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Publicado em 30 de Abril às 11:49:49

Caged (mar/24): criação de 244,3 mil vagas, acima das expectativas

Em março, houve criação líquida de 244,3 mil postos de trabalho formais, resultado que superou a mediana das projeções de mercado de 190,0 mil vagas (Broadcast+). O resultado do mês decorreu da combinação entre a admissão de 2,3 milhões e a demissão de 2,0 milhão de trabalhadores no período. No mesmo mês do ano anterior, após ajustes, o saldo líquido foi positivo em 194,4 mil postos de trabalho, de modo que, houve um crescimento de 25,7% a/a no saldo líquido de vagas abertas. Os números divulgados hoje apontam para saldos líquidos positivos disseminados entre os grupamentos de atividade, reforçando a percepção de robustez da economia neste início de ano e dão continuidade à leitura positiva observada em fevereiro, período no qual foram criados 306,7 mil postos de trabalho. Por um lado, a resiliência do mercado de trabalho impõe um viés altista para crescimento da economia; por outro, aumenta a incerteza em torno do ciclo de afrouxamento monetário.

Em março, exceto agropecuária (-6,4 mil), os demais grupamentos de atividades econômicas registraram saldos positivos. Os principais destaque foram: Serviços (148,7 mil), sendo influenciada pela criação de postos de trabalho formal nos subsetores de Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+56,8 mil) e nos serviços de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+49,6 mil); Indústria geral (+35,9 mil), refletindo a criação de 32,3 mil vagas nas Indústrias de transformação.

No acumulado em 12 meses, o saldo total de vagas avançou 3,1% m/m na passagem de fevereiro para março (1,7 milhão), dando continuidade à sequência positiva que vem sendo observada desde dez/23. Nesta métrica, todos os setores apresentaram saldos positivos, com destaque para o setor de Serviços (976,3 mil), sendo responsável por cerca de 57,8% do saldo positivo nos últimos 12 meses. Além disso, cabe destacar o bom desempenho do Comércio (+325,0 mil), da Construção (+181,9 mil) e da Indústria Geral (+189,2 mil) no período.

No que diz respeito à modernização trabalhista, em março de 2024 houve saldo positivo de 44,7 mil empregos em trabalho não típicos (inclui trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária de até 30 horas), resultado de 317,2 mil admissões e 272,5 mil desligamentos.

Em relação ao salário médio de admissão, houve variação real de 2,67% a/a, ao marcar R$ 2.081,50 em março, ante R$ 2.027,33 no mesmo mês do ano anterior. Já o salário médio de demissão variou 2,17% a/a, ficando em R$ 2.181,71, ante R$ 2.135,28 em março de 2023.

Os números apresentados hoje reforçam a percepção de aquecimento do mercado de trabalho neste início de ano após registrar robustos saldos positivos de vagas criadas no primeiro trimestre do ano. Nesse sentido, os dados corroboram a avaliação de que a economia se encontra aquecida, com dados de atividade econômica apontando para um ponto de largada bastante positivo neste início de ano, sobretudo nos setores de varejo e serviços. Se, por um lado, esses números adicionam um viés positivo para o crescimento e para o desempenho do mercado de trabalho nos próximos meses, por outro, este se mostra um fator de risco relevante para a convergência da inflação, sobretudo de serviços, em direção à meta. Nesse contexto, avaliamos que a resiliência da atividade econômica deve atuar como um fator limitador para o atual ciclo de cortes de juros que, na nossa avaliação, deve encerrar em 9,75% a.a. Por fim, projetamos criação de 1,4 milhão de postos de trabalho formais no ano.

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