Em fevereiro, houve criação líquida de 432,0 mil postos de trabalho formais, vindo acima do teto das estimativas de mercado de 330,0 mil (Broadcast+) e do que a nossa projeção (242,2 mil), sendo este o maior resultado já registrado da série histórica iniciada em jan/20. O saldo com ajuste sazonal foi de 268,6 mil postos de trabalho formal criados no mês, acelerando em relação aos 173,5 mil registrados no mês imediatamente anterior, ficando significativamente acima da média de postos de trabalho criados no ano passado (141,3 mil). Assim como os dados da PNAD divulgados no dia de hoje, o saldo de emprego formal reforça a percepção de robustez do mercado de trabalho, sugerindo que, mesmo diante de uma política monetária significativamente contracionista, o arrefecimento da economia deve ocorrer de maneira gradual ao longo do ano.
O resultado no mês foi derivado da combinação entre a admissão de 2,58 mi e de 2,15 mi de desligamentos de trabalhadores no mês. Em relação ao mesmo período do ano anterior, após ajustes feitos por conta das declarações fora do prazo, a diferença entre os saldos foi de 124,5 mil postos de trabalho, de modo que, houve uma alta de 40,5% a/a na comparação interanual, refletindo o aumento de 13,3% a/a no número de admissões e de 9,0% a/a nas demissões. No acumulado do primeiro bimestre do ano, houve a criação líquida de 576,1 mil postos de trabalho formal, ante 480,7 mil no mesmo período do ano anterior, ou seja, uma alta de 19,8% a/a. Dessa forma, entendemos que os dados de mercado de trabalho, mesmo quando comparados ao ano de 2024, apontam para um forte desempenho neste início de ano, corroborando a nossa expectativa de que a economia deve apresentar um crescimento robusto no primeiro trimestre de 2025.
Em resumo, o resultado de fevereiro está alinhado com nossa expectativa de uma desaceleração econômica gradual ao longo do ano, permitindo que a atividade econômica se mantenha robusta, apesar do aperto monetário. Destaca-se que o Carnaval, celebrado integralmente em março, favoreceu a criação de empregos formais em fevereiro, devido ao maior número de dias úteis no mês. No entanto, esse efeito sazonal já estava contemplado em nossa projeção, reforçando a percepção de um mercado de trabalho resiliente. Por um lado, a maior robustez do emprego impulsiona a atividade econômica e melhora a arrecadação pública. Por outro, representa um risco inflacionário relevante para o Banco Central, exigindo maior cautela na condução da política monetária. Diante dos dados de fevereiro, revisamos nossa projeção para o saldo líquido de empregos formais em 2025, elevando-a de 1,25 milhão para 1,30 milhão.
Em fevereiro, todos os 5 grupamentos de atividade registraram saldos líquidos positivos. Os principais destaques foram: Serviços (+254,8 mil), se beneficiando dos saldos positivos nas atividades da administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (98,4 mil) e dos serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (87,9 mil); e da indústria geral (+68,9 mil).
No acumulado em doze meses, o saldo total de vagas, ajustado por declarações fora do prazo, avançou 7,5% m/m na passagem de janeiro para fevereiro, interrompendo uma sequência de 4 recuos consecutivos registrados nos meses imediatamente anteriores. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 12,0% a/a, ficando acima dos 7,9% registrados em janeiro.
Em relação ao salário médio de admissão, houve variação real de 0,7% a/a, ao registrar o patamar de R$ 2.205,25 em fev/25, ante R$ 2.190,28 no mesmo mês do ano anterior. Já o salário médio de demissão variou 1,2% a/a, ficando em R$ 2.300,63, ante R$ 2.272,97 em fevereiro de 2024. Cabe destacar que a razão entre o salário de admissão e demissão, métrica utilizada para medir o aperto no mercado de trabalho, ainda se encontra em um patamar historicamente elevado, corroborando a avaliação de que o mercado de trabalho se encontra aquecido.







