Filipe Villegas

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Publicado em 01 de Setembro às 07:00:00

Carteira Recomendada de Ações – Setembro 2023

Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em setembro de 2023.

O famoso otimismo cauteloso

Diante do cenário desafiador observado em agosto, bem como das alterações nas narrativas ao longo do mês, estamos adotando uma abordagem mais cautelosa em nossas estratégias. Ainda centralizamos nossa principal tese na expectativa de uma redução da Selic nas próximas reuniões do COPOM. Estamos também atentos aos desenvolvimentos em relação ao desempenho econômico da China. Além disso, a política monetária dos EUA está em nosso radar, especialmente após o aumento dos yields neste mês. A recente temporada de balanços foi valiosa, fornecendo informações cruciais que embasaram as adaptações de nossas estratégias para setembro.

Confira agora a carteira recomendada de ações para setembro de 2023!

China: em busca de um ponto de inflexão

Em meio a indicadores que apontam para uma economia chinesa ainda fragilizada, notamos uma resposta positiva dos mercados globais e das commodities nas últimas semanas. Esse otimismo parece estar atrelado à expectativa de que os recentes estímulos anunciados e a sazonalidade característica do mercado imobiliário chinês possam gerar desenvolvimentos mais promissores no futuro próximo.

Reconhecemos que o panorama na China continua complexo, sobretudo no setor imobiliário, que parece ter repercussões crescentes no âmbito financeiro. No entanto, é plausível que grande parte desse cenário adverso já tenha sido precificado pelos investidores, sugerindo que uma virada positiva poderia estar no horizonte.

Dada a incerteza inerente às previsões sobre os próximos desdobramentos, e considerando a possibilidade de uma deterioração adicional, adotamos uma postura mais cautelosa. Estamos mantendo uma posição mais contida em commodities, mesmo reconhecendo os preços atraentes das ações. Acreditamos que esta pode ser uma fase de transição e que talvez estejamos à beira de um ponto de inflexão.

Dados mostram economia americana desacelerando

Os recentes indicadores econômicos dos Estados Unidos revelaram algumas surpresas negativas. O panorama do mercado de trabalho evidenciou um afrouxamento, e o crescimento do PIB no segundo trimestre de 2023 foi mais moderado do que o esperado. Além disso, a taxa de inflação desacelerou entre os dois primeiros trimestres do ano.

Mais especificamente:

  • A confiança do consumidor alcançou 106 pontos, enquanto as projeções indicavam um patamar de 116 pontos.
  • No mês de agosto, a economia americana adicionou 8,8 milhões de empregos. Esta cifra ficou abaixo da previsão de 9,478 milhões. Quanto ao setor privado, foram gerados 177 mil empregos, aquém da expectativa de 200 mil.
  • Em relação ao PIB, a revisão do segundo trimestre indicou um crescimento anualizado de 2,1%. Os analistas, no entanto, esperavam um avanço de 2,6%.
  • O Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE), índice observado de perto pelo Federal Reserve, mostrou desaceleração. No segundo trimestre, cresceu 2,5%, em comparação ao aumento de 4,1% no trimestre anterior. O núcleo do PCE passou de 4,9% no primeiro trimestre para 3,7% no segundo.

Estes números refletem uma economia americana em ritmo mais lento e indicam um processo gradual de redução inflacionária.

Por conta deste cenário, as projeções agora inclinam-se mais fortemente para que o Federal Reserve mantenha estáveis as taxas de juros em sua próxima reunião. Segundo análises do CME Group, a chance de manutenção subiu de 86,0% para 90,5%. As apostas em um aumento de juros diminuíram de 14% para 9,5%. Além disso, a perspectiva de uma pausa na política de aperto monetário até o final do ano cresceu, atingindo 55,3%.

Bom para emergentes, mas cenário requer atenção

A perspectiva de manutenção das taxas de juros nos EUA é, de fato, uma notícia positiva para o mercado acionário, sobretudo para os países emergentes. Isso porque taxas de juros baixas em economias desenvolvidas geralmente incentivam o fluxo de capital para mercados emergentes em busca de retornos mais atrativos.

