Publicado em 15 de Junho às 00:09:08
Nessa atualização da carteira Top Ações, estamos diminuindo nossa exposição em ações mais defensivas. Com surpresas de inflação baixistas dando sinais de um início de um processo de desinflação mais forte, o cenário de queda de juros em 2023 se solidificou com reflexos no fechamento da curva futura de juros brasileira, que caiu mais de 200bps nos últimos 3 meses.
Outra surpresa positiva foi a melhora dos indicadores de atividade que vieram acima das expectativas. Com o cenário de inflação, juros e atividade melhorando, ativos de risco como o mercado de ações apresentaram forte avanço em pouquíssimo tempo.
Na nossa última atualização da carteira no dia 2 de maio de 2023, o Ibovespa acumulava queda de -4,18% no ano. Agora, após as primeiras semanas de junho, o índice acumula uma valorização de +9,75% em 2023, alcançando 116,7k pontos.
Nessa rodada de mudanças, nossa carteira fica com um posicionamento mais agressivo, mas de forma ainda cautelosa, afinal não podemos dizer que entramos em num bull market. Estamos:
Desde seu lançamento, a carteira Top Ações Genial Analisa acumula retorno de 12%, 5pp acima do benchmark Ibovespa. Apesar de termos perdido performance em relação ao Ibovespa nesse último mês, continuamos com um desempenho positivo.
Nesse relatório você encontrará:
Para essa atualização, temos várias mudanças. Estamos:
⚠️ INVISTA NA CARTEIRA TOP AÇÕES EM POUCOS CLIQUES!
Após a última atualização no dia 02/05/2023, a carteira Top Ações se valorizou +6,01%, ficando abaixo do desempenho do Ibovespa de +14,54% no mesmo período. Tivemos contribuições positivas da maioria de nossos papéis, com destaque positivo para Cury (CURY3) e Valid (VLID3), que foram as principais contribuições desde as últimas mudanças. Do lado negativo, BB Seguridade (BBSE3) e Cielo (CIEL3) prejudicaram nossa performance, apesar do bom desempenho de seus fundamentos.
As últimas semanas foram bem positivas para o mercado de ações. Desde a última atualização, no início de maio, o índice Bovespa se valorizou 14,54%. O cenário para a economia brasileira passa por uma mudança positiva em decorrência de uma gama favorável de condições domésticas e externas.
A economia tem mostrado resiliência, com indicadores de atividade superando as expectativas, impulsionados principalmente pelo setor agropecuário. A surpresa positiva da primeira leitura do PIB no primeiro trimestre do ano foi responsável por elevar nossas projeções de crescimento de 0,8% para 1,7% em 2023.
Já sobre a inflação, as duas últimas leituras do IPCA (IPCA-15 e IPCA de maio) apresentaram significativas surpresas baixistas. São observados sinais de um início de um processo de desinflação mais forte em curso, passando a haver agora uma grande chance da inflação de 2023 encerrar o ano abaixo da registrada em 2022. Assim, revisamos nossa projeção para o IPCA de 2023 de 6,1% para 5,5% com viés de baixa.
Entre esses e outros fatores, cortes nos juros começam a entrar no radar. O mercado já começa a precificar uma eventual diminuição na reunião do Copom em agosto, no entanto, acreditamos que a melhor opção para o Banco Central começar a cortar a Selic a partir da reunião de setembro.
O fluxo positivo de notícias, envolvendo uma possível melhora do cenário de inflação e PIB, impactou positivamente o mercado de ações brasileiro, que estava negociando abaixo de sua média histórica. Esse é um dos reflexos do fechamento da curva futura de juros brasileira, que caiu mais de 200bps nos últimos 3 meses. A nova perspectiva para a economia brasileira e para a taxa de juros local em 2023 é o que pauta nossa atualização de junho.
De forma resumida, as principais mudanças na carteira Top Ações estão argumentados abaixo. Estamos diminuindo o peso de ativos defensivos, portanto aumentando o risco da carteira, mas de forma mais controlada, afinal não estamos em um bull market.
Apesar de continuarmos otimistas em relação à Vivo, com a recomendação de COMPRA e um preço-alvo de R$ 55,00, entendemos que a tese de investimento é de caráter defensivo e existem oportunidades mais interessantes na bolsa para aproveitar o atual cenário macroeconômico e tirar proveito do fechamento da curva de juros, com uma carteira mais agressiva. Por isso, decidimos retirar a Vivo da carteira Top Ações.
