Em julho, houve criação líquida de 129,8 mil postos de trabalho formal, vindo ligeiramente pior do que o esperado pelo mercado que tinha como expectativa para o mês um saldo positivo de 135,0 mil (Broadcast+), porém ligeiramente melhor do que a nossa expectativa para o mês de 125,3 mil. Este resultado representa uma piora em relação ao número, após ajustes, do mês imediatamente anterior (162,4 mil) e do mesmo período do ano passado (191,4 mil). Na série com ajuste sazonal, nossa estimativa aponta para um arrefecimento no saldo líquido de emprego na passagem de junho para julho que saiu de 119,2 mil para 112,4 mil (-5,7% m/m).
Em julho, todos os 5 grupamentos de atividade registraram saldos líquidos positivos. Os principais destaques foram: Serviços (50,2 mil), Comércio (27,3 mil), Indústria (24,4 mil) e Construção (19,1 mil). Esse padrão também foi observado entre as unidades da federação, visto que apenas duas das 27 UFs registraram contrações no mês (Espírito Santo e Tocantins), com as maiores gerações de vagas ficando por conta de: SP (+42,8 mil), MT (9,5 mil) e BA (9,4 mil).
O resultado do mês foi derivado da combinação entre a admissão de 2,251 milhões e do desligamento de 2,121 milhões de trabalhadores em julho. Dessa forma, no acumulado dos 7 primeiros meses do ano, houve criação líquida de 1,348 milhão de postos de trabalho, desacelerando em relação aos 1,503 milhão de vagas criadas no mesmo período do ano anterior, porém superior ao saldo registrado em 2023 de 1,174 milhão, corroborando a nossa tese de que apesar do cenário de arrefecimento, o mercado de trabalho segue resiliente. Já no acumulado dos últimos 12 meses, observa-se a mesma tendência, com as 1,815 milhão de vagas criadas até o período findo em jul/24 dando lugar a 1,528 milhão em jul/25.
Em relação ao salário médio de admissão, houve variação real de 0,2% a/a, ao registrar o patamar de R$ 2.277,51 em jul/25, ante R$ 2.272,21 no mesmo mês do ano anterior. Já o salário médio de demissão variou 0,8% a/a, ficando em R$ 2.365,70, ante R$ 2.346,93 em julho de 2024. Vale destacar que a razão entre o salário de demissão e admissão, métrica utilizada para medir o aperto no mercado de trabalho, segue em patamar historicamente elevado, corroborando a nossa avaliação de que o mercado de trabalho segue resiliente mesmo diante de um cenário macroeconômico mais adverso. Entretanto, cabe destacar que na média móvel de 3 meses, o indicador se mostra estável nas últimas 4 leituras, o que pode indicar alguma acomodação na ponta.
Apesar de o saldo líquido de vagas criadas ter ficado abaixo das expectativas do mercado, uma análise mais detalhada reforça nossa avaliação de que o mercado de trabalho continuará resiliente, mesmo em um cenário econômico mais desafiador. Na série com ajuste sazonal, foram criados 112,4 mil postos de trabalho em julho — resultado inferior à média mensal de 2024 (140,3 mil), mas mais próximo da média de 2023 (125,9 mil), ano marcado pela resiliência do mercado de trabalho. Dessa forma, entendemos que os dados do Caged estão em linha com as leituras mais recentes da PNAD, sugerindo que o processo de desaceleração da economia brasileira deve ocorrer de maneira bastante gradual. Mantemos, assim, nossa projeção de que o saldo líquido de empregos formais em 2025 será de 1,4 milhão de postos.




