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Publicado em 01 de Junho às 09:18:40

CAGED (abr/23): Setor de serviços mais forte sustenta criação de vagas

Em abril, houve criação líquida de 180.005 postos de trabalho formal, resultado melhor que o esperado pelo mercado, cujo consenso era de 173,0 mil vagas (Broadcast+). O resultado de março decorreu da admissão de 1,86 milhão e 1,68 milhão de demissões de trabalhadores no período. No mesmo mês do ano anterior, o saldo foi positivo em 195,2 mil vagas, sinalizando a resiliência do mercado de trabalho mesmo diante de um cenário macroeconômico mais adverso. Dessa forma, o saldo líquido de emprego formal no ano é positivo em 706, 2 mil postos de trabalho, ante 526,2 mil no mesmo período do ano anterior.

Em abril, todos os grandes grupos de atividade registraram saldos positivos. Nesse sentido, o bom desempenho foi liderado pelo setor de Serviços (103,9 mil), com as atividades ligadas à Administração Pública contribuindo com apenas 4,6 mil vagas no mês. Além disso, Construção Civil contribuiu com a abertura de 26,9 mil vagas, Indústria com 18,7 mil, Comércio com 27,6 mil e Agropecuária com 2,9 mil.

No acumulado em 12 meses, o saldo total de vagas recuou 0,9% na passagem de março para abril, retomando a trajetória de queda interrompida em março. Os destaques negativos foram o setor de Serviços que registrou queda de 1,3% no saldo de criação líquida de vagas ao sair de 122,3 mil para 103,9 mil e o setor de Indústria Geral (-3,1%) ao sair de 245,4 mil vagas para 237,8 mil. Este resultado reflete a elevação de 0,13% no número de demissões ter superado a alta de 0,05% nas admissões.

No que diz respeito à modernização trabalhista, em abril de 2023 houve saldo positivo de 24,3 mil empregos em trabalho não típicos (inclui trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária de até 30 horas), resultado de 246,0 mil admissões e 221,7 mil desligamentos. Em relação ao salário médio de admissão, houve variações reais de 2,8% m/m e 2,3% a/a, ao marcar R$ 2.015,58 em abril. Já o salário médio de demissão variou 1,51% m/m e 3,67% a/a, ficando em R$ 2.096,25.

Embora o número de criação de vagas tenha superado a mediana das projeções para o mês de abril, acreditamos que este resultado não ilustra a dinâmica que o mercado de trabalho apresentará nas próximas leituras. Reforça esta nossa avaliação a desaceleração do número de postos criados no acumulado no ano, que passou de 825,5 mil em 2022 para 705,7 mil em 2023 entre os meses de janeiro e abril. Além disso, a análise dos dados dessazonalizados nos revela um número mais fraco do que o obtido na leitura sem ajuste sazonal. A despeito desse fato, a maior rotatividade dos trabalhadores nas empresas e Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) exibindo um resultado forte na sua divulgação mais recente são indicativos que o mercado de trabalho permanece bem resiliente. Vale ressaltar que o bom desempenho foi liderado pelo setor de serviços, cuja dinâmica de preços apresenta maior inércia inflacionária, reforçando o argumento que defende a manutenção da postura firme por parte do BC no que diz respeito à condução da política monetária. Nossas projeções apontam para a criação de 1,2 milhão postos de trabalho formal em 2023. Para o mês de maio, nossa projeção preliminar é de criação de 130,6 mil postos de trabalho.

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