Estamos removendo as ações da Alupar (ALUP11) da nossa carteira pelo melhor motivo possível: performance. Após a recente alta no preço dos papéis, vemos as ações da empresa negociando com uma TIR implícita de 9% em termos reais – ainda interessante, mas um prêmio pouco atrativo em relação aos seus níveis históricos e em um momento em que achamos fazer mais sentido estar exposto a cases com exposição para além do fechamento da curva de juros (o grande motivo para o movimento em bloco das ações de empresas elétricas, em nossa opinião). Para além do fechamento de juros, vemos indicadores importantes como melhores perspectivas de PIB, menor inflação onde somadas a valorização recente dessa categoria de ativo, nos acreditar em veículos de investimentos mais interessantes tendo em vista o atual momento.
Decidimos por retirar as ações da Valid de nossa carteira. A ação já sobe aproximadamente 60% no ano, ficando muito próxima do nosso preço-alvo e consequentemente apresentando menor margem de segurança. Apesar de acreditar em possíveis melhoras nas nossas estimativas, preferimos taticamente substituir Valid que não é um case de crescimento ou fechamento da curva de juros. Assim, preferimos realocar a posição para outras ações que possuem maior potencial de valorização. Importante destacar que continuamos com uma visão mais otimista para os fundamentos da empresa.
Estamos removendo Cury da carteira por uma questão estratégica. Desde que incluímos o papel no Top Ações (18/jan/2023), sua performance foi bem superior ao índice. Ainda gostamos da companhia, mas olhando o nosso cenário de curto prazo, preferimos surfar o fechamento de curva com outras oportunidades. Além disso, acreditamos que a performance da Cury no último mês já está incorporando um otimismo do mercado com mudanças no teto do MCMV. Na nossa visão, por já ter incorporado esta expectativa, entendemos que existe uma assimetria negativa no papel: se as expectativas do mercado com relação às mudanças forem atendidas, não devemos ver o papel andando de forma relevante (por já estar no preço); se as expectativas não se concretizarem, podemos ver uma queda significativa nos papéis do setor.
Optamos por retirar taticamente as ações da Cielo da carteira. Apesar de acreditarmos que a companhia deve melhorar o lucro ao longo do ano e que o 2T23 deve vir mais forte devido as mudanças de regra do intercâmbio e aumento de preço, além da mudança recente do ISS, entendemos que o mercado está mais propício a direcionar seus investimentos para teses que se beneficiem mais do movimento de queda de juros e histórias de crescimento. Além disso, os dados de varejo estão vindo bem fracos e a competição no segmento long-tail (nano varejista) se intensificaram. Apesar da Cielo não estar tão exposta nesse segmento, sempre existe um risco da competição por preço vir a piorar no segmento de melhor margem do pequeno e médio varejista. No entanto, continuamos gostando da tese de Cielo e entendemos que está descontada negociando apenas 6,1x P/L 23E e 5,2x P/L 24E. Porém, para decisão de stock picking, preferimos deixar a ação de fora neste momento.
Estamos adicionando o setor de saúde à carteira, escolhendo exposição ao papel de Fleury (FLRY3) com 7% da carteira. Nossa escolha por Fleury é pautada na (i) estratégia de criação de um ecossistema integrado de saúde e (ii) valuation atrativo com múltiplos descontados.
A companhia aproveitou o cenário de consolidação do setor de saúde ao longo de 2020 e 2021 para crescer por meios inorgânicos, adicionando outras especialidades ao seu portfólio. Além de seu core business de medicina diagnóstica, agora são explorados também novos elos de infusão de medicamentos, ortopedia, oftalmologia, centro cirúrgico ambulatorial e medicina reprodutiva. Essas importantes avenidas de crescimento para o ecossistema de saúde, somadas ao fortalecimento e expansão do core business, impulsionarão os resultados de Fleury nos próximos anos, assim como já tem sido observado.
Com isso, vemos com bons olhos a tese de criação de um ecossistema de saúde integrado do Fleury, acreditando que a fusão com Pardini será um driver importante de crescimento para a companhia nos próximos anos. Temos Fleury como a Top Pick do setor de saúde com preço-alvo de R$ 21,00, negociando ao múltiplo P/L 23E 14,3x e EV/EBITDA 4,2x, respectivamente, e pelos pontos elencados acima estamos incluindo o papel na carteira Top Ações.
