Em fevereiro, houve geração líquida de 328,5 mil postos de trabalho formal, resultado melhor que o esperado pelo mercado, que projetava saldo líquido de 225 mil (Broadcast). No mesmo mês do ano passado, o saldo foi positivo em 397,5 mil vagas. Houve revisão levemente negativa para o mês anterior de 155,2 mil para 150,3 mil vagas criadas.
O resultado de fevereiro foi impulsionado, novamente, pelo setor de serviços (203,7 mil vagas). Dessa vez, houve contribuição significativa da administração pública, defesa, seguridade social e saúde, com 101, 6 mil vagas geradas. Mais especificamente, com o retorno as atividades presenciais das escolas e de serviços de saúde, houve geração de 66, 5 mil vagas no setor de educação (destaque para educação infantil e fundamental com 43 mil) e saúde e serviços sociais com 23, 4 mil.
Além disso, houve criação de 43 mil vagas na indústria, concentradas na indústria de transformação (38,5 mil); 39,4 mil no setor de construção (com destaque para construção de edifícios); 17, 4 mil no setor agropecuário e 13 mil no comércio (o comércio varejista apresentou saldo negativo de 5,9 mil).
Nos últimos 12 meses, foram geradas 2,58 milhões de vagas de trabalho formal. O mercado de trabalho formal apresentou forte recuperação, chegando a criar mais de 3 milhões de postos de trabalho, porém, agora, está em trajetória de desaceleração. A desaceleração ocorre, principalmente, no setor industrial e varejista, enquanto o setor de serviços, que possui o maior número de trabalhadores permanece em trajetória de crescimento.
No resultado consolidado, o mercado de trabalho formal vem apresentando trajetória positiva nas últimas leituras, com os dados do emprego correlacionando bem com os setores econômicos que apresentam os melhores desempenhos. Os serviços, a construção civil e o setor agropecuário vêm apresentando boa recuperação do emprego. A construção e o setor agro vem sendo importantes drivers de investimentos nos últimos trimestres. Por outro lado, vemos desaceleração no ritmo da indústria e do comércio, diante do cenário macroeconômico mais adverso e sensível a essas categorias.
No âmbito da modernização trabalhista, tivemos a criação 8,8 mil vagas de trabalho intermitente e 9,5 mil vagas em regime parcial. Nos últimos 12 meses, foram criadas 94,3 mil vagas intermitentes e 41,9 mil em regime parcial. Vale destacar a queda expressiva do número de novas demandas trabalhistas na justiça após a aprovação da reforma trabalhista em 2017, criando maior incentivo a contratação de colaboradores formais. Houve redução de 37%, em média, das demandas judiciais do período de 2018 a 2021, em relação ao período de 2013 a 2017. Além disso, antes da aprovação da reforma, havia uma clara tendência de alta das demandas na justiça, que foi revertida após a nova legislação.