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Publicado em 29 de Novembro às 12:17:16

CAGED (out/22): Saldo do emprego formal é positivo em 159,5 mil

Em outubro, houve geração líquida de 159,5 mil postos de trabalho formal, resultado pior que o esperado pelo mercado, que projetava saldo líquido de 210 mil (Bloomberg). Houve admissão de 1,79 milhões e demissão de 1,63 milhão de trabalhadores no período. No mesmo mês do ano passado, o saldo foi positivo em 252,5 mil vagas.  Vale destacar que o mês de outubro sofre com uma sazonalidade negativa de contratações que deve voltar a se acelerar no mês de novembro, sobretudo em serviços e no comércio.

Na variação interanual, o saldo líquido foi menor em 93 mil vagas (de 252,5 mil para 159,5 mil), principalmente impactado pelo desempenho mais fraco do setor de serviços (-55,9 mil), com destaque para os serviços de informação, comunicação e atividades financeiras que tiveram um saldo líquido menor em 20 mil postos de trabalho; e do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-20,6 mil).

O resultado de outubro foi puxado novamente pelo setor de serviços, com 91,3 mil (incluindo declarações fora do prazo) vagas líquidas geradas. Historicamente o setor de serviços representa 40% das vagas líquidas criadas na economia, entretanto, no período recente, o patamar é de cerca de 51,4% do total, mostrando o protagonismo do setor na expansão do mercado de trabalho no período pós pandemia.  

Entre os destaques no setor de serviços nesse mês podemos citar: atividades profissionais, administrativas & de informação (49,3 mil), administração pública, educação e saúde (13,5 mil), alojamento & alimentação (14,6 mil) e transportes (10,4 mil). Além disso, vale destacar o bom desempenho do comércio que gerou 49,4 mil vagas. Ainda na ponta positiva, tivemos um desempenho mais fraco da indústria que saiu de 56,7 mil postos de emprego criados em setembro para 14,9 mil em outubro, a desaceleração no ritmo se deu principalmente pela desaceleração nas indústrias de transformação que saiu de um saldo líquido positivo de 53,9 mil para 13,1 mil.

No ano, foram geradas 2,320 milhão de vagas, ante 2,756 milhões no mesmo período do ano passado. Nesse ano, o setor de serviços correspondeu por 51,4% de todas as vagas criadas, a indústria de transformação (15,8%), a construção civil (12,8%), o comércio (11,5%) e a agropecuária por (5,1%).

No acumulado em 12 meses, entre os maiores grupos econômicos, é possível perceber uma desaceleração disseminada no saldo acumulado de empregos formais. O setor industrial e o comércio já vêm apresentando perda de dinamismo há alguns meses, diante do contexto macroeconômico mais adverso e da normalização do perfil de consumo no pós-pandemia que beneficia o setor de serviços. Na mesma direção, o setor de serviços segue apresentando perda de dinamismo, com cinco recuos consecutivos na criação de vagas de emprego no acumulado em 12 meses, na passagem de setembro para outubro, esta queda foi de 4,1% m/m. Na nossa avaliação, esta desaceleração é natural, afinal o setor já se encontra bem acima do nível observado antes do início da crise sanitária com o processo de recuperação dos subsetores já bem avançado.

Em relação ao salário de admissão, houve contração real de -0,4% em relação ao mês anterior, porém aumento de 1,2% na variação interanual. Já os salários de demissão variaram -2,3% m/m e -0,2% a/a. No que tange a modernização trabalhista, vemos leve desaceleração na contratação por essas modalidades no acumulado em 12 meses. No trabalho intermitente houve saldo de 84,6 mil e no trabalho parcial de 34,1 mil, porém o número de desligamentos por acordo entre empregador e empregado se estabilizou próximo do patamar mais elevado da série histórica (224,2 em ago/22) em 222,7.

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