Incluímos o Grupo Mateus em nossa carteira (exposição de 5%), de olho na retomada do fluxo de investimento para o setor doméstico. Negociando a 11,5x P/E 2023, a companhia tem ganhado mais notoriedade após o resultado fora da curva do 1º trimestre deste ano. Com o fluxo, acreditamos que GMAT3 possa ser uma forte candidata a ser inclusa no Ibovespa ao longo dos próximos rebalanceamentos.
Adicionamos o Banco do Brasil na nossa carteira devido ao valuation ainda bem descontado, ótimo desempenho e diminuição do risco de ingerência política. O banco está entregando um lucro superior aos pares privados e uma rentabilidade (ROE) atrativa próxima de 20%.
Estamos adicionando a B3 em nossa carteira por melhorias nas expectativas de corte de juros, fechamento da curva DI e retomada da procura de produtos da B3, principalmente os de renda variável. Com isso, esperamos que a companhia presencie um aumento no volume financeiro médio negociado ao longo do ano, o que deve beneficiar a geração de receita da companhia. Nos destaques operacionais de mai/23 já foi possível notar uma melhoria no volume financeiro negociado. Ademais, o lucro líquido do 1T23 ficou acima das expectativas do mercado, mesmo com uma forte queda do ADTV no a/a (-18,8%), devido, principalmente, a melhora de eficiência diversificação de receita e resultado financeiro. Entendemos que a companhia continua buscando a diversificação do seu portfólio de produtos para reduzir a dependência de renda variável, o que tende a uma redução da volatilidade de seus resultados. Com isso, entendemos que os múltiplos de 20,5x P/L 23E e 17,5x P/L 24E (17,7x P/L 23E e 17,5x P/L 24E com benefício fiscal) estão atrativos frente a média histórica da companhia e seus pares internacionais.
Apesar de enfrentar um cenário desafiador para a siderurgia com a desaceleração econômica, a Gerdau possui algumas vantagens competitivas que a colocam a frente de seus pares, trazendo uma menor volatilidade de resultados na parte baixa do ciclo. Enxergamos que a sua:
Além disso, negociando a um EV/EBITDA 2023E de 3,0x, e com expectativas de que os ciclos globais de aumento nas taxas de juros estejam cada vez mais próximos do fim, acreditamos que seja uma boa hora se posicionar na Gerdau (GGBR4).
Estamos introduzindo Minerva (BEEF3) em nossa carteira, com uma exposição de 4%. No início do ano, a companhia foi prejudicada pela restrição de exportações de carne bovina brasileira à China, devido a um caso atípico do chamado “mal da vaca louca”.
Porém, mesmo entregando um resultado fraco no 1T23, a companhia superou nossas estimativas, graças a uma realocação eficiente de suas exportações: ao invés de exportar carne bovina do Brasil ao mercado chinês, a Minerva exportou de demais países da América do Sul. Além disso, do trimestre atual em diante, vemos ventos favoráveis marcados por:
Entendemos que a companhia negocia a um valuation atrativo, sendo negociada a 6,0x EV/EBITDA 23E e 4,7x EV/EBITDA 24E, com um dividend yield de 4,9% 23E e 6,7% 24E. Nosso preço-alvo para os papéis é de R$ 17,00, e a Minerva é nosso top pick do setor de frigoríficos.
Estamos incluindo Moura Dubeux (MDNE3) na nossa carteira, com exposição de 6%. A companhia atua no setor imobiliário, com foco em empreendimentos de médio e alto padrão na região Nordeste. Entendemos que a companhia é uma das mais baratas no setor, com múltiplos descontados devido à baixa liquidez e desconhecimento da companhia pelos investidores. Dessa forma, caso continuemos observando um fechamento de curva ou manutenção das taxas de juros futuros neste patamar, a Moura Dubeux deve ter uma das melhores performances entre as construtoras.