Contudo, se essa desaceleração econômica se confirmar, será essencial avaliar suas consequências nos resultados corporativos. Empresas dependem de um ambiente econômico saudável para crescer e, se enfrentarem desafios macroeconômicos, isso pode se refletir em seus balanços.

Por enquanto, o cenário “Goldilocks” (nem muito quente, nem muito frio) parece prevalecer. Esse é um ambiente em que a economia não está tão aquecida a ponto de gerar inflação, nem tão fria a ponto de causar recessão, o que é ideal para investimentos. No entanto, se esse equilíbrio for perturbado, poderíamos enfrentar uma maior volatilidade nos mercados.

Atualmente, não vemos sinais iminentes de recessão no horizonte próximo. Entretanto, é prudente não descartar essa possibilidade, principalmente considerando os potenciais desafios que podem surgir no primeiro semestre do próximo ano. Como sempre, é essencial para os investidores permanecerem vigilantes e adaptáveis às mudanças de cenário.

Baixa da SELIC é positiva para ações, principalmente as locais

Uma análise de regressão linear realizada com base nos dados desde 2005 evidencia uma correlação interessante entre a taxa Selic e o Ibovespa: para cada redução de 1% na taxa de juros, há um retorno positivo de cerca de 7,99% no Ibovespa. Ao revisitar os ciclos de redução da Selic desde aquele ano, ano em que começamos a ver taxas mais moderadas, identificamos cinco desses ciclos. Em média, eles se traduzem em uma diminuição da Selic de 5,25 pontos percentuais, acompanhada por um robusto aumento médio de 33% no Ibovespa.

Essa relação histórica sinaliza que decréscimos na Selic têm potencial de estimular o mercado acionário brasileiro. No entanto, como em qualquer análise de investimento, é fundamental manter um olhar atento sobre o panorama macroeconômico e os desdobramentos internacionais, que frequentemente influenciam os mercados locais.

Nesse contexto, ressaltamos uma observação particularmente relevante: a expectativa é de que esse movimento de queda na taxa Selic induza reações ainda mais expressivas em ações conectadas à dinâmica econômica interna. Nesse segmento, as empresas representadas pelo índice de small caps são particularmente representativas, indicando que podem ser beneficiadas de forma mais acentuada por esse cenário.

Valuation

Atualmente, as ações que compõem o Ibovespa apresentam um nível de preço bastante atrativo. Estas estão sendo negociadas a 8 vezes o preço/lucro (P/L) estimado para o próximo ano, um valor abaixo da média histórica que é de 11 vezes os lucros. Isso sugere um potencial espaço para valorização.

Interessantemente, se focarmos nas empresas voltadas para a economia doméstica, elas estão sendo negociadas a um P/L de 9,6 vezes, acima do múltiplo das exportadoras. Mas, quando comparamos com sua média histórica de 12 vezes o lucro, percebemos que também se encontram em um patamar atrativo.

Já no caso das empresas exportadoras, a situação é um pouco diferente. Estas ações estão sendo negociadas a 7,4 vezes o P/L projetado para o próximo ano. Apesar de também estarem abaixo de sua média histórica de 10,1 vezes o lucro, a diferença é menor, indicando uma proximidade maior com seu valor médio.

ESTRATÉGIA: como estamos nos posicionado

(1) Investimentos em commodities: Em resposta às recentes medidas de estímulo à economia anunciadas pelo governo chinês, estamos mantendo nossa exposição a empresas ligadas a commodities feita no mês anterior. Ainda que haja um grau de incerteza que possa ocasionar volatilidade no mercado, identificamos atraentes oportunidades de investimento com base na precificação atual de algumas ações dessas empresas.

(2) Investimentos em empresas ligadas à economia local: Mantemos uma alocação substancial em ações vinculadas à economia doméstica, considerando os acontecimentos recentes e seus impactos sobre as curvas de juros de curto e longo prazo. A expectativa de uma redução nas taxas de juros possui potencial de se beneficiar com a queda nas taxas de juros. A temporada de balanços trouxe insights interessantes e fizeram a diferença nas escolhas de nossas alocações.

(3) Dolarização da carteira: Continuamos a manter uma exposição reduzida a ativos dolarizados, levando em consideração o contexto atual tanto no Brasil quanto no mundo. O Real apresenta bons fundamentos e, embora o cenário continue desafiador, existem várias forças que podem manter a tendência de depreciação do dólar global.

