Em abril, houve criação líquida de 240,0 mil postos de trabalho formais, resultado em linha com o teto das previsões (Broadcast+). O resultado do mês decorreu da combinação entre a admissão de 2,3 milhões e a demissão de 2,0 milhão de trabalhadores no período. No mesmo mês do ano anterior, após ajustes, o saldo líquido foi positivo em 181,8 mil postos de trabalho, de modo que, houve um crescimento de 32,0% a/a no saldo líquido de vagas abertas. Os números divulgados hoje apontam para saldos líquidos positivos disseminados entre os grupamentos de atividade, reforçando a percepção de robustez da economia neste início de ano e dão continuidade à leitura positiva observada em março, período no qual foram criados 244,8 mil postos de trabalho. Por um lado, a resiliência do mercado de trabalho impõe um viés altista para crescimento da economia; por outro, aumenta a incerteza em torno do ciclo de afrouxamento monetário.
Em abril, todos os grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos. Os principais destaques foram: Serviços (138,3 mil), sendo influenciada pela criação de postos de trabalho formal nos subsetores de Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+40,1 mil) e pelos serviços de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+61,1 mil); Indústria geral (+36,0 mil) e Construção (31,9 mil).
No acumulado em 12 meses, o saldo total de vagas avançou 3,6% m/m na passagem de março para abril (1,7 milhão), dando continuidade à sequência positiva que vem sendo observada desde dez/23. Nesta métrica, todos os setores apresentaram saldos positivos, com destaque para o setor de Serviços (1,0 milhão), sendo responsável por cerca de 57,8% do saldo positivo nos últimos 12 meses. Além disso, cabe destacar o bom desempenho do Comércio (+324,7 mil), da Construção (+186,9 mil) e da Indústria Geral (+206,5 mil) no período.
No que diz respeito à modernização trabalhista, em abril de 2024 houve saldo positivo de 40,0 mil empregos em trabalho não típicos (inclui trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária de até 30 horas), resultado de 298,3 mil admissões e 258,3 desligamentos.
Em relação ao salário médio de admissão, houve variação real de 2,18% a/a, ao marcar R$ 2.126,16 em abril, ante R$ 2.080,73 no mesmo mês do ano anterior. Já o salário médio de demissão variou 1,94% a/a, ficando em R$ 2.205,96 ante R$ 2.164,01 em abril de 2023.
Os números apresentados hoje reforçam a percepção de aquecimento do mercado de trabalho neste início de ano após registrar robustos saldos positivos de vagas criadas no primeiro trimestre do ano. Nesse sentido, os dados corroboram a avaliação de que a economia se encontra aquecida, com dados de atividade econômica apontando para um ponto de largada bastante positivo neste início de ano, sobretudo nos setores de varejo e serviços. Se, por um lado, esses números adicionam um viés positivo para o crescimento e para o desempenho do mercado de trabalho nos próximos meses, por outro, mostram um fator de risco relevante para a convergência da inflação, sobretudo de serviços, em direção à meta. Nesse contexto, avaliamos que a resiliência da atividade econômica deve atuar como um fator limitador para o atual ciclo de cortes de juros que, na nossa avaliação, deve encerrar em 10,5% a.a. Por fim, projetamos criação de 1,8 milhão de postos de trabalho formais no ano.