sua vez, apresentam um múltiplo P/L projetado de 8,7x para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica de 12,0x, com um desconto de 28%. E no caso das empresas exportadoras, essas ações têm um múltiplo P/L projetado de 6,9x para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica de 10,1x, com um desconto de 31%.

Por fim, as Small Caps, ou seja, as empresas de menor capitalização, estão sendo negociadas a um múltiplo P/L projetado de 9x para os próximos 12 meses, muito abaixo da média histórica de 14,6x, o que representa um desconto significativo de 38%.

ESTRATÉGIA: como estamos nos posicionado

(1) Investimentos em Commodities: Mantemos a exposição em empresas exportadoras, principalmente no setor de petróleo e agrícola. Embora existam dúvidas sobre a economia chinesa, indicadores macroeconômicos começam a mostrar sinais de estabilização. Esperamos que, apesar das complexidades do cenário global, haja melhorias nos próximos meses.

(2) Investimentos em Empresas Ligadas à Economia Local: Continuamos a alocar em ações relacionadas à economia doméstica, seguindo o mesmo nível do mês anterior. O setor foi afetado pelos juros de longo prazo, mas vemos potencial para selecionar empresas que podem superar as expectativas durante a temporada de balanços.

(3) Dolarização da Carteira: Aumentamos a exposição a ativos em dólar desde o mês passado. Ainda que o Real mostre bons fundamentos, o ambiente global desafiador e os recentes ruídos políticos podem colocar em teste o desempenho recente da moeda brasileira, sugerindo a necessidade de cautela.

(4) ETFs e BDRs: Mantemos investimentos em ações americanas, com foco em setores mais resilientes como consumo básico, energia, saúde e empresas com histórico de dividendos consistentes.

Carteira recomendada de ações novembro: o que esperar?

Para o mês de novembro, fizemos ajustes cuidadosos em nossas carteiras, excluindo empresas que indicaram desaceleração nos resultados corporativos. Estamos direcionando o foco para setores mais resilientes, como utilidades públicas e empresas boas pagadoras de dividendos. Embora várias empresas de nossa seleção tenham sido impactadas negativamente pelo contexto macroeconômico no mês anterior, mantemos confiança em nosso posicionamento. Esperamos ser recompensados com excelentes balanços corporativos à medida que a temporada de resultados ganha ímpeto em novembro.

Ainda que uma elevação adicional nas taxas de juros de longo prazo não possa ser completamente descartada, percebemos que o mercado já pode ter incorporado boa parte desse risco, tanto externo quanto interno, especialmente em relação às preocupações fiscais para 2024. Nosso otimismo cauteloso nos leva a acreditar que, mesmo com desafios persistentes, nossa estratégia atual está bem posicionada para capturar oportunidades no cenário atual.

Carteira Ibovespa 10+

A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -7,54% no mês de outubro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -2,94%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -5,50% contra uma alta de 3,11% do Ibovespa. Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Copasa (CSMG3), G. Soma (SOMA3) e Weg (WEGE3). Com Inclusão das ações da Neoenergia (NEOE3), Marcopolo (POMO4) e Raízen (RAIZ4).

A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Ibovespa 5+

A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -7,16% no mês de outubro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -2,94%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 3,96% contra uma alta de 3,11% do Ibovespa. Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da G. Soma (SOMA3) e Weg (WEGE3). Com Inclusão das ações da Engie (EGIE3) e Raízen (RAIZ4).

A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Small Caps 8+

A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -6,67% no mês de outubro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -7,40%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 2,39% contra uma baixa de -2,72%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Aeris (AERI3), Copasa (CSMG3) e Intebras (INTB3). Com Inclusão das ações da Cury (CURY3), Gol (GOLL4) e Transmissão Paulista (TRPL4).

A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.

Carteira Micro Caps 5+

A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -10,85% no mês de outubro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -7,40%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -15,82% contra uma baixa de -2,72%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de outubro, foram mantidas as ações recomendadas.

A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.

Carteira Dividendos 5+

A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -6,40% no mês de outubro. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -3,15%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -2,92% contra uma alta de 7,18%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Copasa (CSMG3). Com Inclusão das ações da Vale (VALE3).

A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.

ESG 5+

A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -7,74% no mês de outubro. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho negativo de -6,61%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 1,66% contra uma baixa de -2,32%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Duratex (DXCO3) e Weg (WEGE3). Com Inclusão das ações da Neoenergia (NEOE3) e SLC Agrícola (SLCE3).

A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.

BDR 5+

A carteira BDR 5+ apresentou uma alta de 3,61% no mês de outubro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -1,57%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade alta de 7,01% contra uma alta de 15,39%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Alibaba (BABA34) e Walt Disney (DISB34). Com Inclusão das ações da Amazon (AMZO34) e Coinbase (C2OI34).

Carteira ETF MACRO

Para o mês de novembro de 2023, recomendamos compra de It Now IMAT (MATB11), It Now DIVO (DIVO11), China (XINA11), Ouro (GOLD11) e Ishare SMAL (SMAL11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de outubro de 2023, a Carteira de ETF MACRO recuou -2,19% contra o Ibovespa que apresentou queda de -2,94% no mesmo período.

A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.

Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)

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