(4) ETFs e BDRs: Mantemos exposição a ações americanas de setores mais resilientes, pois entendemos que o futuro ainda apresenta desafios. Continuamos focados em setores mais perenes, como consumo básico, energia, saúde e empresas boas pagadoras de dividendos, evitando posições em empresas de tecnologia e criptoativos.

Carteira recomendada de ações setembro: o que esperar?

Para setembro, mantemos uma perspectiva otimista, ancorados principalmente no atrativo nível de precificação das ações brasileiras. Contudo, aconselhamos cautela face ao cenário fiscal incerto no Brasil, às preocupações sobre o ritmo de crescimento da economia chinesa, à condução da política monetária e ao reajuste nos preços dos títulos de renda fixa nos EUA.

O nosso portfólio apresenta uma diversificação setorial robusta. Estamos mais inclinados a empresas focadas na economia interna, cujos preços, em nossa análise, são mais atraentes em relação às exportadoras. A perspectiva de queda da Selic, os recentes resultados corporativos e a estratégia de diminuir nossa exposição a ativos com correlação inversa ao segmento mais longo da curva de juros, por conta do cenário fiscal brasileiro, foram fatores determinantes em nossas decisões recentes.

Carteira Ibovespa 10+

A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -7,12% no mês de agosto. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -5,09%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -0,56% contra uma alta de 5,47% do Ibovespa. Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da CVC (CVCB3), Fleury (FLRY3) e Totvs (TOTS3). Com Inclusão das ações da Hidrovias (HBSA3), Porto Seguro (PSSA3) e Smart Fit (SMFT3).

A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Ibovespa 5+

A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -4,24% no mês de agosto. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -5,09%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 11,58% contra uma alta de 5,47% do Ibovespa. Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Sabesp (SBSP3) e Totvs (TOTS3). Com Inclusão das ações da Cemig (CMIG4) e Cosan (CSAN3).

A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.

Carteira Small Caps 8+

A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -5,08% no mês de agosto. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -7,43%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 10,10% contra uma alta de 8,13%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Armac (ARML3), Fleury (FLRY3), GPS Participações (GGPS3) e Três Tentos (TTEN3). Com Inclusão das ações da Hidrovias (HBSA3), Intebras (INTB3), Marcopolo (POMO4) e Smart Fit (SMFT3).

A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.

Carteira Micro Caps 5+

A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -1,32% no mês de agosto. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -7,43%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 5,45% contra uma alta de 8,13%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Unifique (FIQE3), Lavvi (LAVV3) e Schulz (SHUL4). Com Inclusão das ações da Aeris (AERI3), Ânima (ANIM3) e Infracommerce (IFCM3).

A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.

Carteira Dividendos 5+

A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -1,21% no mês de agosto. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -2,83%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 3,61% contra uma alta de 9,22%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da BB Seguridade (BBSE3) e CPFL Energia (CPFE3). Com Inclusão das ações da Porto Seguro (PSSA3) e Cemig (CMIG4).

A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.

ESG 5+

A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -7,55% no mês de agosto. No mesmo período, o Ibovespa (IBOV) obteve um desempenho negativo de -7,55%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 10,73% contra uma alta de 6,55%, no mesmo período, do Ibovespa (IBOV). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Fleury (FLRY3). Com Inclusão das ações da Cosan (CSAN3).

A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.

BDR 5+

A carteira BDR 5+ apresentou uma alta de 1,83% no mês de agosto. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho positivo de 3,26%. No ano de 2023 a carteira apresenta rentabilidade alta de 4,44% contra uma alta de 21,43%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de agosto, saíram as ações da Alphabet (Google) (GOGL34) e Salesforce (SSFO34). Com Inclusão das ações da Alibaba (BABA34) e Paypal (PYPL34).

Carteira ETF MACRO

Para o mês de agosto de 2023, recomendamos compra de It Now IMAT (MATB11), It Now DIVO (DIVO11), It Now ISE (ISUS11), Ouro (GOLD11) e Ishare SMAL (SMAL11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de agosto de 2023, a Carteira de ETF MACRO recuou -3,48% contra o Ibovespa que apresentou queda de -5,09% no mesmo período.

A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.

Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)

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