Em agosto, houve geração líquida de 278,6 mil postos de trabalho formal, resultado melhor que o esperado pelo mercado, que projetava saldo líquido de 270 mil (Broadcast). Houve admissão de 2,051 milhões e demissão de 1,773 milhão de trabalhadores no período. No mesmo mês do ano passado, o saldo foi positivo em 388,3 mil vagas.
Na variação interanual, o saldo líquido foi menor em 109,6 mil vagas (de 388,3 mil para 278,6 mil), principalmente impactado pelo desempenho mais fraco do setor de serviços (-45 mil), do comércio (-40 mil) e da indústria de transformação (-21,1 mil).
O resultado de agosto foi puxado novamente pelo setor de serviços, com 136,5 mil vagas líquidas geradas. Historicamente o setor de serviços representa 40% das vagas líquidas criadas na economia, entretanto, no período recente, o patamar é de cerca de 53% do total, mostrando o protagonismo do setor na recuperação do mercado de trabalho no período pós pandemia.
Entre os destaques no setor de serviços nesse mês podemos citar: atividades profissionais, administrativas & de informação (61,4 mil), administração pública, educação e saúde (38,1 mil), alojamento & alimentação (16,6 mil) e transportes (14,1 mil). Além disso, os demais setores econômicos também apresentam bom desempenho no mês. A indústria apresentou saldo líquido de 52,7 mil, o comércio gerou 41,9 mil vagas, a construção civil teve saldo líquido de 35,2 mil e a agropecuária de 7,7 mil. Na série com ajuste sazonal, é possível identificar desaceleração em praticamente todos os setores econômicos, com exceção do agropecuário que vem em tendência de crescimento.
No ano, foram geradas 1,853 milhão de vagas, ante 2,174 milhões no mesmo período do ano passado. Nesse ano, o setor de serviços correspondeu por 52% de todas as vagas criadas, a indústria de transformação (16%), a construção civil (14%), o comércio (8%) e a agropecuária por 6%.
No acumulado em 12 meses, entre os maiores grupos econômicos, é possível perceber a desaceleração no ritmo no setor de serviços. O setor industrial e o comércio já mostravam perda de dinamismo há alguns meses, diante do contexto macroeconômico mais adverso para esses segmentos. Os serviços por outro lado, mantinham crescimento significativo e mais recentemente mostra um processo de desaceleração. A desaceleração é natural, afinal o setor se encontra com crescimento muito acima de sua tendência histórica. Já a construção civil permanece em estabilidade.
Em relação ao salário de admissão, houve aumento real de 1,5% em relação ao mês anterior, porém queda de -0,1% na variação interanual. Já os salários de demissão variaram 0,5% m/m e -1,9% a/a. No que tange a modernização trabalhista, vemos desaceleração na contratação por essas modalidades no acumulado em 12 meses. No trabalho intermitente houve saldo de 88 mil, no trabalho parcial (39 mil), porém o número de desligamentos por acordo entre empregador e empregado é o maior da série (224, 3 mil em 12 meses).