Home > Macroeconomia Brasil > Decisão da taxa de juros (Copom): Banco Central aumenta taxa Selic em 0,5 p.p. para 13,25% a.a.

Publicado em 16 de Junho às 10:50:43

Decisão da taxa de juros (Copom): Banco Central aumenta taxa Selic em 0,5 p.p. para 13,25% a.a.

O Banco Central (BCB) elevou, de forma unânime, a Selic em 0,5 p.p. Dessa forma, a Selic atingiu 13,25% a.a., o valor mais alto desde janeiro de 2017. A decisão reflete as incertezas ao redor dos cenários e de um balanço de riscos com variância maior do que a usual para a inflação prospectiva, sendo compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta do horizonte relevante. Nesse contexto, deixou-se em aberto para a próxima reunião um novo ajuste na Selic de igual ou menor magnitude. A diretoria ressalta que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para a meta e dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativa de inflação para o horizonte relevante nos próximos meses.

No cenário doméstico, o comunicado destacou que a atividade econômica vem apresentando um desempenho acima do que era esperado pelo comitê. Entretanto, no âmbito inflacionário, houve persistência das surpresas negativas, tanto nos componentes mais voláteis quanto nos itens associados à inflação subjacente, que se apresentam acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. O comunicado destacou que existem riscos para o cenário inflacionário em ambas as direções. Os riscos altistas estão associados a maior persistência inflacionária global e as incertezas em relação ao arcabouço fiscal brasileiro, sobretudo das políticas fiscais que implicam na sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporadas nas expectativas de inflação e nos preços dos ativos. Por outro lado, os riscos de baixa estão ligados a um arrefecimento dos preços das commodities e a uma desaceleração da atividade econômica mais forte do que a esperada. Ademais, foi destacado que as medidas tributárias em tramitação no Congresso são responsáveis por reduzir a inflação no ano corrente, entretanto, elevam, em menor magnitude, a inflação no horizonte relevante de política monetária.

O Copom destacou que o ambiente externo continuou se deteriorando: houve revisões negativas para o crescimento global em um ambiente de elevadas e persistentes pressões inflacionárias. Além disso, o aperto das condições financeiras decorrentes da reprecificação da política monetária nos países avançados, assim como o aumento da aversão ao risco, eleva a incerteza e impõe cautela para as economias emergentes.

O comunicado destacou que é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território contracionista, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas de inflação para prazos mais longos. O comitê irá perseverar em sua estratégia não só até que o processo de desinflação se consolide, mas também que as expectativas estejam ancoradas em torno das suas metas.

No cenário base do Banco Central, a projeção para inflação é de 8,8% em 2022, 4,0% em 2023 e 2,7% para 2024. O Banco Central considera em seu cenário que o preço do petróleo segue a curva futura de mercado, fechando 2022 em US$110/barril. Em seguida aumentará 2% a.a. a partir de janeiro de 2023. Além disso, considera a bandeira amarela em dezembro de 2022, 2023 e 2024. 

O comitê destaca que as projeções do cenário de referência não incorporam o impacto das medidas tributárias sobre os preços de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações que estão em tramitação. Nesse sentido, o comitê julga que as incertezas em torno das suas projeções e premissas são maiores que o usual e cresceram desde a última reunião.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações

    Vale a pena conferir