A Moura Dubeux negocia a 4,5x P/E 2023E e a 0,6x P/BV. Além disso, a companhia conta com:
Estamos reduzindo a participação das ações da Transmissão Paulista (TRPL4) da nossa carteira de 8% para 4%. O principal motivo dessa redução é muito similar ao case da Alupar (ALUP11): performance das ações desde a nossa recomendação, mas nesse caso com uma Taxa Interna de Retorno que ainda justifica ter posição no ativo. Além disso, não achamos que um case majoritariamente exposto ao segmento de transmissão seja o melhor veículo para surfar o atual momento de bolsa, que começa a precificar queda nos juros, inflação e perspectivas de crescimento de PIB mais interessantes. Por último, vale mencionar que a empresa é a com alavancagem mais moderada vs TAEE11/ALUP11,
Mesmo após a recente performance das ações, ainda achamos ELET3 um case com desconto interessante demais para ser desprezado. Estamos mantendo nossa posição em Eletrobrás em 7%. Aos atuais níveis de preço, vemos a empresa negociando a uma TIR implícita de 12% e múltiplos deprimidos (0,7x VPA), que nem de longe reflete um nível de avaliação de uma empresa privada de energia elétrica – o que demonstra que o processo de turnaround ainda tem muito valor a ser extraído. Por último, citamos o preço de energia elétrica e níveis ainda deprimidos e qualquer mudança de cenário nesse quesito (chuvas decepcionantes, por exemplo) podem funcionar como um gatilho interessante para o case.
Estamos aumentando Porto de 7% para 10% da carteira. Acreditamos que a empresa deva se beneficiar ao longo do ano com um índice de sinistralidade normalizado em um patamar mais baixo devido aos aumentos de preços feitas nos trimestres passados em conjunto com a potencial queda de preços da tabela FIPE de automóveis que representa aproximadamente 50% dos sinistros. Ademais, esperamos que os prêmios emitidos e ganhos continuem em patamares elevados ajudando na composição da receita da empresa. Os dados de abr/23 já nos mostram essa melhora operacional, com uma queda de -15,8pp a/a do índice de sinistralidade e expansão de +10,1% nos prêmios emitidos. Entendemos que os papéis da companhia estão negociando a patamares atraentes, negociando apenas 8,7x P/L 23E e 7,5x P/L 24E.
Para BB Seguridade, estamos diminuindo de 10% para 3% da carteira. Apesar de acreditarmos que os resultados continuarão fortes para 2023, com resultado financeiro ainda elevado e com expansão do segmento agro puxado pelo Plano Safra 2023/24, entendemos que as ações não devem se beneficiar tanto do movimento de queda de juros. Visando uma posição mais tática, preferimos reduzir a exposição na companhia e alocar parte em Banco do Brasil que também deve se beneficiar dos resultados da BB Seguridade.
Com uma retomada econômica em ritmo menos acelerado do que o consenso imaginava para reabertura, os dados reportados pela China após a flexibilização da Covid Zero decepcionaram o mercado, o que acabou refletindo no preço da commodity ferrosa e dos ativos relacionados. Acreditamos que a queda brusca nas ações da Vale aconteceu de maneira desproporcional, visto que apesar de uma projeção descendente para o minério 62% Fe nos próximos anos e atingindo US$75/t em 2028, ainda enxergamos upside atrativo.
Acreditamos que a Vale está posicionada em ativos irreplicáveis com vantagens competitivas naturais, como o complexo de minas de Serra Norte e S11D, ambas no Sistema Norte, que representaram 55,7% da produção de minério fino da companhia em 2022. As vantagens competitivas envolvem custos baixos pela facilidade de extração e prêmios altos pela alta concentração de ferro. Além disso, a unidade de metais básicos também agrega valor trazendo uma pegada de crescimento, com exposição a metais importantes para a transição energética, como o níquel e cobre.
Com indicadores que estão interessantes, entre eles FCF Yield 23E de 16,4%, resultando em um Dividend Yield de 13,1%, entendemos que a Vale é capaz de remunerar adequadamente seu acionista mesmo em um cenário base conservador para o preço de minério de ferro. Com a queda relevante dos preços das ações desde o início do ano até a presente data (maior que 20%), o múltiplo EV/EBITDA foi achatado, chegando a 3,7x 23E (abaixo do histórico), o que nos parece uma boa oportunidade de entrada em um ativo de qualidade na geração de caixa, pagador de dividendos, e que deverá sofrer reprecificação de múltiplos para cima. Dessa forma, estamos aumentando a exposição de Vale de 6% para 9% na carteira.
