Em junho, houve criação líquida de 166,6 mil postos de trabalho formais, vindo pior do que o esperado pelo mercado que tinha como expectativa para o mês um saldo positivo de 175,0 mil (Broadcast+) e do que a nossa projeção de 177,0 mil vagas criadas. Este resultado representa uma melhora em relação ao número, após ajustes, do mês imediatamente anterior (153,2 mil), porém ficou aquém do resultado registrado no mesmo período do ano anterior (206,3 mil). Na série com ajuste sazonal, foi registrado um arrefecimento do saldo líquidos de emprego na passagem de maio para junho que saiu de 132,4 mil para 120,1 mil (-9,3% m/m).
Em junho, todos os 5 grupamentos de atividade registraram saldos líquidos positivos. Os principais destaques foram: Serviços (77,1 mil), Comércio (32,9 mil), Agropecuária (25,8 mil) e a Indústria 20,1 mil). Esse padrão também foi observado em todas as unidades da federação, exceto em uma (Espírito Santo), com as maiores gerações de vagas ficando por conta dos três estados mais populosos: SP (+40,1 mil), MG (+24,2 mil) e RJ (15,4 mil).
O resultado do mês foi derivado da combinação entre a admissão de 2,139 milhões e do desligamento de 1,972 milhões de trabalhadores em junho. No acumulado dos primeiros 5 meses do ano, houve a criação líquida de 1,223 milhão de postos de trabalho, desacelerando marginalmente em relação aos 1,312 milhão de postos criados no mesmo período do ano anterior, porém superando o saldo acumulado em 2023 (1,032 milhão) corroborando a percepção de resiliência do mercado de trabalho em 2025. Já no acumulado dos últimos 12 meses, se observa a mesma tendência, com as 1,621 milhão de vagas criadas até o período findo em junho de 2024 dando lugar a 1,586 milhão de postos de julho de 2024 a junho de 2025.
Em relação ao salário médio de admissão, houve variação real de 1,6% a/a, ao registrar o patamar de R$ 2.278,37 em jun/25, ante R$ 2.243,31 no mesmo mês do ano anterior. Já o salário médio de demissão variou 1,0% a/a, ficando em R$ 2.376,20, ante R$ 2.352,74 em junho de 2024. Vale destacar que a razão entre o salário de demissão e admissão, métrica utilizada para medir o aperto no mercado de trabalho, segue em patamar historicamente elevado, corroborando a nossa avaliação de que o mercado de trabalho segue resiliente mesmo diante de um cenário macroeconômico mais adverso. Entretanto, cabe destacar que na média móvel de 3 meses, o indicador se mostra estável nas últimas 4 leituras, o que pode indicar alguma acomodação na ponta.
Apesar do saldo líquido de vagas criadas ter vindo abaixo do esperado pelo mercado, uma análise mais detalhada segue corroborando a nossa avaliação de que o mercado de trabalho seguirá resiliente mesmo diante de um cenário econômico mais adverso. Na série com ajuste sazonal, a leitura do mês foi de 120,1 mil postos de trabalho criados, ficando um pouco abaixo da média mensal de 2024 (140,3 mil), ano marcado por uma forte expansão do mercado de trabalho. Dessa forma, avaliamos que os dados do Caged, vão ao encontro das leituras mais recentes da PNAD e sugerem que o processo de arrefecimento da economia brasileira ocorrerá de maneira bastante gradual. Dessa forma, seguimos com a nossa projeção de que o saldo líquido de emprego formal será de 1,45 milhão de trabalhadores.




