Em abril, houve criação líquida de 257,5 mil postos de trabalho formais, superando, em muito, a mediana das projeções de mercado (170,5 mil, Broadcast+) e vindo bem próxima do teto (267,4 mil, Broadcast+).
Em abril, todos os 5 grupamentos de atividade registraram saldos líquidos positivos. Os principais destaques foram: Serviços (136,1 mil), Comércio (48,0 mil), Indústria Geral (35,1 mil), Construção Civil (34,3 mil) e Agropecuária (4,0 mil). Esse padrão também se repetiu entre as 27 unidades da federação, com as maiores gerações de vagas ficando por conta dos três estados mais populosos: São Paulo (72,3 mil), Minas Gerais (29,1 mil) e Rio de Janeiro (20,0 mil).
O resultado no mês foi derivado da combinação entre a admissão de 2,282 milhões e do desligamento de 2,025 milhões de trabalhadores em abril. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, houve a criação líquida de 907,3 mil postos de trabalho, desacelerando em relação aos 965,8 mil postos criados no mesmo período do ano anterior, mas ainda apontando para uma resiliência do mercado de trabalho em 2025.
No acumulado em doze meses, o saldo total de vagas, ajustado por declarações fora do prazo, avançou 1,1% m/m na passagem de março para abril, retornando para o território expansionista após a queda de 9,8% m/m na virada de fevereiro para março. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o recuo se acentuou de março para abril, saindo de -2,1% a/a para -4,4% a/a, na segunda leitura negativa desde maio de 2024.
Em relação ao salário médio de admissão, houve variação real de 0,6% a/a, ao registrar o patamar de R$ 2.251,81 em abr/25, ante R$ 2.239,20 no mesmo mês do ano anterior. Já o salário médio de demissão variou 1,3% a/a, ficando em R$ 2.353,95, ante R$ 2.323,25 em abril de 2024. Vale destacar que a razão entre o salário de admissão e demissão, métrica utilizada para medir o aperto no mercado de trabalho, ainda se encontra em um patamar historicamente elevado, corroborando a avaliação de que o mercado de trabalho se encontra aquecido.
Após a volatilidade dos dados referentes aos meses de fevereiro e março por conta da sazonalidade do feriado de Carnaval, os dados de abril contribuem para reforçar a leitura de um mercado de trabalho ainda forte no primeiro semestre de 2025, exibindo sinais até de um ganho de fôlego adicional.
Apesar desse dado do CAGED ter vindo bem acima do esperado, o número de abril veio ao encontro do nosso cenário, que antevê um arrefecimento bem gradual da economia ao longo desse ano, e que pode vir a ser interrompido em 2026 quando novos estímulos fiscais devem promover novos impulsos de demanda. Isso permitiria que o mercado de trabalho permaneça aquecido mesmo diante de uma política monetária significativamente contracionista praticada pelo Banco Central.