Estamos reduzindo taticamente nossa posição em Itaú (ITUB3) de 11% para 4%. Apesar de continuarmos acreditando na tese de longo prazo do banco e entendermos que o preço atual está atrativo negociando apenas 6,7x P/L 23E e 5,8x P/L 24E, estamos fazendo uma movimentação tática para aproveitarmos o melhor valuation do Banco do Brasil. Acreditamos também que o hedge (proteção) feito na margem com mercado não deva beneficiar o banco em uma possível queda de juros.
Estamos mantendo PRIO3 dentre as nossas recomendações, mas estamos reduzindo o peso de 16% para 14%. Apesar dos últimos meses terem sido desafiadores para as junior oils brasileiras, devido a diversos fatores, como a tributação na exportação de petróleo por quatro meses, as mudanças no processo de desinvestimento da Petrobras e a queda nos preços do petróleo, acreditamos que a Prio será pouco afetada por esses elementos daqui para frente.
A tributação, que está em vigor até 30 de junho, impactou a margem da companhia, mas não comprometeu a operação da empresa nem diminuiu o brilho do case, devido à sua curta duração. Quanto às mudanças na estratégia da Petrobras, a Prio já concluiu a aquisição de todos os ativos que estavam em transição, incluindo o Campo de Albacora Leste (o mais relevante para a empresa), não sendo mais prioritário a aquisição de novos ativos para crescimento. Agora, o foco será redesenvolver os campos maduros e extrair valor por meio do aumento da produção. Quanto à queda nos preços do petróleo, é válido lembrar que o certificado de reservas recentemente divulgado considera um preço do barril de Brent de US$ 60 entre 23-30E para realização de suas operações, o que está abaixo dos valores atuais da curva de preços futuros do mercado, proporcionando certa segurança para a empresa.
Além disso, a certificação de reservas indica um potencial aumento na produção de petróleo, juntamente com uma ligeira redução nos investimentos necessários e maior segurança em relação às reservas da empresa. Portanto, mesmo diante da atual queda nos preços do petróleo, o rendimento do fluxo de caixa da empresa em relação ao valor de mercado da empresa é de 25-30% para 23-24E e acima dos 30% nos anos seguintes. Dito isso, seguimos positivos no case da empresa.
O último resultado reportado pelo Mercado Livre mostrou diversas tendências muito positivas. Na divisão de e-commerce, houve um crescimento 4,0% acima das nossas expectativas no GMV, com o Brasil sendo o principal impulsionador desse movimento devido a um aumento de 17% a/a no volume de vendas. O México também registrou um forte crescimento de volume de 29% a/a, enquanto o crescimento da Argentina foi impulsionado pela inflação. A aceleração do e-commerce Take-rate ficou acima das expectativas, resultando em um aumento de receita de e-commerce na casa de dois dígitos (~32% a/a).
Para a fintech, houve uma surpresa positiva na expansão do TPV total, superando em 7,0% as nossas estimativas. O TPV off-platform teve uma forte contribuição, com um aumento de 56,7% a/a, enquanto o TPV Digital Accounts também veio acima do esperado, com um aumento de 16,2% a/a. A aquisição de TPV foi impulsionada pelo Brasil e pelo México. Entretanto, o fintech take-rate (excluindo crédito) desacelerou, enquanto a carteira de empréstimos cresceu acima das projeções. As carteiras de crédito ligado ao consumidor e On-line Merchant também voltaram a crescer, apesar de ainda ter sido em um ritmo mais modesto do que vimos acontecer em 2021/2022, mediante aos juros altos e efeito na inadimplência. Dessa forma, a receita de Fintech elevou-se em uma cadência pouco mais lenta devido à desaceleração do crédito, conforme já esperávamos.
Mesmo com múltiplos esticados, com um EV/EBIT de 52x, a companhia entrega constantemente resultados acima de seus pares, o que parece justificar o pagamento de um prêmio sobre suas ações. No ano as ações sobem +29,73% (uma alta robusta), porém nos últimos 30 dias o papel está andando de lado. Apesar da continuidade do nosso otimismo com a tese de investimentos, e uma entrega muito sólida na performance operacional, acreditamos que a turbulência macroeconômica na Argentina bem com um efeito no câmbio pode estar afetando o fluxo para o papel e impactando o preço das BDRs. Estamos com um Preço-alvo 12M de R$70 em nossa recomendação do BDR MELI-34 (B3), e apesar do upside elástico de +48,9%, preferimos reduzir ligeiramente a exposição da carteira de 7% para 6% para acomodar outras escolhas em varejo e setores correlatos.