O Banco Central (BCB) elevou, de forma unânime, a Selic em 1,5 p.p.. Com isto, a Selic atingiu 10,75% a.a. Diferentemente das últimas reuniões, o comitê deixou em aberto a magnitude do próximo aumento, porém destacando que haverá uma redução do ritmo de ajuste da política monetária.
Com o aumento da projeção de inflação do BCB e o risco de desancorarem das expectativas, o Copom entende que o aperto monetário deve entrar em território significativamente contracionista, perseverando até que não apenas haja o processo de desinflação como também as expectativas de inflação fiquem ancoradas em torno das suas metas.
No cenário doméstico, o comunicado destacou que os dados para atividade econômica no quarto trimestre vêm apresentando desempenho acima das expectativas, principalmente no mercado de trabalho. Por outro lado, a inflação ao consumidor permanece surpreendendo negativamente, tanto nos itens mais voláteis quanto nos núcleos. Além disso, o comunicado destaca que apesar do resultado positivo para as contas públicas, o risco fiscal ainda permanece elevado, colocando pressão sobre expectativas para inflação.
O Comitê destacou que existem fatores de riscos em ambas as direções: por um lado, uma desaceleração do preço das commodities produziria uma trajetória abaixo do cenário base para inflação do Banco Central. Entretanto, prolongamentos das políticas fiscais, piorando a trajetória da política fiscal, podem elevar os prêmios de risco do país.
O comunicado deu destaque para o ano de 2023 como importante horizonte de política monetária já monitorado.
Em relação ao cenário externo, o comitê destacou que o ambiente segue menos favorável com a maior persistência inflacionária nos EUA, elevando o risco de um aperto da política monetária americana. Além disso, destaca que a nova onda de Covid-19 aumentou a incerteza no cenário de atividade econômica global, ao mesmo tempo que posterga a normalização das cadeias globais de produção.
Para 2022, a projeção do Banco Central para inflação aumentou de 4,7% para 5,4% e para 2023 manteve em 3,2% (sob juros extraído do Focus e câmbio partindo de R$ 5,45/US$ e evoluindo seguindo a paridade do poder de compra). No cenário base, a Selic se eleva até 12% no primeiro semestre de 2022, terminando o ano em 11,75% e reduzindo para 8% em 2023.