O setor público consolidado (Governo Central, estados, municípios e empresas estatais) apresentou superávit de R$38,9 bilhões em abril, melhor que a projeção mediana do mercado (R$32,6 bi). No mesmo mês do ano passado, houve superávit de R$24,3 bilhões. Esse foi o nono superávit primário consecutivo. Nos últimos dozes meses, o superávit primário acumulado é de R$137,4 bilhões (1,52% do PIB).
Houve superávit no Governo Central (R$29,6 bi), nos governos regionais (R$10,3 bi), enquanto as estatais ficaram deficitárias em 1,0 bilhão. Nos últimos 12 meses, o superávit do governo consolidado (R$137,4 bi) se deve principalmente ao resultado dos entes subnacionais, que acumulam resultado positivo de R$126,6 bilhões. O governo central e as estatais, por sua vez, também apresentam superávit de 3,3 bilhões e 7,4 bilhões, respectivamente.
O superávit do governo central (R$29,6 bilhões) no mês decorre fundamentalmente do resultado das contas do governo federal, que ficaram positivas em R$54 bilhões. O INSS e o Banco Central foram deficitários no mês em 24,3 bilhões e 64 milhões, respectivamente.
A conta com juros em abril foi de R$79,9 bilhões, ante superávit de R$5,7 bilhões no mesmo mês do ano anterior. A piora com o resultado de juros decorre do aumento dos indexadores da dívida pública (Selic e índices de preços), além da perda com swap cambial (R$15,4 bi). Sem os swaps, a conta de juros ficou em 63,5 bilhões. Em doze meses, a despesa com juros ficou em R$489,4 bilhões (5,42% do PIB), ante R$282,69 bilhões (3,6% nos últimos doze meses no mesmo mês do ano passado), com o aumento da taxa Selic e do IPCA. Com a piora na conta de juros, o resulta nominal reverteu a tendência de melhora, saindo de déficit de 3,15% para 3,9% do PIB.
A dívida bruta recuou em abril para 78,3% do PIB, ante 78,5% no mês anterior. Essa redução decorre do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,9 p.p.) e dos resgates líquidos da dívida (redução de 0,2 p.p.). Por outro lado, a desvalorização cambial e os juros nominais aumentaram o endividamento em 0,2 e 0,8 p.p., respectivamente. Como é possível perceber, a redução do endividamento bruto do governo decorre, principalmente, pela elevação do PIB nominal. O aumento do PIB nominal vem mais que compensando o aumento da despesa com juros.