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Publicado em 29 de Março às 17:44:39

CAGED (fev/23): Criação de vagas formais surpreende positivamente as expectativas

Em fevereiro, houve criação líquida de 241,785 mil postos de trabalho formal, resultado melhor que o esperado pelo mercado, cujo consenso era de 156,5 mil vagas (Broadcast+). Houve 1,95 milhão de admissões e 1,71 milhão de demissões de trabalhadores no período. No mesmo mês do ano anterior, o saldo foi positivo em 328,5 mil vagas, sinalizando a continuidade da trajetória de arrefecimento do mercado de trabalho que vem sendo observada nos últimos meses.

Em fevereiro, com exceção do setor de Comércio, todos os grandes grupos de atividade registraram saldos positivos. O Comércio apresentou significativa desaceleração com o fechamento de 1,3 mil postos de trabalho em fevereiro, ante criação de 13,2 mil vagas no mesmo mês do ano anterior. Os demais saldos positivos ficaram por conta dos setores: Construção (+22,2 mil); Indústria Geral (+40,4 mil); Agropecuária (+16,3 mil); Serviços (164,2 mil).

No acumulado em 12 meses, o saldo total de vagas contraiu 4,5% m/m na passagem de janeiro para fevereiro, o décimo mês consecutivo de contração desta métrica, refletindo a desaceleração de sete dos oito subgrupos pesquisados. O destaque vai para o arrefecimento do setor de construção civil que teve queda de 8,4% m/m no saldo de criação líquida de vagas de trabalho ao sair de 205 mil para 187,8 mil no mês de fevereiro. Este resultado reflete o impacto da política monetária contracionista sobretudo a um setor bastante sensível às taxas de juros. Acreditamos que os próximos meses serão marcados pela manutenção desta trajetória de desaceleração do saldo total no acumulado em 12 meses, diante da perspectiva de menor crescimento da atividade econômica ao longo de 2023.

No que diz respeito à modernização trabalhista, em janeiro de 2023 houve saldo positivo de 77,3 mil empregos em trabalho intermitente, resultado de 312.978 admissões e 235.636 desligamentos. Em relação ao salário médio de admissão, houve variações reais de -2,47% m/m e 0,89% a/a, ao marcar R$ 1.978,12 em fevereiro. Já o salário médio de demissão variou 0,66% m/m e 3,22% a/a, ficando em R$ 2.064,29.

Embora o número de criação de vagas tenha sido próximo do teto das expectativas, tal resultado está associado ao menor número demissões em vez de um maior número de contratações, corroborando a desaceleração do mercado de trabalho. Vale ressaltar que a criação de vagas foi liderada pelo setor de serviços, que apresenta maior inércia inflacionária, indicando que os juros devem permanecer altos por um longo período. Por fim, projetamos 8,9% de taxa de desemprego para fevereiro de 2023 e 8,8% para o fim do ano.

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