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Publicado em 17 de Outubro às 10:52:44

IBC-Br (ago/22): Índice de Atividade Econômica do Banco Central recua 1,1% m/m

Em agosto, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) recuou 1,1% em relação ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Desse modo, a leitura surpreendeu de forma negativa, haja vista que a projeção mediana do mercado era de queda de 0,3% (Broadcast+). Em relação ao mesmo mês de 2021, houve um crescimento de 4,8% – também abaixo das expectativas, que apontavam para um crescimento de 5,1%. Contudo, houve uma revisão na leitura de julho ante junho, que passou de um crescimento de 1,2% para 1,7%, além de outras revisões mistas (tanto para cima quanto para baixo) em meses anteriores.

Diante disso, o IBC-Br, que serve como uma proxy para o crescimento do PIB, acumulou uma alta de 2,8% em 2022 até agosto, na série sem ajuste sazonal.  Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento é de 3,9%. Além disso, com este resultado, o carrego estatístico para o ano de 2022 é de 2,8% – em linha com a nossa projeção de PIB, de 3%.

De modo geral, o desempenho da economia foi mista no mês. Tanto a produção industrial quanto as vendas no varejo apresentaram queda, de 0,6% e 0,1%, respectivamente, na comparação mês a mês (o varejo ampliado, que inclui Veículos, Motos, Partes & Peças e Material de Construção, recuou 0,6%). Por outro lado, o setor de serviços, que elencamos como o principal driver para o crescimento do PIB em 2022, avançou 0,7% no mês. Deve-se destacar ainda o carrego estatístico considerável do setor de serviços, tanto para o 3T22 (2,5%) quanto para o ano (7,6%).

Além disso, o mercado de trabalho continua a surpreender com sua resiliência. De acordo com o Caged, a economia brasileira criou 278 mil postos de trabalho no mês de agosto, acima das expectativas do mercado, que apontavam para criação de 270 mil. Por mais um mês o setor de serviços impulsionou o mercado de trabalho, criando 136 mil postos de trabalho. Historicamente o setor de serviços representa 40% do total de vagas criadas. Entretanto, hoje representa aproximadamente 50%, evidenciando o protagonismo do setor na recuperação do mercado de trabalho. Em relação ao ano de 2022 como um todo, 1,8 milhão de postos de trabalho foram criados. Já no que se refere à PNAD, a taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em agosto caiu para 8,9%, sendo esta a menor taxa para um trimestre móvel encerrado em agosto desde 2015. Deve-se destacar o crescimento da população ocupada, que alcançou novamente o patamar mais elevado da série, enquanto a massa salarial e o rendimento real apresentaram crescimento significativo.

Por fim, destacamos que o desempenho mais recente da economia brasileira está em linha com nossas expectativas para o crescimento do PIB em 2022. Acreditamos no protagonismo do setor de serviços, em meio a dinâmica de mudança do padrão de consumo de bens para serviços. Além disso, o setor industrial vem se beneficiando das melhoras nas cadeias globais de valor e dos custos ao produtor cada vez menos pressionados. Por outro lado, o setor varejista parece começar a sentir os efeitos da política monetária contracionista, especialmente os segmentos mais sensíveis ao crédito, haja vista a trajetória de queda das concessões de crédito para pessoas físicas. Mesmo assim, acreditamos que a ampliação dos programas de transferência de renda e outros estímulos à demanda agregada, como o corte nas alíquotas do ICMS e PIS/Cofins, serão relevantes para a dinâmica de curto prazo da atividade econômica.

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