No trimestre encerrado em abril, houve alta de 0,76% em relação aos três meses anteriores na série com ajuste sazonal. Além disso, na comparação trimestral até abril com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 1,63%. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no 2º trimestre ficou em -0,1%, e em 1,24% para 2024.
No mês de abril, os três grandes setores da atividade (indústria, comércio e serviços) apresentaram resultados mistos. Primeiramente, a produção industrial recuou 0,5% m/m na série com ajuste sazonal, pior do que as estimativas do mercado. Apesar do desempenho negativo da indústria no mês, observa-se um perfil disseminado de taxas positivas, com três das quatro categorias econômicas e 18 dos 25 ramos pesquisados em território positivo. Já o setor varejista apresentou crescimento de 0,9% em relação ao mês imediatamente anterior, pior que a mediana das projeções (1,6% m/m), mantendo o patamar mais elevado da série histórica. Por fim, o setor de serviços avançou 0,5% m/m em abril na série com ajuste sazonal, melhor do que a mediana das estimativas de 0,2% m/m.
Os dados de abril continuam mostrando a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 240,0 mil vagas, em linha com o teto das estimativas. Além disso, a taxa de desemprego ficou em 7,5%, abaixo do piso das expectativas de 7,6%, com destaque para o avanço da população ocupada, sendo acompanhado pela queda da desocupação ao mesmo tempo em que a taxa de participação apresentou elevação ao longo do segundo semestre do ano passado. Tal resultado reverte a tendência observada nos primeiros trimestres do ano de 2023, período em que foi observada uma queda artificial da taxa de desemprego que refletia o fluxo de saída de pessoas da força de trabalho.
De maneira geral, a leitura do IBC-Br corrobora a resiliência da atividade econômica. Assim, com o ciclo de flexibilização monetária, observa-se certa melhora na saúde financeira das famílias que, somada ao conjunto de medidas promovidas pelo governo de impulso fiscal e à resiliência do mercado de trabalho, deve contribuir para a maior resiliência da atividade econômica. Por fim, projetamos um crescimento de 0,3% t/t do PIB no segundo trimestre, com viés altista, e de 2,2% no ano.