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Publicado em 16 de Junho às 17:20:26

IBC-BR (Abr/25): Dados corroboram cenário de gradual arrefecimento da economia

Em abril, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), registrou alta de 0,16% m/m, vindo ligeiramente melhor do que a expectativa de mercado (0,10% m/m, Broadcast+), mas mais em linha com a nossa expectativa para o mês (0,20% m/m). Com este resultado, o indicador dá continuidade à sequência de três altas consecutivas registradas nos meses imediatamente anteriores, renovando o patamar mais elevado já registrado em sua série histórica, de modo que, sua média móvel de três meses registrou expansão de 0,5%, sugerindo a continuidade da tendência de expansão do indicador. Na comparação interanual, a expansão do IBC-Br foi de 2,45% a/a, vindo também melhor do que o esperado pelo mercado (2,35% m/m, Broadcast+).

Os números divulgados ficaram em linha com as leituras das últimas semanas dos principais indicadores setoriais divulgados pelo IBGE (indústria, serviços e varejos), que apontam para um gradual processo de arrefecimento da economia frente a um cenário macroeconômico adverso (política monetária contracionista, inflação elevada e aumento das incertezas domésticas e externas), que reforça a percepção de resiliência da atividade econômica. Na nossa avaliação, o crescimento da economia em 2025 será liderado pelo forte desempenho da agropecuária, que em conjunto dos seus spillovers sobre os demais setores da economia, deve promover um ritmo de expansão bastante robusto no primeiro semestre do ano. Para o segundo semestre, embora o nosso cenário base ainda seja de desaceleração da economia brasileira, ressaltamos que as políticas de estímulo à demanda anunciadas desde a virada do ano e o pagamento de precatórios na ordem de R$ 70,0 bi em julho devem contribuir para manter o canal de transmissão da política monetária contracionista para a economia obstruído, de modo que, entendemos que há um viés altista na nossa expectativa de crescimento para o período. Por ora, com os dados divulgados do PIB do 1T25 e de atividade mensais referentes ao mês de abril, mantemos a nossa projeção de crescimento do 2T25 de 0,5% t/t, de modo que, a economia brasileira deve se expandir em 2,4% no ano cheio.

Houve revisões para os dados dos meses anteriores. O número de janeiro passou de 1,01% m/m para 1,41% m/m, de fevereiro saiu de 0,52% m/m para 0,60% m/m e de março de 0,80% m/m para 0,71% m/m. Em posse do resultado de abril e nas revisões nos meses anteriores, o IBC-Br deixa um carrego estatístico de 0,8% para o 2T25 e de 3,2% para o ano de 2025.

Em abril, o desempenho positivo do IBC-Br foi impulsionado principalmente pelo avanço de 0,40% m/m do setor de serviços, dando continuidade à sequência de 3 altas consecutivas registradas nos meses imediatamente anteriores, fazendo com que o indicador alcançasse o patamar mais elevado já registrado em sua série histórica. Em contrapartida, recuos foram observados nos indicadores setoriais da indústria (-1,11% m/m) e da agropecuária (-0,87% m/m), com o primeiro revertendo parcialmente a alta de 2,74% m/m registrada em março e o segundo interrompendo uma sequência de 3 altas consecutivas nos meses imediatamente anteriores, período no qual acumulou uma expansão de 6,6% t/t frente ao último trimestre de 2024. Com estes resultados, o IBC-Br ex-agro, que exclui o setor da agropecuária, apresentou um crescimento de 0,10% m/m, desacelerando em relação aos 0,67% m/m registrados em março, de modo que, a sua média móvel trimestral desacelerou de 0,69% para 0,23%, corroborando a nossa perspectiva de que o processo de desaceleração da economia será bastante gradual ao longo dos próximos meses.

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