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Publicado em 20 de Outubro às 11:47:55

IBC-Br (ago/23): Queda de 0,77% m/m, pior do que as expectativas do mercado

Em agosto, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) caiu 0,77% m/m, na série com ajuste sazonal, ficando abaixo da mediana das projeções de -0,60 % (Broadcast+). Ademais, houve revisão para os dados dos meses anteriores. O número de fevereiro foi revisado de 3,08% m/m para 3,14% m/m; abril passou de 0,99% m/m para 1,04%; maio foi de para -1,83% m/m para -1,85%; julho de 0,44% m/m para 0,42% m/m. No trimestre encerrado em agosto, houve queda de 0,65% em relação aos três meses anteriores. Já na métrica sem ajuste sazonal, o IBC-Br registrou alta de 3,06% no ano até agosto e 2,82% no acumulado dos últimos doze meses. Além disso, na comparação trimestral até agosto com o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de 1,52%. Por fim, na média móvel trimestral, usada para captar tendências, o IBC-Br recuou 0,04% em relação ao trimestre móvel encerrado em agosto, ante queda de 0,4% observada no mês anterior. Com estes resultados e as revisões nos dados dos últimos meses, o carrego estatístico para o IBC-Br no terceiro trimestre ficou em -0,6% e em 2,66% para 2023.

No mês de agosto, os três grandes setores da atividade apresentaram resultados mistos. Primeiramente, o volume de vendas no varejo recuou 0,2% m/m, melhor das expectativas de -0,8%. Nesse sentido, vale destacar o desempenho do grupo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (responsável por aproximadamente 50% da pesquisa) que apresentou crescimento de 0,9%. O setor de serviços apresentou queda de 0,9%, pior do que a mediana das expectativas. Nesse contexto, quatro das cinco atividades investigadas acompanharam a retração do índice, com destaque para a queda de 2,1% dos Serviços de transportes, que apresentou resultado negativo em todos os modais: terrestre, aquaviário e aéreo. Por último, a produção industrial avançou 0,4% m/m, pior do que as expectativas do mercado de 0,5% m/m, com destaque para o perfil disseminado de taxas positivas, uma vez que três das quatro grandes categorias e 18 dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram expansão.

Os dados de agosto apontam para a resiliência do mercado de trabalho. Nesse contexto, o Caged registrou a criação de 220,8 mil vagas, resultado melhor do que o esperado pelo mercado de 173,0 mil vagas, refletindo saldos positivos em todos os grupos pesquisados. Com este resultado, o saldo líquido acumulado no ano é positivo em 1,4 milhão ante 1,9 milhão no mesmo período do ano anterior. Além disso, a taxa de desemprego ficou em linha com as expectativas de 7,8% no trimestre móvel encerrado em agosto, com destaque positivo para o aumento da taxa de participação, revertendo a leitura dos meses anteriores em que a taxa de desemprego em patamares baixos era sustentada pela saída das pessoas da força de trabalho. Apesar do diagnóstico mais positivo para o mercado de trabalho, avaliamos que o seu processo de arrefecimento deve ser intensificado nos próximos meses, diante da perspectiva de desaceleração mais intensa da economia no segundo semestre devido ao impacto do efeito total da política monetária sobre a economia.

De maneira geral, embora os alguns indicadores setoriais tenham apresentado resultado positivo no mês, o índice de atividade do Banco Central corrobora o nosso cenário de desaceleração a partir do segundo semestre, com o PIB do terceiro trimestre devendo apresentar uma contração de 0,3% na métrica trimestral dessazonalizada. Dessa forma, o cenário macroeconômico adverso deve pesar sobre a economia, principalmente diante da deterioração dos indicadores de crédito livre às famílias, que deve dar continuidade ao processo de arrefecimento da demanda agregada. Para o ano, projetamos que o PIB avance 2,8%.

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